segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A lei do retorno não existe, Orunmila?



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

A visão que o Orisa machuca e mata, não é compartilhada por mim, eu acredito que o Orisa é como um pai que ama, que educa, mas que é incapaz de machucar.

 A chamada lei do retorno na tradição religiosa yoruba não existe quase tudo que acontece com você é fruto de uma escolha feita por você antes de nascer.

O destino de cada pessoa é definido antes do nascimento e somente uma pequena parte dele pode ser alterada, a parte que pode ser alterada quase sempre é modificada por ações que justificam uma grande alteração como o amor, ou o ódio que pode até gerar o que conhecemos como acidentes, que definimos como mudança não prevista por Orunmila.

Vou explicar para que não aja dúvidas, esse tipo de mudança não esta incluída no destino da pessoa e Orunmila é a testemunha do destino escolhido sendo assim essas alterações são em maioria responsabilidade dos ajoguns, em se tratando do aspecto negativo, vou citar um exemplo:

 Uma mulher que constantemente é agredida pelo marido e que nada faz para se afastar do mesmo pode sim ter escolhido isso antes de nascer, mas se isso não for à escolha dela e ela permanecer ao lado do individuo ela corre o risco de ser morta por ele mesmo que isso não seja parte da sua escolha permitindo a entrada do aspecto citado, o infortúnio, nesse caso gerado por um àjogún, mas sem a atuação direta de Orunmila e Iya mi, isso seria fruto de um asé negativo (força pessoal de realização negativa) ou de uma ação dirigida no caso do Abilu.


Existe também a chamada alteração positivo que pode sofrer uma grande variável, ela pode ser fruto dos Orisás, ou do sentimento de outra pessoa, isso definindo a força pessoal de outro individuo alterando o seu destino, ou até mesmo resultado do que nós conhecemos como asé, força pessoal (força pessoal de realização) que pode alterar o seu próprio destino por ação ou atração do bem.
Quando uma pessoa consulta Ifá e aparece um acidente na consulta isso faz parte do destino dela, em não sendo parte do destino, a afirmação na consulta será definida como um aspecto negativo que pode ou não se concretizar.

Na hierarquia universal o poder de decisão primeiramente vem Deus (Olodumare) depois do lado esquerdo logo a baixo vem Iya mi e do lado direito vem Orunmila, Orunmila define a ocorrência por conhecer o destino e Iya mi libera o Àjogún para efetuar o aspecto negativo, como já explicamos o positivo pode ser ocasionado de varias formas, nessa parte do texto vamos examinar o aspecto negativo.

Os Ajoguns mais conhecidos são:

 Iku (morte)

Arun (doença)

Ofo (perda)

Ejó (problemas).

Os ajoguns são subordinados a Iya mi que tem a função de confirmar as escolhas negativas escolhidas por nós em nosso destino. Os chamados infortúnios podem ser provocados ou não.
No caso dos acidentes isso acontece porque a pessoa estava no lugar errado com as pessoas erradas e na hora errada por escolha dela alterando o seu destino de forma negativa em razão de escolher, conviver, ou estar com as pessoas erradas ou no lugar errado, ou por insistência com o não atribuído a ela a conhecida não conformidade.

No caso dos infortúnios a definição pode ocorrer por Abilu (feitiço ou magia negativa) nesse caso a previsão é definida e identificada como forças negativas com possibilidade de concretização, que pode ser evitado pelo chamado sexto sentido que definimos aqui como asé (axé) alterando por intuição ou por uma ação implementada pelo Orisa constituindo assim um método de defesa pessoal.
Sendo assim Iya mi não é negativa, ela somente libera a sua escolha de antes do nascimento no momento indicado por Orunmila, já no aspecto positivo Iya mi pode atuar com o elemento amplificador de uma ação realizada por um Orisa trabalhando em parceria aumentando a força de realização diminuindo o tempo de concretização e aumentando a precisão da ação.

A chamada lei do retorno que identifica a vinda do mal ou do bem como retorno de ações cometidas por nós se torna nula na religião tradicional yoruba, o fato de ter escolhido antes do nascimento aspectos negativos para o meu destino me torna o único responsável, isso indica que a aceitação, a paciência e a tranquilidade contribuem para a verdadeira trajetória escolhida e a realização do escolhido. O importante é não confundir a afirmação anterior com o desanimo a preguiça e a falta de determinação que representam o aspecto inverso contribuindo para o infortúnio.

