quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Ifá é para todos.

Autor: Babalawo Ifagbaiyin  Agboola.

Com o objetivo de tentar esclarecer mais uma vez as dúvidas das pessoas que entram em contato conosco, vamos de forma clara e direta abordar alguns rituais da religião tradicional yoruba e do culto a ifá.

Isefá:

 Esse ritual que algumas pessoas tem nos questionado bastante sobre se é uma iniciação ou não, acredito que se você recebe o seu assentamento de Orunmila e através dele tem uma orientação de um odu, e recebe um nome de acordo com o mesmo, não existe como negar que é uma pré-iniciação, se é que podemos dizer assim.

Não podemos dizer que é uma iniciação, porque a pessoa não raspa e não é pintada, com efun (pó branco) e osun (pó vermelho), não recebe opele, nem opon e muito menos irukere.
Exemplo: Ose/ Ogbe.

A pessoa que faz isefá segue, com os seus princípios religiosos, sem alterar o fato da incorporação, no caso de quem se incorporava antes do ritual, esse ritual é muito indicado para pessoas que tem problemas para identificar os orisás mais adequados a serem cultuados.

O itefá é uma iniciação no culto de Orunmila, durante o ritual a cabeça é raspada e o corpo pintado com efun e osun, no itefá poderá ou não ser incluído opele, opon, o irukere é indispensável.
 A pessoa que faz itefá segue com seus princípios religiosos sem alterar o fato da incorporação, no caso de quem se incorporava antes do ritual.

Quanto a incorporação no caso de uma iyanifa existem alguns rituais que impede que ela incorpore, entre os rituais podemos citar aqui, a apresentação a Osun (antepassado), quando os antepassados do Egbe ifá reconhecem a sacerdotisa.

No caso dos babalawos, uma das diferenças é o reconhecimento do mesmo por Iya odu após essa cerimônia ninguém incorpora JAMAIS, isso defini uma das diferenças, de um itefá e um Ìtélodú (cerimônia que Iya odu reconhece o babalawo).
Exemplo: Irete/Iwori, Ogbe/Ate.

Raramente em um isefá a pessoa recebe o assentamento de Èsù, já no itefa é obrigatório o assentamento de ÈSÙ, em alinhamento com o odu do iniciado.

Existem exceções, em um isefá quando aparece à indicação de odus que falam de sacerdócio, tem sequencia o ritual e ifá é alimentado novamente, quando é incluindo um opele para estudo, dando inicio a preparação do futuro sacerdote, babalawo ou iyanifa.

O isefá pode orientar da necessidade de culto a orisás específicos, mas a identificação precisa dos orisá Ori ou orisá ire acontece no itefá.

O bori é indicado em alguns odus mesmo com a orientação do isefá, mas o assentamento de Ori só pode ser feito depois do itefá, onde Ori, odu e Èsù devem ser alinhados para que se cumpram as orientações de Orunmila.

Após o itefá pode ser indicado à iniciação do orisá Ori ou orisa ire, muitas vezes acontece do orisa Ori ser o mesmo orisa ire.

Orisá ire: É um dos orisás que faz parte do odu da pessoa, normalmente no encerramento do itefá, é consultado ifá sobre qual orisa esta trazendo benefícios e indicações positivas para o iniciado.

Exemplo:
Odu Irete/Ogbe: esse odu fala de problemas para a concepção, nesse odu fala muito Osun, Olósa e Olokun, esses podem ser os Orisás (ires), aqueles que vão beneficiar a pessoa, isso não quer dizer que o orisa Ori seja um deles, embora seja muito comum nesse caso orisa Ori Osun.

Orisa Ori:

 Essa é uma designação comumente usada para identificar o orisá da feitura, de um oloorisa ou um futuro babalorisa, é muito comum que a pessoa receba inúmeros benefícios dos orisás ires, mas pode acontecer que os aspectos positivos para a vida do iniciado, venha através do orisa Ori.

Ori:

No itefá é comum após identificar o odu à preparação do Ile Ori, não existe iniciação em Ori, existe sim etutu no iba previamente preparado em alinhamento com o odu de nascimento.
 Quem não passou por itefá oferece etutu em uma vasilha simples em sua cabeça, mas não tem Ile Ori.
Exemplo: Ogbe meji, Ogbe irosun, iwori meji, Oturupon meji.

Aje:

 Vejo muitas pessoas falando sobre iniciação em Aje, existem varias formas de iniciar no culto desse orisa, mas o ideal é após o itefa, Aje deve ser assentado com o odu de nascimento em alinhamento com o Ori e o Èsù pessoal ou Alajé. A iniciação correta proporciona resultados surpreendentes.
Exemplo: Ogbe meji, Ogbe/Obara, Ogbe/ ate.

Iya mi em algumas cerimonias de isefá ou itefá é comum identificar a necessidade do iniciado em ifá, pactuar com Iya mi, o certo é que a palavra iniciação não deve ser usado no culto de Iya mi, ninguém inicia em Iya mi!

Exemplo: Osa meji, Ogbe/Osa.

Baba Oro, após o itefá algumas pessoas do sexo masculino necessitam da iniciação no culto dessa divindade, o número de odus que indica iniciação em Oro é bastante reduzido.

Exemplo: Ate pa iwori .

Baba Egungun:

Algumas pessoas necessitam ser iniciadas no culto de Egungun após a cerimônia do isefá ou o Itefá é comum a iniciação nesse orisa.

Exemplo: odu Oturupon meji, Ika meji, Irete meji.

