Egún, Òkú, Orunmila.
Autor: Bàbàláwo Ifágbaíyin Agboola
Os povos de origem yorùbá tem um nome especial de tratar seus antepassados, egún, esse termo identifica o antepassado masculino e espíritos divinizados através de rituais específicos, onde o morto passa a ser considerado de forma especial, ele recebe um novo nome e começa ser cultuado junto ao assentamento dos demais antepassados.
Os yorùbás acreditam que o culto a egún serve para harmonizar a pessoa com o passado, mas principalmente para reverenciar aqueles que contribuíram para a nossa existência, pois como todos sabemos sem passado não existe presente e muito menos futuro.
Os espíritos dos mortos na cultura yoruba recebem o nome de Òkú, não é todo Òkú que se torna egún, mas todo egún um dia foi um Òkú.
Obs: Não confundir com Baba Egúngún.
A diferença esta nos rituais próprios para tornar o Òkú um ser divinizado, esses rituais podem ser feitos somente para os espíritos de pessoas iniciadas no culto de òrìsà ou de egúngún, é claro que existe outros pré-requisitos para que esse processo de divinização seja efetuado, o homem quando vivo deve ter um comportamento exemplar se pretender um dia ser cultuado como egún.
No Brasil existe uma diferença em relação ao que é feito no território yorùbá, aqui se acredita que os egún jamais devem ter contato direto com as pessoas, isso para a tradição yorùbá não procede, os antepassados ficam felizes com esse contato, essa é uma das formas de harmonizar o espírito com seus descendentes.
Quase todo espírito (Òkú) cria problema para os seus descendentes se não for cuidado de forma adequada, normalmente a falta de rituais fúnebres próprios e o despreparo das pessoas para cumprirem algumas exigências básicas nessa relação homem espírito, terminam criando esse conflito.
Na cultura yorùbá existe uma sociedade secreta que se encarrega dos rituais fúnebres, esses sacerdotes cultuam uma divindade chamada Oro, que no Brasil ainda é um pouco desconhecida.
No tocante aos espíritos dos antepassados femininos, é muito raro que seja cultuado de forma individualizado, normalmente é cultuado de forma genérica na sociedade secreta das Iya mi, exemplo ìyá mi Osoronga.
Exemplos de culto:
1- Egúngún, culto de espíritos masculino individual.
2- Oro culto de espíritos masculino coletivo.
3- Ìyá mi, culto de espírito feminino coletivo.
Observação: Não confundir com o culto aos Òrìsàs, espíritos divinizados, e com culto no Brasil relacionado às forças da natureza.
Para melhor entendimento, não confundir com caboclos cultuados na Umbanda religião de origem Brasileira, Que definiríamos como uma forma semelhante de cultuar egún, porém com diferenças, pois os espíritos da Umbanda tem ligação com a cultura Banto, indígena, ou oriental.
Obs: Toda a pessoa iniciada òrìsà ou ifá deveria cultuar seus antepassados.
O culto a egúngún propicia equilíbrio, confiança e segurança, além de um elo com inúmeras gerações de antepassados que tem em nós os seus representantes e divulgadores de seus feitos sendo assim nós temos a obrigação de referencia-los.