Vou citar um exemplo:

Você pode não ter escolhido morrer de doença, porem se você optar por ter uma alimentação impropria ou se você abusar do seu corpo você pode sim morrer de doença.
Isso estaria incluído naquela pequena arte do destino que pode ser alterado enfatizando aqui o aspecto negativo ou se for o caso o inverso.

Na verdade o bom senso a honestidade e a lealdade servem como alimento para o bem viver, mas raramente isso é uma escolha, quase sempre esses critérios dependem da interferência do local e das pessoas justificando a necessidade da máxima que a criação e os bons exemplos para uma criança que está formando a sua personalidade seja um quase total termo determinante.

O Orisa, a religião e a doutrina da bondade adotada como forma de vida pode não alterar o destino por você escolhido, mas serve para afastar o infortúnio você estando bem com você e com as outras pessoas vai conseguir ouvir com mais facilidade a sua voz interior, ou seja, a voz do orisa, isso vai afastar você do lugar errado e das pessoas erradas na hora certa.

Devemos aceitar com naturalidade que algumas pessoas se afastem de nós na realidade, a insistência em se manter com a pessoa errada pode atrair o infortúnio para sua vida, devemos agradecer aos orisás e ao nosso asé pessoal devido aqui como força do ori o afastamento de pessoas negativas para o nosso destino.

A frase que diz que tudo acontece quando tem que acontecer é uma meia verdade a lei do retorno não existe, mas a força de vontade pode alterar o seu destino.



A lei do retorno não existe.



A visão que o Orisa machuca e mata, não é compartilhada por mim, eu acredito que o Orisa é como um pai que ama, que educa, mas que é incapaz de machucar.

 A chamada lei do retorno na tradição religiosa yoruba não existe quase tudo que acontece com você é fruto de uma escolha feita por você antes de nascer.

O destino de cada pessoa é definido antes do nascimento e somente uma pequena parte dele pode ser alterada, a parte que pode ser alterada quase sempre é modificada por ações que justificam uma grande alteração como o amor, ou o ódio que pode até gerar o que conhecemos como acidentes, que definimos como mudança não prevista por Orunmila.

Vou explicar para que não aja dúvidas, esse tipo de mudança não esta incluída no destino da pessoa e Orunmila é a testemunha do destino escolhido sendo assim essas alterações são em maioria responsabilidade dos ajoguns, em se tratando do aspecto negativo, vou citar um exemplo:

 Uma mulher que constantemente é agredida pelo marido e que nada faz para se afastar do mesmo pode sim ter escolhido isso antes de nascer, mas se isso não for à escolha dela e ela permanecer ao lado do individuo ela corre o risco de ser morta por ele mesmo que isso não seja parte da sua escolha permitindo a entrada do aspecto citado, o infortúnio, nesse caso gerado por um àjogún, mas sem a atuação direta de Orunmila e Iya mi, isso seria fruto de um asé negativo (força pessoal de realização negativa) ou de uma ação dirigida no caso do Abilu.


Existe também a chamada alteração positivo que pode sofrer uma grande variável, ela pode ser fruto dos Orisás, ou do sentimento de outra pessoa, isso definindo a força pessoal de outro individuo alterando o seu destino, ou até mesmo resultado do que nós conhecemos como asé, força pessoal (força pessoal de realização) que pode alterar o seu próprio destino por ação ou atração do bem.
Quando uma pessoa consulta Ifá e aparece um acidente na consulta isso faz parte do destino dela, em não sendo parte do destino, a afirmação na consulta será definida como um aspecto negativo que pode ou não se concretizar.

Na hierarquia universal o poder de decisão primeiramente vem Deus (Olodumare) depois do lado esquerdo logo a baixo vem Iya mi e do lado direito vem Orunmila, Orunmila define a ocorrência por conhecer o destino e Iya mi libera o Àjogún para efetuar o aspecto negativo, como já explicamos o positivo pode ser ocasionado de varias formas, nessa parte do texto vamos examinar o aspecto negativo.

Os Ajoguns mais conhecidos são:

 Iku (morte)

Arun (doença)

Ofo (perda)

Ejó (problemas).

Os ajoguns são subordinados a Iya mi que tem a função de confirmar as escolhas negativas escolhidas por nós em nosso destino. Os chamados infortúnios podem ser provocados ou não.
No caso dos acidentes isso acontece porque a pessoa estava no lugar errado com as pessoas erradas e na hora errada por escolha dela alterando o seu destino de forma negativa em razão de escolher, conviver, ou estar com as pessoas erradas ou no lugar errado, ou por insistência com o não atribuído a ela a conhecida não conformidade.

