quinta-feira, 31 de outubro de 2013

CONVERSA COM OLOYE IFAKOYA.


Ontem conversei com o presidente do conselho nacional de ifá, o Oloye Awo Ifakoya Oyekanmi Oyekale ele me autorizou a começar o trabalho do conselho de ética.

Tenho uma ansiedade muito grande em ver esse trabalho sendo desenvolvido, a posse da presidência vai acontecer em meados de novembro, mas a questão do ifá no Brasil esta se tornando muito complicada, e vamos começar a preparação do trabalho  do conselho de ética.

O presidente escreveu que precisamos coibir algumas situações que prejudicam a imagem do ifá em nosso país.

Fui convidado pelo irmão Ifakoya para presidir o conselho de ética, isso me deixou muito feliz, o convite e a demonstração de confiança do meu irmão me faz refletir sobre a responsabilidade que temos com nossos irmãos.

A divulgação de algumas questões é fundamental para a manutenção de uma cultura em alinhamento com a tradição religiosa Yoruba.

Esclarecimentos devem ser  dados para os simpatizantes e iniciados no culto a ifá, devemos satisfações a sociedade e o conselho nacional de Ifá vai assumir uma postura com essa finalidade.

1-Recentemente vi uma serie de fotos no facebook mostrando um passo a passo de como montar um ojúbo de egungun.

a-      A pessoa quando iniciada no culto de egungun como oje ou omo isan, é vendada antes de entrar na sala onde ela jura que não vai divulgar os segredos, o conhecimento deve ser passado para quem cumpre o juramento.

b-      O culto a egungun é secreto e deve ser mantido assim, a divulgação desse tipo de foto ofende os nossos antepassados e vulgariza as cerimonias.

c-       O fato de tais fotos serem divulgadas no facebook responsabiliza diretamente o Oluwo que iniciou a pessoa que postou as fotos, caracterizando uma falta de respeito com as tradições e com os demais iniciados no culto de egungun.

d-      O fato de ainda não estar regularizado o conselho nacional de ifá, não impede que eu demonstre aqui a indignação dos membros do conselho diante desse absurdo.

e-      Essas fotos nos permite imaginar o despreparo e a falta de responsabilidade com o sagrado.

2- Com respeito ao outro episodio onde uma quantidade de fotos foram apresentadas no facebook, mostrando orisás do candomblé vestidos em um ato de apresentação de um babalawo recém- iniciado
.
a-      A falta de conhecimento implica em uma improvisação ridícula que prejudica a imagem do ifá.

b-      A coragem dessas pessoas que criam rituais e inventam regras é desprezada e coibida violentamente por quem respeita as tradições e os antepassados, tais pessoas antes de expor o nome de suas famílias deveriam refletir que estão submetendo ao ridículo, gerações e gerações de antepassados.

c-       O prejuízo se estende a todas as pessoas que cultuam ifá e orisás, a vergonha atingia todos, temos que combater tais atitudes e buscar uma forma de afastar essas pessoas de nosso convívio.

d-      Na religião tradicional yoruba não existe nenhum ritual durante a cerimonia do itefa ou isefa que orisás confirmem a feitura de um babalawo as fotos apresentadas no facebook caracterizam a falta de conhecimento do sacerdote e demonstra que a imaginação do mesmo substitui a capacidade e o preparo para a realização das cerimonias.

Na tentativa de esclarecer os nossos amigos que entraram em contato através de e-mail denunciando essas situações descritas, assumimos aqui uma posição não como vice-presidente do conselho nacional de ifá e presidente do conselho de ética, mas sim de alguém que se indigna diante de tanta loucura e ousadia com o sagrado.

 É responsabilidade de todo awo manter a verdade acima de tudo, um Ogboni não aceita esse tipo de ofensa com a nossa fé, com os nossos orisas e com os nossos antepassados.

Dentro do igbo odu é feito um juramento, devemos honrar o compromisso assumido.
Que Ajagunmale julgue os infratores.
Ogboni ekun.




segunda-feira, 28 de outubro de 2013

What A Wonderful World With David Attenborough -- BBC One [FULL HD]


Orunmila eu só tenho que agradecer.


Autor: Babalawo Ifagbaiyin  Agboola.

Hoje é um dia muito especial meu pai esta comemorando 83 anos, sendo que 52 anos de feitura para Obatalá.

No dia da feitura dele eu fui iniciado no culto de orisá, mais precisamente em Obatalá, cultuo de forma especial Obatalá, Soponnan e Osun, assim como Òsáyin.

Quando cheguei à casa do falecido pai Romário de Osaalá em 03/06/1981, trazia comigo esses quatro orisás, e um Bará, conversei com ele e ele me incentivou a abandonar a minha carreira profissional e me dedicar exclusivamente aos orisás, segui os conselhos dele.

No dia 13 de junho deste ano comemoramos 30 anos do Ile Ifá, Obatalá assim como vários orisás estão presentes em nossas vidas, o conselho de meu pai foi acatado e a vida religiosa passou para o primeiro plano, graças à lucidez de meu sacerdote, encontrei meu destino.

Meu pai é de Osalá, meu antigo sacerdote era de Osaalá, minha iyalorisa (Edelzuita) é de Osaala, tenho dois filhos feitos para Osaala e iniciei muitas pessoas para esse orisa, só Osun tem mais iniciações em minha casa, que Obatala foram 70 iniciações, mas Obatala e Soponnan estão muito presentes em meu dia a dia.

É difícil falar dos orisás estabelecendo uma ordem de preferência, cultuo vários orisás com o mesmo carinho, alguns orisás parecem que nos acompanham a tanto tempo, que fazem parte de nós mesmo antes de temos nascido.

Em um período onde esta sendo fornecidos os certificados de formação de babalawos e babalorisas me parece que falar de amor e afinidade com as divindades esta fora de moda.