Algumas iniciações podem surgir de indicações durante consulta a Orunmila com opele.

O babalawo assim como a iyanifa pode orientar os iniciados a partir de uma consulta aos ikins do iniciado, mas também é muito comum que ele consulte com os seus ikins, existem situações que dispensa iniciações e ebós.

Exemplo: odu Irete/Oyeku

Para algumas pessoas o entendimento desse texto pode ser prejudicado principalmente quando abordamos os pactos com Iya mi mas existe a necessidade de manter algumas coisas entre as linhas e a abordagem com eufemismo se faz necessário.









Ifá é para todos.

Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Com o objetivo de tentar esclarecer mais uma vez as dúvidas das pessoas que entram em contato conosco, vamos de forma clara e direta abordar alguns rituais da religião tradicional yoruba e do culto a ifá.

Isefá:

 Esse ritual que algumas pessoas tem nos questionado bastante sobre se é uma iniciação ou não, acredito que se você recebe o seu assentamento de Orunmila e através dele tem uma orientação de um odu, e recebe um nome de acordo com o mesmo, não existe como negar que é uma pré-iniciação, se é que podemos dizer assim.

Não podemos dizer que é uma iniciação, porque a pessoa não raspa e não é pintada, com efun (pó branco) e osun (pó vermelho), não recebe opele, nem opon e muito menos irukere.
Exemplo: Ose/ Ogbe.

A pessoa que faz isefá segue, com os seus princípios religiosos, sem alterar o fato da incorporação, no caso de quem se incorporava antes do ritual, esse ritual é muito indicado para pessoas que tem problemas para identificar os orisás mais adequados a serem cultuados.

O itefá é uma iniciação no culto de Orunmila, durante o ritual a cabeça é raspada e o corpo pintado com efun e osun, no itefá poderá ou não ser incluído opele, opon, o irukere é indispensável.
 A pessoa que faz itefá segue com seus princípios religiosos sem alterar o fato da incorporação, no caso de quem se incorporava antes do ritual.

Quanto a incorporação no caso de uma iyanifa existem alguns rituais que impede que ela incorpore, entre os rituais podemos citar aqui, a apresentação a Osun (antepassado), quando os antepassados do Egbe ifá reconhecem a sacerdotisa.

No caso dos babalawos, uma das diferenças é o reconhecimento do mesmo por Iya odu após essa cerimônia ninguém incorpora JAMAIS, isso defini uma das diferenças, de um itefá e um Ìtélodú (cerimônia que Iya odu reconhece o babalawo).
Exemplo: Irete/Iwori, Ogbe/Ate.

Raramente em um isefá a pessoa recebe o assentamento de Èsù, já no itefa é obrigatório o assentamento de ÈSÙ, em alinhamento com o odu do iniciado.

Existem exceções, em um isefá quando aparece à indicação de odus que falam de sacerdócio, tem sequencia o ritual e ifá é alimentado novamente, quando é incluindo um opele para estudo, dando inicio a preparação do futuro sacerdote, babalawo ou iyanifa.

O isefá pode orientar da necessidade de culto a orisás específicos, mas a identificação precisa dos orisá Ori ou orisá ire acontece no itefá.

O bori é indicado em alguns odus mesmo com a orientação do isefá, mas o assentamento de Ori só pode ser feito depois do itefá, onde Ori, odu e Èsù devem ser alinhados para que se cumpram as orientações de Orunmila.

Após o itefá pode ser indicado à iniciação do orisá Ori ou orisa ire, muitas vezes acontece do orisa Ori ser o mesmo orisa ire.

Orisá ire: É um dos orisás que faz parte do odu da pessoa, normalmente no encerramento do itefá, é consultado ifá sobre qual orisa esta trazendo benefícios e indicações positivas para o iniciado.

Exemplo:
Odu Irete/Ogbe: esse odu fala de problemas para a concepção, nesse odu fala muito Osun, Olósa e Olokun, esses podem ser os Orisás (ires), aqueles que vão beneficiar a pessoa, isso não quer dizer que o orisa Ori seja um deles, embora seja muito comum nesse caso orisa Ori Osun.

Orisa Ori:

 Essa é uma designação comumente usada para identificar o orisá da feitura, de um oloorisa ou um futuro babalorisa, é muito comum que a pessoa receba inúmeros benefícios dos orisás ires, mas pode acontecer que os aspectos positivos para a vida do iniciado, venha através do orisa Ori.

Ori:

No itefá é comum após identificar o odu à preparação do Ile Ori, não existe iniciação em Ori, existe sim etutu no iba previamente preparado em alinhamento com o odu de nascimento.
 Quem não passou por itefá oferece etutu em uma vasilha simples em sua cabeça, mas não tem Ile Ori.
Exemplo: Ogbe meji, Ogbe irosun, iwori meji, Oturupon meji.

Aje:

 Vejo muitas pessoas falando sobre iniciação em Aje, existem varias formas de iniciar no culto desse orisa, mas o ideal é após o itefa, Aje deve ser assentado com o odu de nascimento em alinhamento com o Ori e o Èsù pessoal ou Alajé. A iniciação correta proporciona resultados surpreendentes.
Exemplo: Ogbe meji, Ogbe/Obara, Ogbe/ ate.

Iya mi em algumas cerimonias de isefá ou itefá é comum identificar a necessidade do iniciado em ifá, pactuar com Iya mi, o certo é que a palavra iniciação não deve ser usado no culto de Iya mi, ninguém inicia em Iya mi!

Exemplo: Osa meji, Ogbe/Osa.