No caso dos infortúnios a definição pode ocorrer por Abilu (feitiço ou magia negativa) nesse caso a previsão é definida e identificada como forças negativas com possibilidade de concretização, que pode ser evitado pelo chamado sexto sentido que definimos aqui como asé (axé) alterando por intuição ou por uma ação implementada pelo Orisa constituindo assim um método de defesa pessoal.
Sendo assim Iya mi não é negativa, ela somente libera a sua escolha de antes do nascimento no momento indicado por Orunmila, já no aspecto positivo Iya mi pode atuar com o elemento amplificador de uma ação realizada por um Orisa trabalhando em parceria aumentando a força de realização diminuindo o tempo de concretização e aumentando a precisão da ação.

A chamada lei do retorno que identifica a vinda do mal ou do bem como retorno de ações cometidas por nós se torna nula na religião tradicional yoruba, o fato de ter escolhido antes do nascimento aspectos negativos para o meu destino me torna o único responsável, isso indica que a aceitação, a paciência e a tranquilidade contribuem para a verdadeira trajetória escolhida e a realização do escolhido. O importante é não confundir a afirmação anterior com o desanimo a preguiça e a falta de determinação que representam o aspecto inverso contribuindo para o infortúnio.

Vou citar um exemplo:

Você pode não ter escolhido morrer de doença, porem se você optar por ter uma alimentação impropria ou se você abusar do seu corpo você pode sim morrer de doença.
Isso estaria incluído naquela pequena arte do destino que pode ser alterado enfatizando aqui o aspecto negativo ou se for o caso o inverso.

Na verdade o bom senso a honestidade e a lealdade servem como alimento para o bem viver, mas raramente isso é uma escolha, quase sempre esses critérios dependem da interferência do local e das pessoas justificando a necessidade da máxima que a criação e os bons exemplos para uma criança que está formando a sua personalidade seja um quase total termo determinante.

O Orisa, a religião e a doutrina da bondade adotada como forma de vida pode não alterar o destino por você escolhido, mas serve para afastar o infortúnio você estando bem com você e com as outras pessoas vai conseguir ouvir com mais facilidade a sua voz interior, ou seja, a voz do orisa, isso vai afastar você do lugar errado e das pessoas erradas na hora certa.

Devemos aceitar com naturalidade que algumas pessoas se afastem de nós na realidade, a insistência em se manter com a pessoa errada pode atrair o infortúnio para sua vida, devemos agradecer aos orisás e ao nosso asé pessoal devido aqui como força do ori o afastamento de pessoas negativas para o nosso destino.

A frase que diz que tudo acontece quando tem que acontecer é uma meia verdade a lei do retorno não existe, mas a força de vontade pode alterar o seu destino.



quarta-feira, 24 de setembro de 2014

ODU


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A verdade incomoda muita gente, a verdade é dura, mas é a verdade, esse texto vai me trazer inúmeros problemas, mas não importa o que as pessoas digam é a verdade e ninguém pode contestar.

O orisá de acordo com a filosofia yoruba (Nagô) nasce de um odu, assim como as pessoas, os animais e vegetais e tudo mais que existe em nosso planeta, o ponto de partida é o odu.
A pergunta é a seguinte sem um Babalawo ou uma Iyanifa pode ser assentado um orisá?

Que o Babalawo e a Iyanifa são as únicas pessoas que podem imprimir odu ninguém tem dúvida, que tudo em nossa religião nasce de um odu, ninguém tem dúvida.

Vamos observar as seguintes afirmações, se a cerimonia do isefa é descrita no odu ose ogbe, já o culto a egungun é descrito em Okanran meji, owonrin meji entre outros odus.

O itefá é descrito claramente em irete meji, irete irosun e vários outros odus.

No odu ose owonrin fala sobre sacrifício de ijapa, já o sacrifício de porco é descrito no odu ogbe irosun, assim como no odu Okanran otura ifá come bode, ao contrário da grande maioria dos odus que Orunmila é alimentado com animais de sexo feminino.

No odu ogbe meji fala sobre raspar a cabeça do iniciado, já em osa irete é descrito o sacrifício de igbin.

No odu oturopon ogbe, assim como em irete irosun fica claro a necessidade do uso de roupas brancas nas cerimonias de iniciações, o uso do irukere pelo Babalawo é descrito em irete otura.