O dinheiro pode tudo até comprar certificados, com o dinheiro você chega perto do cara pode até ouvir o cara, sentar perto do cara e com muito dinheiro você pode até ser o cara.

No certificado vem à assinatura do cara, o carimbo do cara, e o símbolo do cara, você paga e recebe um documento que só você acredita um documento que a sua vaidade ambicionou e que a sua ignorância conquistou, um documento que a sua prepotência vai manter.

Nos dias de hoje vejo roupas importadas, festas luxuosas, joias feitas sobre encomendas e comparo com o que eu vi quando eu era criança, tudo era muito simples, uma peça de tecido de segunda e todos se vestiam uma roupa igual, o que importava era o amor pelo orisá.

A festa era simples algumas comidas feitas em casa, um doce e umas frutas, nada que se compare a cascata de chocolate, o garçom com gravata borboleta, o clube caro e as luvas brancas.
Hoje o certificado substitui as centenas de noites acordado limpando galinhas e cabritos.

O dinheiro é o passaporte, ele substitui o tempo e o trabalho, a dedicação e a fé, ele abre os caminhos da vaidade e da ambição, minimiza o tempo do aprendizado e justifica conhecimento não obtido, avaliza a incapacidade e certifica a incompetência, mas enfim, os tempos mudaram novos tempos.



NOVOS TEMPOS.


Babalawo Ifagbaiyin Agboola.

Hoje é um dia muito especial meu pai esta comemorando 83 anos, sendo que 52 anos de feitura para Obatalá.

No dia da feitura dele eu fui iniciado no culto de orisá, mais precisamente em Obatalá, cultuo de forma especial Obatalá, Soponnan e Osun, assim como Òsáyin.

Quando cheguei à casa do falecido pai Romário de Osaalá em 03/06/1981, trazia comigo esses quatro orisás, e um Bará, conversei com ele e ele me incentivou a abandonar a minha carreira profissional e me dedicar exclusivamente aos orisás, segui os conselhos dele.

No dia 13 de junho deste ano comemoramos 30 anos do Ile Ifá, Obatalá assim como vários orisás estão presentes em nossas vidas, o conselho de meu pai foi acatado e a vida religiosa passou para o primeiro plano, graças à lucidez de meu sacerdote, encontrei meu destino.

Meu pai é de Osalá, meu antigo sacerdote era de Osaalá, minha iyalorisa (Edelzuita) é de Osaala, tenho dois filhos feitos para Osaala e iniciei muitas pessoas para esse orisa, só Osun tem mais iniciações em minha casa, que Obatala foram 70 iniciações, mas Obatala e Soponnan estão muito presentes em meu dia a dia.

É difícil falar dos orisás estabelecendo uma ordem de preferência, cultuo vários orisás com o mesmo carinho, alguns orisás parecem que nos acompanham a tanto tempo, que fazem parte de nós mesmo antes de temos nascido.

Em um período onde esta sendo fornecidos os certificados de formação de babalawos e babalorisas me parece que falar de amor e afinidade com as divindades esta fora de moda.

O dinheiro pode tudo até comprar certificados, com o dinheiro você chega perto do cara pode até ouvir o cara, sentar perto do cara e com muito dinheiro você pode até ser o cara.

No certificado vem à assinatura do cara, o carimbo do cara, e o símbolo do cara, você paga e recebe um documento que só você acredita um documento que a sua vaidade ambicionou e que a sua ignorância conquistou, um documento que a sua prepotência vai manter.

Nos dias de hoje vejo roupas importadas, festas luxuosas, joias feitas sobre encomendas e comparo com o que eu vi quando eu era criança, tudo era muito simples, uma peça de tecido de segunda e todos se vestiam uma roupa igual, o que importava era o amor pelo orisá.

A festa era simples algumas comidas feitas em casa, um doce e umas frutas, nada que se compare a cascata de chocolate, o garçom com gravata borboleta, o clube caro e as luvas brancas.
Hoje o certificado substitui as centenas de noites acordado limpando galinhas e cabritos.

O dinheiro é o passaporte, ele substitui o tempo e o trabalho, a dedicação e a fé, ele abre os caminhos da vaidade e da ambição, minimiza o tempo do aprendizado e justifica conhecimento não obtido, avaliza a incapacidade e certifica a incompetência, mas enfim, os tempos mudaram novos tempos.


sábado, 12 de outubro de 2013

A filosofia de Ifá.



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola.


Outro dia um amigo me perguntou sobre Ifá, ele me disse:

_ Será que ifá condena quem é homossexual?

 Conversei com ele por quase uma hora, acredito que ele entendeu a minha opinião sobre o assunto, respondi para ele ifá é sabedoria.

Depois de algum tempo refleti sobre nossa conversa, resolvi escrever esse texto.

Ifá para mim é equilíbrio, Ifá está dentro de nós e serve como bússola, é o ponto de referencia para que possamos nos manter no caminho.

Ifá está para o homem como a agua está para a vida, aquele que se afasta da fonte termina morrendo sedento.

Um homem tem que olhar para dentro dele para encontrar Ifá, não é lendo um livro ou indo na Nigéria que você encontra ifá, o encontro com ifá faz parte de uma reflexão sobre o seu comportamento diante da sociedade, o respeito ao próximo e a aceitação de você mesmo.

Se você é homossexual e esta feliz, porque ifá vai interferir em sua preferência sexual?
Acredito que alguns homens que são casados e deixam suas mulheres em casa, e vão se deitar com outros homens ou com outras mulheres estão com mais dificuldades em encontrar ifá, que eles mesmos não imaginam.

A traição afasta você de ifá, o roubo e a maldade com o seu semelhante afasta você de ifá, o homem quando ataca seu semelhante o faz em um momento de desequilíbrio, ifá busca estabelecer o equilíbrio dentro de nós, nos orienta para que possamos cumprir o nosso destino.