Baba Oro, após o itefá algumas pessoas do sexo masculino necessitam da iniciação no culto dessa divindade, o número de odus que indica iniciação em Oro é bastante reduzido.

Exemplo: Ate pa iwori .

Baba Egungun:

Algumas pessoas necessitam ser iniciadas no culto de Egungun após a cerimônia do isefá ou o Itefá é comum a iniciação nesse orisa.

Exemplo: odu Oturupon meji, Ika meji, Irete meji.

Algumas iniciações podem surgir de indicações durante consulta a Orunmila com opele.

O babalawo assim como a iyanifa pode orientar os iniciados a partir de uma consulta aos ikins do iniciado, mas também é muito comum que ele consulte com os seus ikins, existem situações que dispensa iniciações e ebós.

Exemplo: odu Irete/Oyeku

Para algumas pessoas o entendimento desse texto pode ser prejudicado principalmente quando abordamos os pactos com Iya mi mas existe a necessidade de manter algumas coisas entre as linhas e a abordagem com eufemismo se faz necessário.









domingo, 29 de setembro de 2013

BRASIL MOSTRA A TUA CARA.


Autor: Babalawo Ifagbaiyin  Agboola.


A história politica recente do Brasil é tão vergonhosa que parece que a mãe pátria deu a luz a inúmeros filhos sem nenhuma vergonha.

Em meio a escândalos, desvios de verbas e acidentes fatais envolvendo pessoas que denunciaram os corruptos, as páginas da história da nossa politica estão sendo escritas.

Partes de nossa população não escondem o instinto corrupto.

 A lei que se faz presente é a lei da vantagem, onde o que mais se vê é o uso do comportamento politicamente incorreto.

Nas religiões não é muito diferente da politica, acontece de tudo um pouco.
Constantemente atendo pessoas que se dizem iniciados, mas o relato delas me deixa bastante preocupado com o futuro de nossa religião no Brasil.

A ordem que essas pessoas descrevem de suas iniciações, não existe, assim como não existe iniciação em òrìsà, pelo correio.

Nos últimos meses tenho recebido relatos de pessoas que são iniciadas sem estar presente nos rituais, isso é impossível.

A falta de vergonha de supostos sacerdotes me faz pensar sobre a capacidade humana, me parece que tudo pode ser negociado, que tudo tem um preço e isso me envergonha.

Já denunciei várias vezes à venda de òrìsàs pelo correio!

 Você recebe em casa Egbe Orun, Obalúwàiyé, Èṣù Awure, Ṣàngó e outros òrìsàs, sem ter tido qualquer contato com os sacerdotes que preparam esses òrìsàs.

Como é que um òrìsà é preparado na Nigéria para uma pessoa sem a sua presença?

Essas loucuras necessitam ser combatidas.

 Hoje um sujeito me ofereceu na rede social, segredos do culto de Iya mi, me parece que as pessoas estão sem nenhum escrúpulo.

Alguns awos de hoje, desconhecem que existem várias formas de alimentar um opele.

 O opele que passa por rituais junto com ifá na iniciação passa por outros rituais bem diferentes, para atender clientes, existem vários tipo de opele e várias consagrações diferentes.

No caso do opon, assim como opele, cada tipo de consagração tem uma finalidade, o opon do awo ifá, é consagrado diferente, do opon do Bàbàláwo.

O processo que envolve a formação de um Bàbàláwo é fundamentado em muita dedicação e paciência, além de muita seriedade e responsabilidade.
Está sendo criada uma nova versão do que é a religião tradicional yoruba, distorcendo o que ela tem de mais bonito e mais puro.

Será que as pessoas acreditam que o dinheiro compra tudo?
Existem pessoas em nosso meio prejudicando a imagem daquilo que mais respeitamos, que é o òrìsà.

Quando isso tudo vai ter uma solução?

A questão é histórica, o culpado é aquele que aceita o dinheiro, ou o que paga por algo que não tem direito?

 A vergonha maior é saber que tanto um como outro sempre vão procurar justificar os seus atos com boas intenções.









BRASIL MOSTRA A TUA CARA.


A história politica recente do Brasil é tão vergonhosa, que a mãe pátria pariu inúmeros filhos sem nenhuma vergonha, em meio a escândalos, desvios de verbas e acidentes fatais envolvendo pessoas que denunciaram corruptos, as páginas da história de nosso povo estão sendo escritas.

Partes de nossa população, homens, mulheres e até crianças, não escondem o instinto corrupto, a lei que se faz presente, é a lei da vantagem onde o que mais se vê é o uso do comportamento politicamente incorreto.

Há algum tempo atrás, li em uma revista, uma declaração de um babalawo que disse “no Brasil não tem dez babalawos de verdade”, isso na época me deixou muito irritado, fiquei triste porque imaginava que a pessoa queria chamar a atenção para a sua boa formação de sacerdote, desfazendo da formação dos outros.

Constantemente atendo pessoas que se dizem babalawos, a grande maioria deles não foi apresentado, para iya odu, e fizeram uma iniciação no mínimo estranha, o número de cerimonias descritas por essas pessoas, lembra mais um isefa, com algumas invenções.

A ordem que essas pessoas descrevem de suas iniciações, não existe, assim como não existe iniciação em egungun, pelo correio, no meu caso eu antes de receber por ordem do meu oluwo, das mãos do meu babalawo o primeiro baba egungun de minha casa, cultuei egungun, em isan, mais de vinte anos, como alguém pode ser iniciado pelo correio?