Em oyeku Ogunda o uso de ikins no assentamento de Orunmila é observado, já o odu irete ogbe explica como consagrar um iroke e em okanran oturupon é explicado à consagração do opon ifá.

O odu ogbe meji fala sobre o uso do opele a cerimonia de Opa Osun na consagração de um Babalawo é descrita em ofun oyeku, enquanto os ewos e a sua necessidade são descritos em irosun meji.

Todas as cerimonias para a iniciação em ifá ou orisá são descritas nos odus, enquanto a iniciação de um Babalawo é descrita em Oturupon meji e irete meji, a iniciação em orisá é descrita em iwori meji, assim como a cerimonia de lavar os ikins é descrita no mesmo odu.

No odu ogbe ose fala da menstruação e da permissão para a mulher menstruada participar em vários rituais, tudo esta descritos nos versos de ifá, o odu que queima o opele esta descrito no odu irete laje e os problemas referentes à abiku esta descrito em ose Ogunda, assim como odi meji e outros odus como osa otura.

O ritual de bori é descrito em ogbe meji, oyeku meji além de outros odus, já em owonrin di é alertado o consulente para risco da loucura, assim como em osa irosun consta os problemas com o adultério.

O uso de drogas e o envolvimento com o álcool aparecem no odu Ogunda masa, já o roubo é descrito em Ogunda bede, as doenças são explicadas em oturupon meji, oturupon okanran e ogbe osa, assim como a impotência é descrita em otura ogbe, já a morte é descrita em ose oyeku, oyeku meji e obara ogbe, já a riqueza é citada em ogbe meji e ogbe otura, assim como a popularidade aparece em ogbe bara e osa irete.

Os conflitos envolvendo as perdas aparecem em ofun Ogunda, osa ogbe, assim como irete meji, já as discussões aparecem odi owonrin, osa Ogunda e Ogunda sa, já a feitiçaria é mencionada em irete ose, irete oyeku, odi irosun e owonrin meji.

Os problemas com a justiça aparecem em irosun meji e oyeku obara, já os pesadelos são descritos em ogbe ofun, oyeku meji e Ogunda odi.

Até detalhes como colocar uma folha na boca do animal a ser abatido são descritos nos versos de odu, nesse caso obara otura, cada gesto esta codificado, cada ritual esta especificado, não existe espaço para o improviso.

O assentamento do orisa esu é descrito em vários odus, mas esu como elemento necessário nos ebós é mencionado em okanran meji e ose otura, a importância de osun é amplamente divulgada  em odus específicos como irete ogbe, ose otura e ose ogbe.

O ritual de iniciação em Egungun é indicado em osa owonrin e okanran meji, o culto a iya mi é descrito em oyeku meji, osa meji e ogbe sa, no entanto o culto a oro aparece em ogbe odi, Ogunda bede.

O assentamento de Oduduwa assim como a necessidade de iya odu é mencionado em orangun, já Odé deve ser cultuado em obara ika e irete Ogunda.

Sango pode ser cultuado em osa meji, okanran meji e oturupon osa, como em inúmeros outros odus, já o odu que fala de Ewa é ogbe meji e um dos poucos odus que menciona orisá oke é ose meji, no entanto orisa Oko é mencionado em ogbe ose e irete ogbe.

Já Opa Osun aparece em ose irete, o culto a Aganju é indicado em ika ofun, já o culto a Oba é mencionado em Owonrin Ogunda, assim como o culto a Ibeji tem sua importância divulgada no odu ogbe di, o culto a Olookun e Aje é mencionado em ogbe bara.

Do nascimento a morte a vida do ser humano esta descrita nos versos de odu, se no odu ose oyeku é justificada a necessidade da morte no odu ogbe meji existe a menção a importância da vida, se no odu osa otura é enfatizada da verdade no odu Ogunda bede é mencionado o desprezo pela mentira.

Na hora que acordamos a necessidade das orações é descrita em ogbe Ogunda, já na hora que dormimos os pesadelos são mencionado em ogbe ofun, tudo esta codificado, nada pode ser inventado.

  A necessidade de estudar e se aperfeiçoar na religião tradicional yoruba é uma constante, o conhecimento da a segurança e a garantia de rituais adequados possibilitando um alinhamento com os antepassados.

Como resposta a pergunta formulada no inicio desde texto sugiro que seja feita uma breve pesquisa sobre a historia das casas de orisás mais antigas do Brasil, a confirmação que essas casas contavam com a orientação de um Babalawo é amplamente divulgada.

