segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O homem nas religiões e Orunmila


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

As religiões foram criadas para conduzir o homem de volta a sua essência divina, essa empreitada é bastante difícil e alguns acreditam que só é possível após a morte.

Então eu faço a seguinte pergunta, se só vamos evoluir após a morte porque nascemos?

A verdade é que a historia humana é cheia de perguntas e respostas, muita mais perguntas do que respostas e foram esses inúmeros questionamentos que conduziram os homens para criar doutrinas religiosas como respostas a suas indagações.

Na maioria das religiões a sensibilidade dos profetas gerou as escrituras que codificam os ritos e as normas religiosas.
No cristianismo Jesus e outros profetas ouviram a palavra de Deus em uma comunicação muito intima e esclarecedora, tanto é que desses contatos foi criada a bíblia.

No islamismo Maomé foi o interlocutor entre Deus e os homens, já no Budismo Siddhartha foi o mensageiro.

No judaísmo o velho testamento e o Tora mencionam Moises e outros profetas.

Em nossa religião não fi diferente Deus (Olódùmarè), se comunicou com Òrúnmìlà e foram criados os versos de ifá, nesses versos são explicitadas regras de convivência sociais e religiosas.

Qualquer pessoa que tenha a pretensão de conhecer a religião tradicional yoruba tem que estudar Ifá, nos versos de ifá cada ritual tem um significado e cada Òrìșà tem a sua historia descrita.

A diferença entre uma religião e uma seita é a doutrina adotada que deve codificar o comportamento dos adeptos, se cada pessoa cria suas próprias regras a religião deixa de existir.

Faz muito tempo que eu escrevo sobre a necessidade dos religiosos estudarem independente de qual religião pratiquem, um religioso deve saber respeitar as outras religiões, deve estudar ética e reconhecer nos diferentes a igualdade.

A falta de credibilidade de alguns sacerdotes não é culpa das religiões e sim do caráter dos mesmos, homens e mulheres gananciosos na ânsia do poder se intitulam profetas de suas próprias ideias.

Estudar é preciso, mas ter princípios é fundamental.