Nos últimos meses tenho recebido relatos de pessoas que são iniciadas sem estar presente, em rituais, a grande maioria das pessoas deveriam ser orientadas haja visto que a presença na iniciação é condição primeira para os rituais, além da aprovação de ifá.

A falta de vergonha de supostos oluwos, me faz pensar sobre a capacidade humana em termos de que tudo pode ser negociado, que tudo tem um preço e isso me vergonha.

Já denunciei várias vezes à venda de iya odu, pelo correio, se não fosse isso a venda de òrìsàs vindos da Nigéria na cidade de São Paulo, já vem sendo feita, há algum tempo.

 Você recebe em casa Egbe Orun, Obaluaiyê, Esu Awere, Sango e outros òrìsàs, sem ter tido qualquer contato com os sacerdotes que preparam esses orisás, mesmo você não sendo iniciado.
Como é que um òrìsà é preparado na África, para alguém que o sacerdote desconhece o nome e que não sabe nada dessa divindade?

Isso seria a mesma coisa, que iniciar um leigo em Ogboni.
 Essas loucuras tem que serem combatidas, hoje mesmo um sujeito me ofereceu no facebook, segredos do culto de Iya mi, as pessoas estão completamente sem vergonha.

Alguns dos babalawos de hoje, desconhecem que existem várias formas de alimentar um opele.
 O opele que passa por rituais junto com ifá na iniciação passa por outros rituais bem diferentes, para atender clientes, existem vários tipo de opele e várias consagrações diferentes.

O opon assim como opele, cada uma direcionada para uma finalidade, passam por rituais distintos, o opon do awo ifá, é consagrado diferente, do opon do babalawo.

O processo que envolve a formação de um babalawo é fundamentado em muita dedicação e paciência, além de muita seriedade e responsabilidade.

O Conselho Nacional de Ifá vai enfrentar muitas dificuldades, muitas pessoas não conseguem abrir mão de crenças particulares, e carregam isso para dentro do culto de ifá. Esse fato cria uma nova versão do que é a religião tradicional yoruba, distorcendo o que ela tem, de mais bonito e mais puro, que é a simplicidade dos rituais.

 O carnaval esta no Brasil, para o ifá, assim como a falta de respeito com as pessoas que procuram a nossa religião, esta para a divulgação de coisas que não existem.

O trabalho do CNI vai exigir paciência e pulso forte, os membros do conselho vão precisar de apoio jurídico que através das leis de nosso país, podem coibir invencionices que estão sendo usadas para preencher a lacuna da falta de informação.

Às vezes penso, será que o babalawo, que deu a declaração à revista tem razão?

A questão é histórica, o maior corrupto é o que aceita o dinheiro, ou aquele que paga por algo que não tem direito.

 A vergonha maior é saber que tanto um como outro sempre vão procurar justificar os seus atos com boas intenções.




quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Iniciação em ifá sem mistérios




Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Quando se ouve falar de um itefá algumas pessoas menos avisadas imaginam algo impossível de ser feito no Brasil.

Na verdade o itefá já é feito no Brasil há muitos anos, vejo falar de tudo, leio coisas que parecem um conto de fadas, já li desde plantas especiais, até tipo de terra especial em um Igbodu, em meio a tudo isso fico imaginando o que o leigo consegue entender sobre a iniciação em ifá e as suas implicações.

É evidente que entre esses grandes números de informações destorcidos, existem duas ou três razões, a primeira delas é a falta de informações das pessoas que divulgam, a segunda eu considero pior, que é o interesse em dificultar para que se sinta a implicação direta de que quanto mais difícil mais caro deva ser cobrado.

Então seguindo os versos de ifá, vou tentar afastar os mistérios de uma iniciação, pretendo aqui descrever alguns rituais sem ofender os segredos contidos dentro do Igbodu.

Todos sabem que para que um itefa seja realizado, é necessário mais de um Bàbàláwo, na Nigéria é comum se ver, vinte Bàbàláwos para fazer um itefa, lá tudo é bem diferente daqui e os Bàbàláwos são muito unidos, todos respeitam as diferenças familiares em rituais e convivem em harmonia, o fato de necessitar várias pessoas para um itefá, poderá ser percebido conforme segue a orientação de Orunmila nesse ifá.

O trabalho que envolve uma iniciação pode ser visto de duas formas, existem dois tipos de Igbodu, o que é construído só com folhas ou aquele que já é pré-construído e abriga ìyá odu, durante todo o ano, esse segundo é mais comum, haja visto que todos sabem que mulheres não podem ter acesso a esse assentamento, então na Nigéria é comum que ìyá odu seja mantida em uma pequena construção de alvenaria ou madeira.

Outro erro que é visto no nosso país e a referência ao Igbodu, (floresta sagrada), tradução essa que é vista por leigos como a necessidade de iniciar uma pessoa em ifá no meio das matas, é verdade que em algumas aldeias retiradas, ainda tem bastante árvores, mais ninguém fica no meio do mato abandonado por três dias e três noites, me divirto quando ouço esses relatos.

Após a consulta a ifá que identifica o momento exato da iniciação e é constatada a autorização de ifá, para que aquele sacerdote dirija a cerimonia após a chegada da pessoa a ser iniciada, com todos os matérias que foram previamente comprados de acordo com a orientação do Bàbàláwo, se inicia as cerimônias, que depende da família, são em torno de 50 rituais diferentes.