 Infelizmente por um período aproximado de oitenta anos o culto de Orunmila foi esquecido, por razões que não devem ser mencionadas agora.  O importante é que hoje o ifá está bem vivo no território nacional.

Babalawo Ifagbaiyin Agboola

domingo, 21 de setembro de 2014

O senhor do poder e o Ifá



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Constantemente sou procurado por pessoas para consultar com inúmeros problemas, quase todos tem historias muito parecidas e a grande maioria busca desesperadamente a fórmula mágica para ser feliz.

Muitos desses clientes querem a todo custo saber qual orisá deve ser agradado para que eles possam encontrar um caminho mais fácil para a felicidade.

Se você agradar Ogun muitos dos obstáculos desapareceram, cultuando Osun as dificuldades antes encontradas na busca pelo prestigio podem desaparecer.

Cultuando Obaluaye os problemas de saúde podem ser resolvidos, assim como cultuando Egbe Orun muitos dos problemas financeiros terminaram.

As dificuldades podem diminuir quando o culto ao Orisá esta em harmonia, mas interiormente os conflitos devem ser resolvidos. Eu costumo dizer que você é o senhor do poder e que só você pode de fato mudar a sua vida.

Os ritos devem ser ministrados por pessoas com um comportamento exemplar, mas o comportamento das pessoas submetidas aos rituais deve ser munido de boas intenções, pelo menos a tentativa  deve estar implícita para que a mudança aconteça.

Se você trai, rouba e iludi as outras pessoas, porque fazer outro tipo de ebó que não seja o indicado para a melhora de seu caráter?
A traição prejudica quem foi traído e ao mesmo tempo limita o traidor, se em um casal uma das pessoas não esta satisfeita o natural seria que houvesse um afastamento e não o adultério.

Se uma pessoa não esta feliz em seu trabalho deve pedir demissão o certo é buscar um novo emprego, não fique o tempo todo falando mal da empresa que você trabalha, não fique o tempo todo inventando defeitos para o seu chefe.

A insatisfação deveria conduzir a pessoa a uma mudança e indiretamente a um melhora, mas o comum é ver pessoas insatisfeitas, trair, iludir, exteriorizando o que existe de pior dentro delas.

A necessidade da evolução do ser humano às vezes é confundida com sentimentos negativos, a maioria das pessoas termina atacando e prejudicando o seu semelhante, como forma de alicerça o caminho para tão sonhado sucesso.

O culto ao orisá ele deveria ser ministrado com proposito didático, às orientações para o melhor viver deveriam partir da caridade a lealdade e a honestidade. No entanto o que se vê é uma procura desesperada de formas mágicas como soluções dos problemas.
O senhor do poder não pode se limitar a um caderno de receitas, uma formula certa não é a indicação de um resultado perfeito, o comportamento e o merecimento são elementos implícitos na alquimia.

O acesso a um livro de magias jamais vai tornar você um mago, ao invés de sair da cartola um coelho a sua mão pode ser picada por uma serpente.

Vejo surpresos alguns sacerdotes indicarem para os seus adeptos posturas indignas, como exemplos de comportamento inadequado.
Essa semana fiquei sabendo que um babalorisa que sugeriu para o adepto que o mesmo simulasse estar doente e procurasse um medico para obter um atestado que o afastaria do trabalho por um tempo necessário para uma iniciação no culto de orisá.

Imaginemos esse pobre coitado obter privilégios elícitos objetivando a aproximação do orisá. Em primeiro lugar ele vai trair o empregador, em segundo lugar ele vai roubar a empresa e em terceiro lugar ele vai se iludir, afirmando que essa manobra é necessária.

Será que o dinheiro proveniente de uma atividade ilícita compra materiais necessários para uma iniciação religiosa?
Será que as pessoas acreditam que o orisá aprova esse tipo de comportamento?

Será que as pessoas são tão ignorantes que acreditam que o orisá não esta vendo tudo que está acontecendo?

Mais cedo ou mais tarde, as implicações de um comportamento indigno retornaram com uma força desmedida para a vida daquele que não tem caráter.

A religião tradicional yoruba não foi criada para as pessoas perfeitas, o culto ao orisá pode auxiliar o aperfeiçoamento do individuo, mas a mudança deve ser desejada e o afastamento dos maus hábitos deve ser adotado.

A lapidação do ser é uma necessidade na busca pela felicidade e a transformação interior implica diretamente nos resultados externos.

