quinta-feira, 2 de junho de 2016

IFÁ É PARA TODOS.




Origem do Projeto.

No dia 14 de fevereiro de 2012, conversando com minha Ìyá apetebi, durante uma viagem realizada de São Paulo a Porto Alegre, nasceu à ideia de criação do projeto IFÁ É PARA TODOS.

Naquele momento, percebemos que por uma questão histórica: o Brasil não tinha um número suficiente de Sacerdotes de Ifá para orientar e divulgar o Culto a Òrúnmìlà e aos Òrìsàs. Não em conformidade com a prática religiosa no território Yorùbá.

A comercialização de negros escravizados na África para o Novo Mundo era uma prática bem conhecida na época da colonização, porém, havia uma seleção dos escravos a serem comerciados. Os comerciantes negros sabiam da sabedoria e poder de liderança dos Sacerdotes de Ifá e os temiam. Quando um deles era identificado, não permitiam, em hipótese alguma, que embarcassem.

É preciso ressaltar que o colonialismo foi, também, uma dominação epistemológica: uma relação extremamente desigual entre saber e poder que suprimiu muitas formas de saber, próprias dos povos e nações colonizadas, inclusive a dos povos escravizados como os Yorùbás. No entanto, como na maioria das vezes em que há um plano de aniquilar conhecimentos, essa dominação fez surgir muitos outros saberes. Esses povos escravizados acabaram por gerar práticas que hoje se diferenciam, e muito, das que seguiram fazendo nas terras Africanas.

Numa tentativa de fazer emergir, nesse Brasil laico, os saberes desses povos da pré-colonização, o Projeto IFA É PARA TODOS tem como objetivo principal a difusão e o fortalecimento, no Brasil e nos quatro cantos do Planeta, da Religião Tradicional Yorùbá, também conhecida como Culto a Òrúnmìlà ou Culto a Ifá. Uma religião com mais de 12.000 anos de existência, originada na Nigéria e trazida, em parte, ao Brasil, pelos nossos ancestrais africanos vindos como escravos.


O Projeto IFA É PARA TODOS é, acima de tudo, um projeto que pensa contrário à ideia de que Menos é Melhor. Para nós, quanto mais iniciados, Bàbàláwos e Ìyánifás haja, melhor será o futuro de uma religião tão perseguida por preconceitos e concepções equivocadas. A sobrevivência de nossa religião depende de seus devotos.