O Ifá no Brasil
(2º parte)
Autor: Olúwo Ifagbaiyin Agboola
Nessa segunda parte da reflexão o foco principal não é o brilhante trabalho de um seleto grupo de Bàbáláwos que visitaram o Brasil nos últimos anos.
Esse trabalho tenta mostrar como forma de alerta a influência negativa de supostos sacerdotes nigerianos na imagem do Ifá no Brasil e no mundo.
Nos surpreende a falta de fiscalização do governo nigeriano e do conselho mundial de Ifá sobre os fatos que vem acontecendo envolvendo Bàbáláwos yorubanos e o comercio de assentamentos de òrìsàs.
Deve haver uma forma do conselho mundial trabalhar junto as autoridades daquele pais para que providencias sejam tomadas considerando o prejuízo ao patrimônio da humanidade.
Se as autoridades nigerianas não tomarem uma atitude a Unesco deve ser responsabilizada, pois após a proclamação no ano de 2006 que o Ifá faz parte do patrimônio da humanidade a preservação do mesmo deve ser uma prioridade.
Os marginais que comercializam o sagrado recebem por seus trabalhos através do Wester Union o que pode auxiliar na identificação dos responsáveis pelos delitos.
Eles não escondem suas atividades na rede social, o crime não é só contra o patrimônio da humanidade, mas também é contra o patrimônio histórico considerando que inclusive obras de arte estão sendo contrabandeadas por essas pessoas.
Embora um estudo da ONU identifique a Nigéria como sendo o país mais corrupto do mundo, isso não justifica esse tipo de comportamento por se tratar de pessoas que tem uma certa ligação com a religião tradicional.
Eu não sei como é feito esse estudo sobre a corrupção, mas o Brasil não deve estar muito longe da colocação da Nigéria no ranking.
Alguns raciocínios são lógicos e não é difícil identificar que só existe corruptos porque existem corruptores, mas isso não explica a situação.
O que causa surpresa é que homens que deveriam dar exemplos como religiosos são justamente aqueles que comercializam o conhecimento sagrado de seus antepassados.
Infelizmente o número de sacerdotes de Ifá confiáveis que chegou ao Brasil é bastante reduzido e a predominância do aspecto negativo amplamente divulgado pela influência nigeriana na divulgação do ifá no novo mundo é amplificada pela tecnologia e as redes sociais.