Um ou dois Bàbàláwos são encarregados de preparar o Igbodu com folhas, dividindo a entrada e o espaço a ser utilizado em duas partes, um dos Bàbàláwos após a preparação do ambiente, alimenta a terra e pede permissão para construir o caminho que eleva ao ambiente sagrado, depositando na terra, búzios e dois ou três elementos a mais em número impar de um lado e par do outro lado da estrada, que dá acesso ao local, previamente preparado.

O grupo que vai participar da iniciação se divide em tarefas, enquanto a ìyá apetebi cuida dos pertences do iniciado, a Iyanifa prepara o carrego para a entrada no Igbodu, em meio a isso, o Oluwo e o Bàbàláwo amarram simultaneamente em um dos braços e uma das pernas um pedaço de tecido virgem branco que contém uma parte de um dinheiro que representam o pagamento para o inicio dos rituais.

Começa então um cortejo que se desenvolve em direção ao Igbodu, com o Oluwo na frente conduzindo Osun (antepassado), que representa o reconhecimento dos antepassados para o ritual que se inicia, seguido pelo Bàbàláwo e a ìyá apetebi, com o yangui de Èṣù, sobre a cabeça, esse ritual que apresenta o iniciado aos antepassados dos familiares retrata o esforço que ele faz para agradar as divindades, em um carrego bastante amplo, amostras de cada um dos elementos a serem usados na iniciação, são conduzidas sobre a cabeça do iniciado, acompanhado dos membros do egbe ifá, amparado pelo Iyanifa que agrada com dendê, gim, algumas divindades aos pés do cortejo.

Na entrada do Igbodu o iniciado vai estar vendado, pois até que sejam formalizados os rituais para que ele entre na parte que antecede o Igbodu, muitas coisa acontece, ele é envolvido em um clima de expectativa sentado segurando os animais e o material, enquanto o Oluwo e o Bàbàláwo oferecem Obì e orógbó para Èṣù Odara e Orunmila.

Após a autorização a venda é retirada todo material é colocado dentro do Igbodu e se inicia a raspagem do iniciado, é claro que todos entendem a razão de omitir alguns detalhes aqui, vamos seguir a descrição, deixando pequenos espaços, mas desmistificando o grosso dos rituais. Os rituais prosseguem simultaneamente, os mesmos Bàbàláwos que preparam Osun (antepassados), previamente para a cerimônia reservam uma parte das folhas que vai ser usada junto com um elemento especifico para lavar os olhos das pessoas que vão começar os rituais dentro do Igbodu.

O primeiro grupo trabalha na preparação da parte interna do Igbodu, e o segundo grupo prepara o iniciado, pode acontecer nesse espaço de tempo que um terceiro grupo busque fora elementos que caracterizam o ritual que jamais podem ser mencionados ou vistos por quem não tenha participado de tal ritual antes.
O numero de cerimônias da uma dimensão da quantidade de trabalho, esse número grande de pessoas precisa usar os banheiros que devem estar limpos e evidentemente precisa estar bem alimentados, o que implica em muito trabalho nos bastidores.

Após a entrada o Oluwo e Bàbàláwo agradam ifá, Iya odu, Osun (antepassados) e Èṣù, não necessariamente nessa ordem mais em ordem que não vamos divulgar aqui, o iniciado que antes da entrada passou por uma consulta a ifá, e por um ebó riru, agora com a cabeça raspada, vai conhecer o seu odu, que em seguida vai ser alimentado é evidente que antes disso são feitos alguns imules e antes que o awo coloque os olhos no seu ifá, da terra vai brotar o segredo.

Depois disso alguns rituais envolvendo banhos, pinturas e a preparação da nova roupa do awo, devem ser feitos de forma reservada, por pessoas do mesmo sexo, considerando o fato de que para colocar uma roupa é necessário tirar outra que vai ser despachado junto com o cabelo, em um local que não vamos definir aqui, posteriormente a isso e só posteriormente a isso, o Èṣù do iniciado vai ser alimentado, em alinhamento com o odu ifá do awo.

Após essa parte, todos os participantes fazem um intervalo onde se alimentam e planeja a segunda etapa, na segunda etapa o Èṣù da casa é alimentado, e abençoa o caminho do novo iniciado como membro do egbe.
Seguimos descrevendo evidentemente em uma ordem que não deixe nítido o teor e a sequencia dos rituais, o grupo desenvolve várias atribuições ao mesmo tempo, em um dado momento ifá do iniciado sai do Igbodu para ser alimentado fora, porque o awo deve presenciar esses rituais, e nem sempre quem participa de um itefa, em um futuro pode ter acesso a um Igbodu.

Após esses rituais pequenos rituais, mas de grande importância confirmam o awo, como membro do egbe, o awo que fez vários imules e compactuou com o segredo e assumiu a responsabilidade com a verdade, é parabenizado por todos os membros do egbe, agora montado por Orunmila em um momento único, abençoa todos os membros que participaram do itefa.

Em algumas famílias esses rituais são divididos em três partes, que podem ser feitos em três ou sete dias, a grande maioria das famílias faz em três dias, quando o awo vai ao rio em outro ritual que não podemos descrever aqui, ele se desfaz de sua vida pregressa, portador agora de um novo nome, que o identifica com uma nova vida.

Quando me propus a escrever esse texto foi sabendo que os palpiteiros de plantão vão comentar a minha ousadia, não vejo que eu esteja revelando algum segredo, esse texto tenta contribuir para o esclarecimento visando afastar, definitivamente as histórias mirabolantes do que é ser iniciado em ifá.