Na maioria das vezes a voz interna que ouvimos é a voz de ifá, ela quer nos orientar, mas nos negamos a ouvir.

O equilíbrio, a felicidade são expressões de ifá, talvez por isso seja tão difícil para as pessoas atingirem a realização plena dentro de nossa religião.

 A felicidade é como um vento fresco que sopra em nosso rosto, o vento muda de direção constantemente, fica em nossa memória gravado a sensação da brisa em nossa face, temos que aprender a manter na memória a sensação de felicidade. Nos momentos difíceis devemos buscar as lembranças positivas para que estejamos abastecidos de uma energia que nos mantenha no caminho certo.

A felicidade e o equilíbrio são como a agua que mata a nossa sede, constantemente a sensação de falta de liquido em nosso corpo nos desequilibra, temos que nos mantemos próximos da fonte do bom caráter para seguirmos em harmonia.

A filosofia de ifá não está em decorar versos de odu, conheço pessoas que sabem recitar belos textos, mas seus comportamentos os distanciam de ifá, são pessoas insatisfeitas com a vida e com elas mesmos, ifá nos ensina que cumprir nosso destino é estar feliz.

A verdade anda de mãos dadas com a aceitação e a aceitação é o combustível para o equilíbrio e a felicidade, se você se aceita, e aceita a vida que você tem você é feliz, estando feliz ifá lhe assegura que você esta cumprindo seu destino, Olodumare colocou o homem na terra para viver em felicidade.

O dinheiro não trás felicidade para ninguém, um dos maiores problemas que existem na não aceitação é a procura desesperada pela riqueza, esquecem os menos avisados que os seus destinos estão traçados, que você antes de nascer já fez a sua escolha.

 A parte de nosso destino que pode ser mudada não fala de posses, fala de comportamento, é na melhora e na evolução do caráter que o homem muda o seu destino, não é juntando moedas.

Se você quer ser feliz e ter equilíbrio seja fiel a sua fé, seja fiel as pessoas que você convive, seja fiel a você mesmo, haja sempre com bom caráter.

O conforto não quer dizer riqueza, ifá provém para os seus adeptos, não existe um iniciado em ifá que esteja feliz que passe por necessidade, a alegria de estar bem consigo mesmo alimenta a chama do progresso pessoal.

A caridade propicia a alegria, auxiliar ao próximo faz parte do bom viver, o equilíbrio interno é ajustado pela sensação que estamos no caminho, o homem nasceu para viver em sociedade.

Caridade é magnética e atrai a felicidade e o equilíbrio, ifá nos garante que quando ajudamos nossos semelhantes nos aproximamos do nosso destino.


A filosofia de Ifá.


Texto: Babalawo Ifagbaiyin Agboola.

Outro dia um amigo me perguntou sobre Ifá, ele me disse:

_ Será que ifá condena quem é homossexual?

 Conversei com ele por quase uma hora, acredito que ele entendeu a minha opinião sobre o assunto, respondi para ele ifá é sabedoria.

Depois de algum tempo refleti sobre nossa conversa, resolvi escrever esse texto.

Ifá para mim é equilíbrio, Ifá está dentro de nós e serve como bússola, é o ponto de referencia para que possamos nos manter no caminho.

Ifá está para o homem como a agua está para a vida, aquele que se afasta da fonte termina morrendo sedento.

Um homem tem que olhar para dentro dele para encontrar Ifá, não é lendo um livro ou indo na Nigéria que você encontra ifá, o encontro com ifá faz parte de uma reflexão sobre o seu comportamento diante da sociedade, o respeito ao próximo e a aceitação de você mesmo.

Se você é homossexual e esta feliz, porque ifá vai interferir em sua preferência sexual?
Acredito que alguns homens que são casados e deixam suas mulheres em casa, e vão se deitar com outros homens ou com outras mulheres estão com mais dificuldades em encontrar ifá, que eles mesmos não imaginam.

A traição afasta você de ifá, o roubo e a maldade com o seu semelhante afasta você de ifá, o homem quando ataca seu semelhante o faz em um momento de desequilíbrio, ifá busca estabelecer o equilíbrio dentro de nós, nos orienta para que possamos cumprir o nosso destino.

Na maioria das vezes a voz interna que ouvimos é a voz de ifá, ela quer nos orientar, mas nos negamos a ouvir.

O equilíbrio, a felicidade são expressões de ifá, talvez por isso seja tão difícil para as pessoas atingirem a realização plena dentro de nossa religião.

 A felicidade é como um vento fresco que sopra em nosso rosto, o vento muda de direção constantemente, fica em nossa memória gravado a sensação da brisa em nossa face, temos que aprender a manter na memória a sensação de felicidade. Nos momentos difíceis devemos buscar as lembranças positivas para que estejamos abastecidos de uma energia que nos mantenha no caminho certo.

A felicidade e o equilíbrio são como a agua que mata a nossa sede, constantemente a sensação de falta de liquido em nosso corpo nos desequilibra, temos que nos mantemos próximos da fonte do bom caráter para seguirmos em harmonia.

A filosofia de ifá não está em decorar versos de odu, conheço pessoas que sabem recitar belos textos, mas seus comportamentos os distanciam de ifá, são pessoas insatisfeitas com a vida e com elas mesmos, ifá nos ensina que cumprir nosso destino é estar feliz.

A verdade anda de mãos dadas com a aceitação e a aceitação é o combustível para o equilíbrio e a felicidade, se você se aceita, e aceita a vida que você tem você é feliz, estando feliz ifá lhe assegura que você esta cumprindo seu destino, Olodumare colocou o homem na terra para viver em felicidade.

O dinheiro não trás felicidade para ninguém, um dos maiores problemas que existem na não aceitação é a procura desesperada pela riqueza, esquecem os menos avisados que os seus destinos estão traçados, que você antes de nascer já fez a sua escolha.

