quarta-feira, 24 de setembro de 2014

ODU


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A verdade incomoda muita gente, a verdade é dura, mas é a verdade, esse texto vai me trazer inúmeros problemas, mas não importa o que as pessoas digam é a verdade e ninguém pode contestar.

O orisá de acordo com a filosofia yoruba (Nagô) nasce de um odu, assim como as pessoas, os animais e vegetais e tudo mais que existe em nosso planeta, o ponto de partida é o odu.
A pergunta é a seguinte sem um Babalawo ou uma Iyanifa pode ser assentado um orisá?

Que o Babalawo e a Iyanifa são as únicas pessoas que podem imprimir odu ninguém tem dúvida, que tudo em nossa religião nasce de um odu, ninguém tem dúvida.

Vamos observar as seguintes afirmações, se a cerimonia do isefa é descrita no odu ose ogbe, já o culto a egungun é descrito em Okanran meji, owonrin meji entre outros odus.

O itefá é descrito claramente em irete meji, irete irosun e vários outros odus.

No odu ose owonrin fala sobre sacrifício de ijapa, já o sacrifício de porco é descrito no odu ogbe irosun, assim como no odu Okanran otura ifá come bode, ao contrário da grande maioria dos odus que Orunmila é alimentado com animais de sexo feminino.

No odu ogbe meji fala sobre raspar a cabeça do iniciado, já em osa irete é descrito o sacrifício de igbin.

No odu oturopon ogbe, assim como em irete irosun fica claro a necessidade do uso de roupas brancas nas cerimonias de iniciações, o uso do irukere pelo Babalawo é descrito em irete otura.

Em oyeku Ogunda o uso de ikins no assentamento de Orunmila é observado, já o odu irete ogbe explica como consagrar um iroke e em okanran oturupon é explicado à consagração do opon ifá.

O odu ogbe meji fala sobre o uso do opele a cerimonia de Opa Osun na consagração de um Babalawo é descrita em ofun oyeku, enquanto os ewos e a sua necessidade são descritos em irosun meji.

Todas as cerimonias para a iniciação em ifá ou orisá são descritas nos odus, enquanto a iniciação de um Babalawo é descrita em Oturupon meji e irete meji, a iniciação em orisá é descrita em iwori meji, assim como a cerimonia de lavar os ikins é descrita no mesmo odu.

No odu ogbe ose fala da menstruação e da permissão para a mulher menstruada participar em vários rituais, tudo esta descritos nos versos de ifá, o odu que queima o opele esta descrito no odu irete laje e os problemas referentes à abiku esta descrito em ose Ogunda, assim como odi meji e outros odus como osa otura.

O ritual de bori é descrito em ogbe meji, oyeku meji além de outros odus, já em owonrin di é alertado o consulente para risco da loucura, assim como em osa irosun consta os problemas com o adultério.

O uso de drogas e o envolvimento com o álcool aparecem no odu Ogunda masa, já o roubo é descrito em Ogunda bede, as doenças são explicadas em oturupon meji, oturupon okanran e ogbe osa, assim como a impotência é descrita em otura ogbe, já a morte é descrita em ose oyeku, oyeku meji e obara ogbe, já a riqueza é citada em ogbe meji e ogbe otura, assim como a popularidade aparece em ogbe bara e osa irete.

Os conflitos envolvendo as perdas aparecem em ofun Ogunda, osa ogbe, assim como irete meji, já as discussões aparecem odi owonrin, osa Ogunda e Ogunda sa, já a feitiçaria é mencionada em irete ose, irete oyeku, odi irosun e owonrin meji.

Os problemas com a justiça aparecem em irosun meji e oyeku obara, já os pesadelos são descritos em ogbe ofun, oyeku meji e Ogunda odi.

Até detalhes como colocar uma folha na boca do animal a ser abatido são descritos nos versos de odu, nesse caso obara otura, cada gesto esta codificado, cada ritual esta especificado, não existe espaço para o improviso.

O assentamento do orisa esu é descrito em vários odus, mas esu como elemento necessário nos ebós é mencionado em okanran meji e ose otura, a importância de osun é amplamente divulgada  em odus específicos como irete ogbe, ose otura e ose ogbe.

O ritual de iniciação em Egungun é indicado em osa owonrin e okanran meji, o culto a iya mi é descrito em oyeku meji, osa meji e ogbe sa, no entanto o culto a oro aparece em ogbe odi, Ogunda bede.

O assentamento de Oduduwa assim como a necessidade de iya odu é mencionado em orangun, já Odé deve ser cultuado em obara ika e irete Ogunda.

Sango pode ser cultuado em osa meji, okanran meji e oturupon osa, como em inúmeros outros odus, já o odu que fala de Ewa é ogbe meji e um dos poucos odus que menciona orisá oke é ose meji, no entanto orisa Oko é mencionado em ogbe ose e irete ogbe.

Já Opa Osun aparece em ose irete, o culto a Aganju é indicado em ika ofun, já o culto a Oba é mencionado em Owonrin Ogunda, assim como o culto a Ibeji tem sua importância divulgada no odu ogbe di, o culto a Olookun e Aje é mencionado em ogbe bara.

Do nascimento a morte a vida do ser humano esta descrita nos versos de odu, se no odu ose oyeku é justificada a necessidade da morte no odu ogbe meji existe a menção a importância da vida, se no odu osa otura é enfatizada da verdade no odu Ogunda bede é mencionado o desprezo pela mentira.

Na hora que acordamos a necessidade das orações é descrita em ogbe Ogunda, já na hora que dormimos os pesadelos são mencionado em ogbe ofun, tudo esta codificado, nada pode ser inventado.

  A necessidade de estudar e se aperfeiçoar na religião tradicional yoruba é uma constante, o conhecimento da a segurança e a garantia de rituais adequados possibilitando um alinhamento com os antepassados.

Como resposta a pergunta formulada no inicio desde texto sugiro que seja feita uma breve pesquisa sobre a historia das casas de orisás mais antigas do Brasil, a confirmação que essas casas contavam com a orientação de um Babalawo é amplamente divulgada.

 Infelizmente por um período aproximado de oitenta anos o culto de Orunmila foi esquecido, por razões que não devem ser mencionadas agora.  O importante é que hoje o ifá está bem vivo no território nacional.

Babalawo Ifagbaiyin Agboola