Do itefa ao Ìtélodú muito pouco pode ser descrito aqui, por razões bem claras, não vamos explicar as três cerimonias que diferem um itefa de um Ìtélodú.
Que fique claro:

Só um Bàbàláwo passa por um Ìtélodú.

Só um Bàbàláwo faz imules com Iya odu.

 Só um Bàbàláwo vê Iya odu

 Aquele que vê Iya odu, não incorpora.

Que um Bàbàláwo, não consulta mérìndilogun, consulta opele e ikin.

 Aquele que é submetido a um itefa pode incorporar ou não o seu òrìsà.

 Aquele que é submetido a um itefa pode ser um Babalórisá, Ìyálóòrìsà, ou Olóòrìsà, e que essas pessoas não veem Iya odu.

 Que uma Iyanifa ou Iyaonifa consulta opele e ikin, mas não vê Iya odu.

Que babalorisa não consulta mérìndilogun em cima de opon.

Que opon ifá, é um instrumento usado por Bàbàláwos e awos com permissão de seus Oluwo.

Que opele ifá, é um instrumento usado por Bàbàláwos, Iyanifas, awos, com permissão do seu Oluwo.

O itefa é uma cerimônia de iniciação em ifá.

O Ìtélodú é o reconhecimento do sacerdote por Iya odu.

O Igbodu é o local que identifica áreas com diferentes funções parte do Igbodu, só acessada pelo Bàbàláwos, a área que antecede o local onde fica Iya odu que geralmente também chamada Igbodu, é acessada por pessoas que só tem a cerimônia de itefa, ou Iyanifas. A designação de Igbodu é muito diferente da descrita em literaturas criadas por pessoas que não foram submetidas ao Itelodu.

Awo Elegan é a pessoa que é submetida ao itefa, mas que jamais vai ver Iya odu.




Iniciação em ifá sem mistérios

Texto: Babalawo Ifagbaiyin Agboola
Quando se houve falar de um itefá algumas pessoas menos avisadas imaginam algo impossível de ser feito no Brasil.

Na verdade o itefá já é feito no Brasil há muitos anos, vejo falar de tudo, leio coisas que parecem um conto de fadas, já li desde plantas especiais, até tipo de terra especial em um igbodu, em meio a tudo isso fico imaginando o que o leigo consegue entender sobre a iniciação em ifá e as suas implicações.

É evidente que entre esses grandes números de informações destorcidos,existem duas ou três razões, a primeira delas é a falta de informações das pessoas que divulgam, a segunda eu considero pior, que é o interesse em dificultar para que se sinta a implicação direta de que quanto mais difícil mais caro deva ser cobrado.

Então seguindo os versos de ifa, vou tentar afastar os mistérios de uma iniciação, pretendo aqui descrever alguns rituais sem ofender os segredos contidos dentro do igbodu.

Todos sabem que pare que um itefa seja realizado, é necessário mais de um babalawo, na Nigéria é comum se ver, vinte babalawos para fazer um itefa, lá tudo é bem diferente daqui e os babalawos são muito unidos, todos respeitam as diferenças familiares em rituais e convivem em harmonia, o fato de necessitar várias pessoas para um itefá, poderá ser percebido conforme segue a orientação de Orunmila no esse ifá.

O trabalho que envolve uma iniciação pode ser visto de duas formas, existem dois tipos de igbodu, o que é construído só com folhas ou aquele que já é pré-construído e abriga iya odu, durante todo o ano, esse segundo é mais comum, haja visto que todos sabem que mulheres não podem ter acesso a esse assentamento, então na Nigéria é comum que iya odu seja mantida em uma pequena construção de alvenaria ou madeira.

Outro erro que é visto no nosso país e a referência ao igbodu, (floresta sagrada), tradução essa que é vista por leigos como a necessidade de iniciar uma pessoa em ifá no meio das matas, é verdade que em algumas aldeias retiradas, ainda tem bastante árvores, mais ninguém fica no meio do mato abandonado por três dias e três noites, me divirto quando ouço esses relatos.

Após a consulta a ifá que identifica o momento exato da iniciação e é constatada a autorização de ifá, para que aquele sacerdote dirija a cerimonia após a chegada da pessoa a ser iniciada, com todos os matérias que foram previamente comprados de acordo com a orientação do babalawo, se inicia as cerimônias, que depende da família são em torno de 40 rituais diferentes.

Um ou dois babalawos são encarregados de preparar o igbodu com folhas, dividindo a entrada e o espaço a ser utilizado em duas partes, um dos babalawos após a preparação do ambiente, alimenta a terra e pede permissão para construir o caminho que eleva ao ambiente sagrado, depositando na terra, búzios e dois ou três elementos a mais em número impar de um lado e par do outro lado da estrada, que dá acesso ao local, previamente preparado.

O grupo que vai participar da iniciação se divide em tarefas, enquanto a iya apetebi cuida dos pertences do iniciado, a iyanifa prepara o carrego para a entrada no igbodu, em meio a isso, o oluwo e o babalawo amarram simultaneamente em um dos braços e uma das pernas um pedaço de tecido virgem branco que contém uma parte de um dinheiro que representam o pagamento para o inicio dos rituais.

Começa então um cortejo que se desenvolve em direção ao igbodu, com o oluwo na frente conduzindo Osun (antepassado), que representa o reconhecimento dos antepassados para o ritual que se inicia, seguido pelo babalawo e a iya apetebi, com o yangui de esu, sobre a cabeça, esse ritual que apresenta o iniciado aos antepassados dos familiares retrata o esforço que ele faz para agradar as divindades, em um carrego bastante amplo, amostras de cada um dos elementos a serem usados na iniciação, são conduzidas sobre a cabeça do iniciado, acompanhado dos membros do egbe ifá, amparado pelo iyanifa que agrada com dendê, gim, algumas divindades aos pés do cortejo.