 A parte de nosso destino que pode ser mudada não fala de posses, fala de comportamento, é na melhora e na evolução do caráter que o homem muda o seu destino, não é juntando moedas.

Se você quer ser feliz e ter equilíbrio seja fiel a sua fé, seja fiel as pessoas que você convive, seja fiel a você mesmo, haja sempre com bom caráter.

O conforto não quer dizer riqueza, ifá provém para os seus adeptos, não existe um iniciado em ifá que esteja feliz que passe por necessidade, a alegria de estar bem consigo mesmo alimenta a chama do progresso pessoal.

A caridade propicia a alegria, auxiliar ao próximo faz parte do bom viver, o equilíbrio interno é ajustado pela sensação que estamos no caminho, o homem nasceu para viver em sociedade.

Caridade é magnética e atrai a felicidade e o equilíbrio, ifá nos garante que quando ajudamos nossos semelhantes nos aproximamos do nosso destino.


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Orunmila isso é religião?


Autor: Babalawo Ifagbaiyin  Agboola.

Iniciações de quarenta mil reais no sul, iniciações de vinte mil reais em São Paulo, iniciações de vinte cinco mil reais no Rio de Janeiro.

Não me venham com a história que temos que ter ética e respeitar os preços de cada um, eu não respeito isso e vou seguir atacando essa loucura.

Um ebó para um empresário famoso foi cobrado sessenta mil reais, detalhe o material não custou cinquenta reais, isso quer dizer que o vigarista ganhou livre cinquenta e nove mil, novecentos e cinquenta reais.
A pergunta que gostaria de fazer, isso é religião?

Não somos seguidores de Jesus Cristo e não fizemos caridade o tempo todo, todos sabem que manter uma casa de religião custa muito dinheiro, agua, luz, impostos e a manutenção da estrutura tem um custo muito alto, mas usar isso como desculpa para roubar as pessoas é muita cara de pau.

Com o passar dos anos estamos assistindo um espetáculo dantesco às mulheres estão se vestindo com roupas de bailarinas que lembram muito as bonequinhas das antigas caixas de musicas e os homens seguem a linha do Aladim e o tapete mágico, esse vestuário estranho quase sempre tem um custo muito alto, e é financiado pelos menos avisados.

A loucura chega ao ponto de um sujeito levar vários anos para construir um imóvel e no dia da inauguração exigir que todos os seus filhos usem rechilieu, detalhe ele indica a loja e ganha comissão sobre isso, não satisfeito ele empresta dinheiro a juros altíssimos para que seus iniciados comprem a roupa para a bendita festa.
As pessoas chegam a tal ponto de delírio que distribuem entre os seus filhos a lista de presentes que o seu orisa quer ganhar no aniversário com ênfase anel de brilhante, corrente de ouro, pulseira em ouro branco, maquina de lavar de dez quilos e refrigerador duplex.

Eu até os dias de hoje não consegui entender essa patifaria, não sei o que acontece com as pessoas que se submetem a essa loucura, o desejo de ostentar que é iniciado em uma casa de alguém famoso tem um alto preço a ser pago.

Quase todos os famosos cobram muito caro, manter a fama tem um custo alto, um guarda roupa de uma estrela é mantido por altas quantias e algumas vaidades são sustentadas por pessoas que muitas vezes se privam de quase tudo para agradar os seus sacerdotes.

Pedir vinte, trinta, quarenta mil reais para uma pessoa para fazer uma cerimônia e conseguir dormir é fruto de uma história de golpes, contos, ludíbrios que traduzem o malfeitor, o individuo age com tanta naturalidade que enganar as pessoas faz parte da sua formação.

Estou acostumado há ser criticado por meus textos e esse certamente não vai agradar um grande número de espertos, essas figuras que recebem como pagamento de seus trabalhos, camionetas importadas, e até viagens para a Europa são os mesmos que usam as roupas extravagantes, recebem todo o tipo de espírito e criam um teatro ao seu redor.

Tem babalorisas que são acompanhados por um secretário com a função de cuidar de suas jóias quando dá incorporação do orisá me espanta que o orisá espere tranquilamente que cada um dos anéis e correntes feitos sobre encomenda sejam retirados com todo cuidado, antes de abençoar os pobres infelizes.

Olhar essas pessoas fingirem que estão incorporados me provoca, me agride, me incomoda, essa é a razão porque escrevo esse texto, minha paciência assim como a de muitas pessoas esta se esgotando, o roubo e a sacanagem ganha espaço dentro de nossa religião.

Não vou me calar diante de tanta patifaria, acredito que existe muita gente seria, religiosos exemplares que estão sendo prejudicados por esse bando de cafajestes, alguém tem que denunciar, calar é consentir, mais ainda é contribuir com esses bandidos.






Isso é religião?


Texto: Babalawo Ifagbaiyin Agboola.
Iniciações de quarenta mil reais no sul, iniciações de vinte mil reais em São Paulo, iniciações de vinte cinco mil reais no Rio de Janeiro.

Não me venham com a história que temos que ter ética e respeitar os preços de cada um, eu não respeito isso e vou seguir atacando essa loucura.

Um ebó para um empresário famoso foi cobrado sessenta mil reais, detalhe o material não custou cinquenta reais, isso quer dizer que o vigarista ganhou livre cinquenta e nove mil, novecentos e cinquenta reais.
A pergunta que gostaria de fazer, isso é religião?

Não somos seguidores de Jesus Cristo e não fizemos caridade o tempo todo, todos sabem que manter uma casa de religião custa muito dinheiro, agua, luz, impostos e a manutenção da estrutura tem um custo muito alto, mas usar isso como desculpa para roubar as pessoas é muita cara de pau.

Com o passar dos anos estamos assistindo um espetáculo dantesco às mulheres estão se vestindo com roupas de bailarinas que lembram muito as bonequinhas das antigas caixas de musicas e os homens seguem a linha do Aladim e o tapete mágico, esse vestuário estranho quase sempre tem um custo muito alto, e é financiado pelos menos avisados.

A loucura chega ao ponto de um sujeito levar vários anos para construir um imóvel e no dia da inauguração exigir que todos os seus filhos usem rechilieu, detalhe ele indica a loja e ganha comissão sobre isso, não satisfeito ele empresta dinheiro a juros altíssimos para que seus iniciados comprem a roupa para a bendita festa.
As pessoas chegam a tal ponto de delírio que distribuem entre os seus filhos a lista de presentes que o seu orisa quer ganhar no aniversário com ênfase anel de brilhante, corrente de ouro, pulseira em ouro branco, maquina de lavar de dez quilos e refrigerador duplex.

Eu até os dias de hoje não consegui entender essa patifaria, não sei o que acontece com as pessoas que se submetem a essa loucura, o desejo de ostentar que é iniciado em uma casa de alguém famoso tem um alto preço a ser pago.

Quase todos os famosos cobram muito caro, manter a fama tem um custo alto, um guarda roupa de uma estrela é mantido por altas quantias e algumas vaidades são sustentadas por pessoas que muitas vezes se privam de quase tudo para agradar os seus sacerdotes.

Pedir vinte, trinta, quarenta mil reais para uma pessoa para fazer uma cerimônia e conseguir dormir é fruto de uma história de golpes, contos, ludíbrios que traduzem o malfeitor, o individuo age com tanta naturalidade que enganar as pessoas faz parte da sua formação.

Estou acostumado há ser criticado por meus textos e esse certamente não vai agradar um grande número de espertos, essas figuras que recebem como pagamento de seus trabalhos, camionetas importadas, e até viagens para a Europa são os mesmos que usam as roupas extravagantes, recebem todo o tipo de espírito e criam um teatro ao seu redor.

Tem babalorisas que são acompanhados por um secretário com a função de cuidar de suas jóias quando dá incorporação do orisá me espanta que o orisá espere tranquilamente que cada um dos anéis e correntes feitos sobre encomenda sejam retirados com todo cuidado, antes de abençoar os pobres infelizes.

Olhar essas pessoas fingirem que estão incorporados me provoca, me agride, me incomoda, essa é a razão porque escrevo esse texto, minha paciência assim como a de muitas pessoas esta se esgotando, o roubo e a sacanagem ganha espaço dentro de nossa religião.

Não vou me calar diante de tanta patifaria, acredito que existe muita gente seria, religiosos exemplares que estão sendo prejudicados por esse bando de cafajestes, alguém tem que denunciar, calar é consentir, mais ainda é contribuir com esses bandidos.







Homenagem ao mestre Didi


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Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Quando o meu babalorisa faleceu encontrei apoio nas palavras do mestre Didi ele foi gentil comigo e atencioso, e me orientou em tudo que eu precisava, esse é um gesto de gratidão ao grande e inesquecível Alapini.

Deoscóredes Maximiliano dos Santos
02/12/1917
06/10/2013

ÒTÚRÁ-WONRÍN

Karikasikataaa-Imorimo-nmowon!
Ara oko nm’ara ilé
Èrò ayé at’èrò orun ao tun’ra wa ri.
Etutu kiituka kio ma gbarajo.
A dífá f’awa ènìyàn tiimaa sokun okú.
Ibi omo arpatpe tu wa bu won npada si.
Ewo niti ekun,
ewo ni ti ibanuje
ewo niti igbarasanle,
ewo niti aijeun?
Eniti o ran ni wa li o tun npe’ni pada ki a bowalé.
Eyiti nwu wa nínú ayé ko wu Edùmarè.
Omo-aráyé maa jokos’ayé ki won maase ibi,
Edùmarè ko fe, Edùmarè ko gba.
Nje, bi mo ba wípé lo, E maa lo:
bi mo ba wípé bo, E maa boo.
Omo ko le gbaimo baba k’ayé gun.
Ikú liomu omo wa mo orun.
Tani nro ti Edùmarè,
bikositi Èsù tani je ro ti akeboje?
Onikaluku nro ti ara won: won nwa jije-mimu.
Eemo Òkùnkùn.
Omo ko mo Baba!
Fo si mi, kimi fo si O,
ohun lafi nmo ara eni nínú òkùnkùn!
Omo kole gbaimo Baba k’ayé gun.

Tradução.

O Onisciente sabe os que malvadamente atiram nos outros.
As pessoas da fazenda conhecem as pessoas da cidade.
Viajantes da terra e do céu, nós veremos um ao outro novamente.
Térmitas não se espalham sem que se reencontrem.
Foi consultado para a humanidade que está lamentando pela morte.
A humanidade está retornando donde ela veio.
Para que lágrimas?
Para que tristeza?
Para que erguer a si mesmo para cima e para baixo?
Para que jejuar?
Ele que nos envia quando vamos é ele que nos chama para voltar.
Quem nos agrada na terra não agrada Edùmarè.
As pessoas na terra sentam na terra e eles fazem mal.
Edùmarè não gosta; Edùmarè não aceita isto.
Bem então, se eu digo vá, você vai
e se eu disser venha, você vem.
Se uma criança não conhece o seu pai, a terra não é certa.
A morte é quem leva uma criança para conhecer o céu.
Quem está pensando em Edùmarè?
Se não havia nenhum Èsù que pensaria no pobre?
Todo mundo está pensando nele; eles estão procurando comida e bebida.
Mistério da escuridão!
Uma criança não conhece o seu pai!
Fale comigo para que eu possa falar com você;
pela nossas vozes nós reconhecemos um ao outro na escuridão.
Se uma criança não conhece o seu pai, a terra não é certa.

Oráculo Sagrado de Ifá - Afolabi A Epega

Orunmila é a verdade.