Na entrada do igbodu o iniciado vai estar vendado, pois até que sejam formalizados os rituais para que ele entre na parte que antecede o igbodu, muitas coisa acontece, ele é envolvido em um clima de expectativa sentado segurando os animais e o material, enquanto o oluwo e o babalawo oferecem obi e orobo para esu Odara e Orunmila.

Após a autorização a venda é retirada todo material é colocado dentro do igbodu e se inicia a raspagem do iniciado, é claro que todos entendem a razão de omitir alguns detalhes aqui, vamos seguir a descrição, deixando pequenos espaços, mas desmistificando o grosso dos rituais. Os rituais prosseguem simultaneamente os mesmos babalawos que preparam Osun, previamente para a cerimônia reservam uma parte das folhas que vai ser usada junto com um elemento especifico para lavar os olhos das pessoas que vão começar os rituais dentro do igbodu.

O primeiro grupo trabalha na preparação da parte interna do igbodu, e o segundo grupo prepara o iniciado pode acontecer nesse espaço de tempo que um terceiro grupo busque fora elementos que caracterizam o ritual que jamais podem ser mencionados ou vistos por quem não tenha participado de tal ritual antes.
O numero de cerimônias da uma dimensão da quantidade de trabalho, esse número grande de pessoas precisa usar os banheiros que devem estar limpos e evidentemente precisa estar bem alimentados, o que implica em muito trabalho nos bastidores.

Após a entrada oluwo e babalawo agradam ifá, Iya odu, Osun e Esu, não necessariamente nessa ordem mais em ordem que não vamos divulgar aqui, o iniciado que antes da entrada passou por uma consulta a ifá, e por um ebó riru, agora com a cabeça raspada, vai conhecer o seu odu, que em seguida vai ser alimentado é evidente que antes disso são feitos alguns imules e antes que o awo coloque os olhos no seu ifá da terra vai brotar o segredo.

Depois disso alguns rituais envolvendo banhos, pinturas e a preparação da nova roupa do awo, devem ser feitos de forma reservada, por pessoas do mesmo sexo, considerando o fato de que para colocar uma roupa é necessário tirar outra que vai ser despachado junto com o cabelo, em um local que não vamos definir aqui, posteriormente a isso e só posteriormente a isso, o Esu do iniciado vai ser alimentado, em alinhamento com o odu ifá do awo.

Após essa parte, todos os participantes fazem um intervalo onde se alimentam e planeja a segunda etapa, na segunda etapa o Esu da casa é alimentado, e abençoa o caminho do novo iniciado como membro do egbe.
Seguimos descrevendo evidentemente em uma ordem que não deixe nítido o teor e a sequencia dos rituais, o grupo desenvolve várias atribuições ao mesmo tempo, em um dado momento ifá do iniciado sai do igbodu para ser alimentado fora, porque o awo deve presenciar esses rituais, e nem sempre quem participa de um itefa, em um futuro pode ter acesso a um igbodu.

Após esses rituais pequenos rituais, mas de grande importância confirmam o awo, como membro do egbe, o awo que fez vários imules e compactuou com o segredo e assumiu a responsabilidade com a verdade, é parabenizado por todos os membros do egbe, agora montado por Orunmila em um momento único abençoa todos os membros que participaram do itefa.

Em algumas famílias esses rituais são divididos em três partes, que podem ser feitos em três ou sete dias, a grande maioria das famílias faz em três dias, quando o awo vai ao rio em outro ritual que não podemos descrever aqui, ele se desfaz de sua vida pregressa, portador agora de um novo nome, que o identifica com uma nova vida.

Quando me propus a escrever esse texto foi sabendo que os palpiteiros de plantão vão comentar a minha ousadia, não vejo que eu esteja revelando algum segredo, esse texto tenta contribuir para o esclarecimento visando afastar, definitivamente as histórias mirabolantes do que é ser iniciado em ifá.

Do itefa ao Ìtélodú muito pouco pode ser descrito aqui, por razões bem claras, não vamos explicar as três cerimonias que diferem um itefa de um Ìtélodú.
Que fique claro:

Só um babalawo passa por um Ìtélodú.

Só um babalawo faz imules com Iya odu.

 Só um babalawo vê Iya odu

 Aquele que vê Iya odu, não incorpora.

Que um Babalawo, não consulta merindilogun, consulta opele e ikin.

 Aquele que é submetido a um itefa pode incorporar ou não o seu orisá.

 Aquele que é submetido a um itefa pode ser um babalorisa, yalorisa, ou Olorisa, e que essas pessoas não veem Iya odu.

 Que uma Iyanifa ou Iyaonifa consulta opele e ikin, mas não vê Iya odu.

Que babalorisa não consulta merindilogun em cima de opon.

Que opon ifá, é um instrumento usado por babalawos e awos com permissão de seus oluwos.

Que opele ifá, é um instrumento usado por babalawos, yanifas, awos, com permissão do seu oluwo.

O itefa é uma cerimônia de iniciação em ifá.

O itelodu é o reconhecimento do sacerdote por Iya odu.

O igbodu é o local que identifica áreas com diferentes funções parte do igbodu, só acessada pelo babalawos, a área que antecede o local onde fica Iya  odu que geralmente também chamada igbodu, é acessada por pessoas que só tem a cerimônia de itefa, ou iyanifas. A designação de igbodu é muito diferente da descrita em literaturas criadas por pessoas que não foram submetidas ao itelodu.