Autor: Babalawo Ifagbaiyin  Agboola.

Em agosto de 2010 participei de dois Itefás na cidade de Lagos na Nigéria, entre várias coisas que observei uma situação em particular me chamou a atenção.

Quando fomos levar o carrego dos itefás em uma propriedade próximo ao rio, meu Oluwo levou dinheiro, gin e obi para presentear o proprietário das terras.

 Antes mesmo de nosso pessoal começar os rituais, meu Oluwo e um grupo de babalawos foi visitar o líder de uma comunidade que administravam aquela propriedade, levou com ele uns presentes, mas, mais do que isso ele foi educado.

A falta de educação dos religiosos em nosso país é caracterizada em uma situação que é bastante comum nos dias de hoje, você convida as pessoas para vir a sua casa elas comem, bebem, dançam e ainda recebem espíritos, mas não perdem o hábito de falar mal de você, com naturalidade elas fazem comentários pejorativos.

Como é que alguém que se diz um religioso vem na sua casa e sai falando mal de você, muitas vezes essas pessoas precisaram de você, você as ajudou e até contribuiu com materiais e o seu trabalho para ajuda-las, porque isso acontece, porque as pessoas cospem no prato que comeram?

Alguns historiadores atribuem essa postura de nosso povo alegando que descendemos do pior tipo de gente que fizeram parte da tripulação das caravelas dos colonizadores.

Eu não concordo com isso, acredito que a influência da mídia nessas questões é a explicação para o problema, na vida moderna os pais trabalham fora e as crianças passam grande parte do tempo diante de um aparelho televisor.

Vamos analisar o seguinte, nas novelas todas as mulheres são apaixonadas e mantém um relacionamento com mais de um homem, os homens sabem que suas mulheres são apaixonadas por outro homem, ou por uma mulher e mesmo assim juram amor eterno, enquanto algumas mulheres se dizem apaixonadas visando o lucro financeiro.

A cada quadro que se apresenta demonstrações de falta de caráter e respeito se perpetuam de capítulo em capítulo de novela em novela, os jovens aprendem como fingir, como roubar e como iludir.

Não é raro ver meninas com cinco, seis anos dançando na boquinha da garrafa, isso gera o que nós estamos assistindo, me chama atenção que as autoridades não consigam controlar tal fato, jovens, crianças fazem sexo oral dentro dos carros por cinco reais, esse dinheiro serve para alimentar o vicio e a cada ato mais uma pedra é consumida.

Qualquer dia desses vamos sentir vergonha de ser honestos, já tivemos médicos famosos, estupradores, presidentes ladrões e policiais que erram o tiro e acertam a vitima, nossa história esta sendo escrita com mais erro que acertos, estranho que alguns religiosos não se pronunciem contra essa aberração.

Perda de valores


Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Em agosto de 2010 participei de dois Itefás na cidade de Lagos na Nigéria, entre várias coisas que observei uma situação em particular me chamou a atenção.

Quando fomos levar o carrego dos itefás em uma propriedade próximo ao rio, meu Oluwo levou dinheiro, gin e obi para presentear o proprietário das terras.

 Antes mesmo de nosso pessoal começar os rituais, meu Oluwo e um grupo de babalawos foi visitar o líder de uma comunidade que administravam aquela propriedade, levou com ele uns presentes, mas, mais do que isso ele foi educado.

A falta de educação dos religiosos em nosso país é caracterizada em uma situação que é bastante comum nos dias de hoje, você convida as pessoas para vir a sua casa elas comem, bebem, dançam e ainda recebem espíritos, mas não perdem o hábito de falar mal de você, com naturalidade elas fazem comentários pejorativos.

Como é que alguém que se diz um religioso vem na sua casa e sai falando mal de você, muitas vezes essas pessoas precisaram de você, você as ajudou e até contribuiu com materiais e o seu trabalho para ajuda-las, porque isso acontece, porque as pessoas cospem no prato que comeram?

Alguns historiadores atribuem essa postura de nosso povo alegando que descendemos do pior tipo de gente que fizeram parte da tripulação das caravelas dos colonizadores.

Eu não concordo com isso, acredito que a influência da mídia nessas questões é a explicação para o problema, na vida moderna os pais trabalham fora e as crianças passam grande parte do tempo diante de um aparelho televisor.

Vamos analisar o seguinte, nas novelas todas as mulheres são apaixonadas e mantém um relacionamento com mais de um homem, os homens sabem que suas mulheres são apaixonadas por outro homem, ou por uma mulher e mesmo assim juram amor eterno, enquanto algumas mulheres se dizem apaixonadas visando o lucro financeiro.

A cada quadro que se apresenta demonstrações de falta de caráter e respeito se perpetuam de capítulo em capítulo de novela em novela, os jovens aprendem como fingir, como roubar e como iludir.

Não é raro ver meninas com cinco, seis anos dançando na boquinha da garrafa, isso gera o que nós estamos assistindo, me chama atenção que as autoridades não consigam controlar tal fato, jovens, crianças fazem sexo oral dentro dos carros por cinco reais, esse dinheiro serve para alimentar o vicio e a cada ato mais uma pedra é consumida.

Qualquer dia desses vamos sentir vergonha de ser honestos, já tivemos médicos famosos, estupradores, presidentes ladrões e policiais que erram o tiro e acertam a vitima, nossa história esta sendo escrita com mais erro que acertos, estranho que alguns religiosos não se pronunciem contra essa aberração.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Ifá é para todos.

Autor: Babalawo Ifagbaiyin  Agboola.

Com o objetivo de tentar esclarecer mais uma vez as dúvidas das pessoas que entram em contato conosco, vamos de forma clara e direta abordar alguns rituais da religião tradicional yoruba e do culto a ifá.

Isefá:

 Esse ritual que algumas pessoas tem nos questionado bastante sobre se é uma iniciação ou não, acredito que se você recebe o seu assentamento de Orunmila e através dele tem uma orientação de um odu, e recebe um nome de acordo com o mesmo, não existe como negar que é uma pré-iniciação, se é que podemos dizer assim.

Não podemos dizer que é uma iniciação, porque a pessoa não raspa e não é pintada, com efun (pó branco) e osun (pó vermelho), não recebe opele, nem opon e muito menos irukere.
Exemplo: Ose/ Ogbe.

A pessoa que faz isefá segue, com os seus princípios religiosos, sem alterar o fato da incorporação, no caso de quem se incorporava antes do ritual, esse ritual é muito indicado para pessoas que tem problemas para identificar os orisás mais adequados a serem cultuados.

O itefá é uma iniciação no culto de Orunmila, durante o ritual a cabeça é raspada e o corpo pintado com efun e osun, no itefá poderá ou não ser incluído opele, opon, o irukere é indispensável.
 A pessoa que faz itefá segue com seus princípios religiosos sem alterar o fato da incorporação, no caso de quem se incorporava antes do ritual.

Quanto a incorporação no caso de uma iyanifa existem alguns rituais que impede que ela incorpore, entre os rituais podemos citar aqui, a apresentação a Osun (antepassado), quando os antepassados do Egbe ifá reconhecem a sacerdotisa.

No caso dos babalawos, uma das diferenças é o reconhecimento do mesmo por Iya odu após essa cerimônia ninguém incorpora JAMAIS, isso defini uma das diferenças, de um itefá e um Ìtélodú (cerimônia que Iya odu reconhece o babalawo).
Exemplo: Irete/Iwori, Ogbe/Ate.

Raramente em um isefá a pessoa recebe o assentamento de Èsù, já no itefa é obrigatório o assentamento de ÈSÙ, em alinhamento com o odu do iniciado.

Existem exceções, em um isefá quando aparece à indicação de odus que falam de sacerdócio, tem sequencia o ritual e ifá é alimentado novamente, quando é incluindo um opele para estudo, dando inicio a preparação do futuro sacerdote, babalawo ou iyanifa.

O isefá pode orientar da necessidade de culto a orisás específicos, mas a identificação precisa dos orisá Ori ou orisá ire acontece no itefá.

O bori é indicado em alguns odus mesmo com a orientação do isefá, mas o assentamento de Ori só pode ser feito depois do itefá, onde Ori, odu e Èsù devem ser alinhados para que se cumpram as orientações de Orunmila.

Após o itefá pode ser indicado à iniciação do orisá Ori ou orisa ire, muitas vezes acontece do orisa Ori ser o mesmo orisa ire.

Orisá ire: É um dos orisás que faz parte do odu da pessoa, normalmente no encerramento do itefá, é consultado ifá sobre qual orisa esta trazendo benefícios e indicações positivas para o iniciado.

Exemplo:
Odu Irete/Ogbe: esse odu fala de problemas para a concepção, nesse odu fala muito Osun, Olósa e Olokun, esses podem ser os Orisás (ires), aqueles que vão beneficiar a pessoa, isso não quer dizer que o orisa Ori seja um deles, embora seja muito comum nesse caso orisa Ori Osun.

Orisa Ori:

 Essa é uma designação comumente usada para identificar o orisá da feitura, de um oloorisa ou um futuro babalorisa, é muito comum que a pessoa receba inúmeros benefícios dos orisás ires, mas pode acontecer que os aspectos positivos para a vida do iniciado, venha através do orisa Ori.

Ori:

No itefá é comum após identificar o odu à preparação do Ile Ori, não existe iniciação em Ori, existe sim etutu no iba previamente preparado em alinhamento com o odu de nascimento.
 Quem não passou por itefá oferece etutu em uma vasilha simples em sua cabeça, mas não tem Ile Ori.
Exemplo: Ogbe meji, Ogbe irosun, iwori meji, Oturupon meji.

Aje:

 Vejo muitas pessoas falando sobre iniciação em Aje, existem varias formas de iniciar no culto desse orisa, mas o ideal é após o itefa, Aje deve ser assentado com o odu de nascimento em alinhamento com o Ori e o Èsù pessoal ou Alajé. A iniciação correta proporciona resultados surpreendentes.
Exemplo: Ogbe meji, Ogbe/Obara, Ogbe/ ate.

Iya mi em algumas cerimonias de isefá ou itefá é comum identificar a necessidade do iniciado em ifá, pactuar com Iya mi, o certo é que a palavra iniciação não deve ser usado no culto de Iya mi, ninguém inicia em Iya mi!

Exemplo: Osa meji, Ogbe/Osa.

Baba Oro, após o itefá algumas pessoas do sexo masculino necessitam da iniciação no culto dessa divindade, o número de odus que indica iniciação em Oro é bastante reduzido.

Exemplo: Ate pa iwori .

Baba Egungun:

Algumas pessoas necessitam ser iniciadas no culto de Egungun após a cerimônia do isefá ou o Itefá é comum a iniciação nesse orisa.

Exemplo: odu Oturupon meji, Ika meji, Irete meji.

Algumas iniciações podem surgir de indicações durante consulta a Orunmila com opele.

O babalawo assim como a iyanifa pode orientar os iniciados a partir de uma consulta aos ikins do iniciado, mas também é muito comum que ele consulte com os seus ikins, existem situações que dispensa iniciações e ebós.

Exemplo: odu Irete/Oyeku

Para algumas pessoas o entendimento desse texto pode ser prejudicado principalmente quando abordamos os pactos com Iya mi mas existe a necessidade de manter algumas coisas entre as linhas e a abordagem com eufemismo se faz necessário.









Ifá é para todos.

Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Com o objetivo de tentar esclarecer mais uma vez as dúvidas das pessoas que entram em contato conosco, vamos de forma clara e direta abordar alguns rituais da religião tradicional yoruba e do culto a ifá.