Awo Elegan é a pessoa que é submetida ao itefa, mas que jamais vai ver Iya odu.




Orunmilá me de muita paciência.




Autor :Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Tenho observado com certa surpresa a cara de pau de algumas pessoas de fora do nosso país, que acreditam que os brasileiros são idiotas.

Essas figuras que quase sempre ostentam um nome em yoruba, bastante chamativo se propõem a vender a cueca de algum antepassado distante, com a promessa que a roupa intima opera milagres, esses malucos vendem a própria mãe.

Os comerciantes de plantão aparecem engolindo fogo, enfiando faca na orelha, se dizendo incorporado com uma divindade, acredito que estão incorporados com a falta de vergonha, porque ao mesmo tempo em que se dizem eleguns de orisás também ostentam os titulo de babalawo, tendo a coragem de postarem fotos fazendo ebó riru.

Mas não é só fora do nosso país que tem comerciantes, outro dia recebi uma mensagem de um babalorisa de São Paulo me convidando para uma consulta, ele queria jogar búzios para mim, e dizia no corpo de sua mensagem que ele tinha a solução para os meus problemas, acontece que eu nunca falei com esse senhor e também não tive nenhum contato com ele, nem pela internet como é que ele tem tanto poder?

O facebook virou um grande mercado, você pode vender tudo sem nenhuma fiscalização, acontece que as pessoas desconhecem Ajagunmale, e não sabem o perigo que estão correndo, as suas atitudes não vão passar despercebidas.

Recentemente acompanhamos fatos bastante desagradáveis para quem cultua ifá, mas a ação de Ajagunmale sem dúvida representa a sabedoria divina, e essas pessoas que estão sendo desmascaradas na internet por incrível que pareça estão contribuindo com suas ações indignas para despertar as pessoas de nosso país, sobre esses acontecimentos lamentáveis.

Historicamente a internet em nosso país, serve para desmascarar os falsos profetas, as pessoas esquecem que a Nigéria, via internet esta alguns segundos de distancia do Brasil, e que tudo que é escrito aqui é lido lá, o último episódio envolvendo um suposto sacerdote de Sango, deixou claro que nossos irmãos do lado de lá, do oceano, nos observam o tempo todo.

Fica aqui o alerta para as pessoas que pretendem se iniciar ou até mesmo comprar algum material necessário para rituais, pesquisem profundamente os supostos vendedores antes de depositarem o seu dinheiro, pois como sabemos tem gente até vendendo iya odu pelo correio, o pior disso tudo, que tem gente que acredita que vai de fato receber iya odu, mas quando chega à mercadoria tem folhas secas dentro da vasilha.

O desconhecimento da função de Ajagunmale, e Osun (antepassado), na vida do iniciado em ifá, caracteriza o desconhecimento que a todo o momento estamos sendo vigiados por nossos antepassados, e que Orunmila tem várias faces, Ajagunmale é a sua face, mais temida, ele não perdoa, ele não aceita etutu, ele não esquece.


OFUN/OSE

Eni to ba puro
Iro a pa
Eni ti o ba seke
Eke a ke won lowo
A ke wån lese
A ti won si gburugburu ona oun
Awon lo se ifa fun ajangurumale
Ti nse oluwo lode orun
Gbogbo eni ti o ba
Nfi suru pe suru
Ajangurumale ifa
Ni yoo ja won sorun
Gbogbo eni ti o ba
Nfi suru pe suru
Ajangurumale, ifa ni yoo ja won sorun
E ma fi oku pe aye
E ma fi aye pe oku
Eni ti o ba fi oku pe aye
Eni ti o ba fi aye pe oku
Ajangurumale ifa ni yoo ja won sorun
Ajangurumale
E ma fi abiyamo pe agan
E ma fi agan pe oyibi
Eni ti o ba fi abiyamo pe agan
Ti o fi agan pe oyibi
Ajangurumale, ifa ni yoo ja won sorun.

Este itan do Odu Ofun-Ose, narrado ao Babá King pelo venerável Babalawo Fabunmi Sowunmi

Aquele que mente será destruído pela mentira.
Aquele que provoca discórdia será destruído pela discórdia.
A falsidade despojará o falso da força vital de que dispõe.
 A falsidade destruirá os falsos.
Foram eles que adivinharam para Ajagunmale (Ifá), sábio supremo no orun.
Todos aqueles que trocam a verdade pela mentira serão levados para o orun por Ajagunmale (Ifá)
Não chamem o morto de vivo, nem chamem o vivo de morto.
Quem chama o morto de vivo ou chama o vivo de morto será levado para o orun por Ajagunmale (Ifá)
Não chamem uma mulher fértil de estéril, nem chamem uma mulher estéril de fértil.
Quem chama uma mulher fértil de estéril ou chama uma mulher estéril de fértil será levado para o orun por Ajagunmale (Ifá)
Não chamem o preto de branco, nem chamem o branco de preto.
Quem chama o preto de branco ou chama o branco de preto, será levado para o orun por Ajagunmale (Ifá)
Orunmilá diz que prefere matar o babalawo que mente para quem o procura em busca da verdade e colocar em seu lugar um homem ignorante a respeito da complexa sabedoria de Ifá.

Orunmilá prefere um homem que não conhece a sabedoria de Ifá do que um grande conhecedor dessa sabedoria que seja falso e mentiroso.