Isefá:

 Esse ritual que algumas pessoas tem nos questionado bastante sobre se é uma iniciação ou não, acredito que se você recebe o seu assentamento de Orunmila e através dele tem uma orientação de um odu, e recebe um nome de acordo com o mesmo, não existe como negar que é uma pré-iniciação, se é que podemos dizer assim.

Não podemos dizer que é uma iniciação, porque a pessoa não raspa e não é pintada, com efun (pó branco) e osun (pó vermelho), não recebe opele, nem opon e muito menos irukere.
Exemplo: Ose/ Ogbe.

A pessoa que faz isefá segue, com os seus princípios religiosos, sem alterar o fato da incorporação, no caso de quem se incorporava antes do ritual, esse ritual é muito indicado para pessoas que tem problemas para identificar os orisás mais adequados a serem cultuados.

O itefá é uma iniciação no culto de Orunmila, durante o ritual a cabeça é raspada e o corpo pintado com efun e osun, no itefá poderá ou não ser incluído opele, opon, o irukere é indispensável.
 A pessoa que faz itefá segue com seus princípios religiosos sem alterar o fato da incorporação, no caso de quem se incorporava antes do ritual.

Quanto a incorporação no caso de uma iyanifa existem alguns rituais que impede que ela incorpore, entre os rituais podemos citar aqui, a apresentação a Osun (antepassado), quando os antepassados do Egbe ifá reconhecem a sacerdotisa.

No caso dos babalawos, uma das diferenças é o reconhecimento do mesmo por Iya odu após essa cerimônia ninguém incorpora JAMAIS, isso defini uma das diferenças, de um itefá e um Ìtélodú (cerimônia que Iya odu reconhece o babalawo).
Exemplo: Irete/Iwori, Ogbe/Ate.

Raramente em um isefá a pessoa recebe o assentamento de Èsù, já no itefa é obrigatório o assentamento de ÈSÙ, em alinhamento com o odu do iniciado.

Existem exceções, em um isefá quando aparece à indicação de odus que falam de sacerdócio, tem sequencia o ritual e ifá é alimentado novamente, quando é incluindo um opele para estudo, dando inicio a preparação do futuro sacerdote, babalawo ou iyanifa.

O isefá pode orientar da necessidade de culto a orisás específicos, mas a identificação precisa dos orisá Ori ou orisá ire acontece no itefá.

O bori é indicado em alguns odus mesmo com a orientação do isefá, mas o assentamento de Ori só pode ser feito depois do itefá, onde Ori, odu e Èsù devem ser alinhados para que se cumpram as orientações de Orunmila.

Após o itefá pode ser indicado à iniciação do orisá Ori ou orisa ire, muitas vezes acontece do orisa Ori ser o mesmo orisa ire.

Orisá ire: É um dos orisás que faz parte do odu da pessoa, normalmente no encerramento do itefá, é consultado ifá sobre qual orisa esta trazendo benefícios e indicações positivas para o iniciado.

Exemplo:
Odu Irete/Ogbe: esse odu fala de problemas para a concepção, nesse odu fala muito Osun, Olósa e Olokun, esses podem ser os Orisás (ires), aqueles que vão beneficiar a pessoa, isso não quer dizer que o orisa Ori seja um deles, embora seja muito comum nesse caso orisa Ori Osun.

Orisa Ori:

 Essa é uma designação comumente usada para identificar o orisá da feitura, de um oloorisa ou um futuro babalorisa, é muito comum que a pessoa receba inúmeros benefícios dos orisás ires, mas pode acontecer que os aspectos positivos para a vida do iniciado, venha através do orisa Ori.

Ori:

No itefá é comum após identificar o odu à preparação do Ile Ori, não existe iniciação em Ori, existe sim etutu no iba previamente preparado em alinhamento com o odu de nascimento.
 Quem não passou por itefá oferece etutu em uma vasilha simples em sua cabeça, mas não tem Ile Ori.
Exemplo: Ogbe meji, Ogbe irosun, iwori meji, Oturupon meji.

Aje:

 Vejo muitas pessoas falando sobre iniciação em Aje, existem varias formas de iniciar no culto desse orisa, mas o ideal é após o itefa, Aje deve ser assentado com o odu de nascimento em alinhamento com o Ori e o Èsù pessoal ou Alajé. A iniciação correta proporciona resultados surpreendentes.
Exemplo: Ogbe meji, Ogbe/Obara, Ogbe/ ate.

Iya mi em algumas cerimonias de isefá ou itefá é comum identificar a necessidade do iniciado em ifá, pactuar com Iya mi, o certo é que a palavra iniciação não deve ser usado no culto de Iya mi, ninguém inicia em Iya mi!

Exemplo: Osa meji, Ogbe/Osa.

Baba Oro, após o itefá algumas pessoas do sexo masculino necessitam da iniciação no culto dessa divindade, o número de odus que indica iniciação em Oro é bastante reduzido.

Exemplo: Ate pa iwori .

Baba Egungun:

Algumas pessoas necessitam ser iniciadas no culto de Egungun após a cerimônia do isefá ou o Itefá é comum a iniciação nesse orisa.

Exemplo: odu Oturupon meji, Ika meji, Irete meji.

Algumas iniciações podem surgir de indicações durante consulta a Orunmila com opele.

O babalawo assim como a iyanifa pode orientar os iniciados a partir de uma consulta aos ikins do iniciado, mas também é muito comum que ele consulte com os seus ikins, existem situações que dispensa iniciações e ebós.

Exemplo: odu Irete/Oyeku

Para algumas pessoas o entendimento desse texto pode ser prejudicado principalmente quando abordamos os pactos com Iya mi mas existe a necessidade de manter algumas coisas entre as linhas e a abordagem com eufemismo se faz necessário.