O orisá auxilia quem quer mudar, mas o comportamento do iniciado deve nortear o processo evolutivo, com a certeza do caminho escolhido só assim os obstáculos diminuem tornando a felicidade um bem adquirido naturalmente.



O senhor do poder 




Constantemente sou procurado por pessoas para consultar com inúmeros problemas, quase todos tem historias muito parecidas e a grande maioria busca desesperadamente a fórmula mágica para ser feliz.

Muitos desses clientes querem a todo custo saber qual orisá deve ser agradado para que eles possam encontrar um caminho mais fácil para a felicidade.

Se você agradar Ogun muitos dos obstáculos desapareceram, cultuando Osun as dificuldades antes encontradas na busca pelo prestigio podem desaparecer.

Cultuando Obaluaye os problemas de saúde podem ser resolvidos, assim como cultuando Egbe Orun muitos dos problemas financeiros terminaram.

As dificuldades podem diminuir quando o culto ao Orisá esta em harmonia, mas interiormente os conflitos devem ser resolvidos. Eu costumo dizer que você é o senhor do poder e que só você pode de fato mudar a sua vida.

Os ritos devem ser ministrados por pessoas com um comportamento exemplar, mas o comportamento das pessoas submetidas aos rituais deve ser munido de boas intenções, pelo menos a tentativa  deve estar implícita para que a mudança aconteça.

Se você trai, rouba e iludi as outras pessoas, porque fazer outro tipo de ebó que não seja o indicado para a melhora de seu caráter?
A traição prejudica quem foi traído e ao mesmo tempo limita o traidor, se em um casal uma das pessoas não esta satisfeita o natural seria que houvesse um afastamento e não o adultério.

Se uma pessoa não esta feliz em seu trabalho deve pedir demissão o certo é buscar um novo emprego, não fique o tempo todo falando mal da empresa que você trabalha, não fique o tempo todo inventando defeitos para o seu chefe.

A insatisfação deveria conduzir a pessoa a uma mudança e indiretamente a um melhora, mas o comum é ver pessoas insatisfeitas, trair, iludir, exteriorizando o que existe de pior dentro delas.

A necessidade da evolução do ser humano às vezes é confundida com sentimentos negativos, a maioria das pessoas termina atacando e prejudicando o seu semelhante, como forma de alicerça o caminho para tão sonhado sucesso.

O culto ao orisá ele deveria ser ministrado com proposito didático, às orientações para o melhor viver deveriam partir da caridade a lealdade e a honestidade. No entanto o que se vê é uma procura desesperada de formas mágicas como soluções dos problemas.
O senhor do poder não pode se limitar a um caderno de receitas, uma formula certa não é a indicação de um resultado perfeito, o comportamento e o merecimento são elementos implícitos na alquimia.

O acesso a um livro de magias jamais vai tornar você um mago, ao invés de sair da cartola um coelho a sua mão pode ser picada por uma serpente.

Vejo surpresos alguns sacerdotes indicarem para os seus adeptos posturas indignas, como exemplos de comportamento inadequado.
Essa semana fiquei sabendo que um babalorisa que sugeriu para o adepto que o mesmo simulasse estar doente e procurasse um medico para obter um atestado que o afastaria do trabalho por um tempo necessário para uma iniciação no culto de orisá.

Imaginemos esse pobre coitado obter privilégios elícitos objetivando a aproximação do orisá. Em primeiro lugar ele vai trair o empregador, em segundo lugar ele vai roubar a empresa e em terceiro lugar ele vai se iludir, afirmando que essa manobra é necessária.

Será que o dinheiro proveniente de uma atividade ilícita compra materiais necessários para uma iniciação religiosa?
Será que as pessoas acreditam que o orisá aprova esse tipo de comportamento?

Será que as pessoas são tão ignorantes que acreditam que o orisá não esta vendo tudo que está acontecendo?

Mais cedo ou mais tarde, as implicações de um comportamento indigno retornaram com uma força desmedida para a vida daquele que não tem caráter.

A religião tradicional yoruba não foi criada para as pessoas perfeitas, o culto ao orisá pode auxiliar o aperfeiçoamento do individuo, mas a mudança deve ser desejada e o afastamento dos maus hábitos deve ser adotado.

A lapidação do ser é uma necessidade na busca pela felicidade e a transformação interior implica diretamente nos resultados externos.

O orisá auxilia quem quer mudar, mas o comportamento do iniciado deve nortear o processo evolutivo, com a certeza do caminho escolhido só assim os obstáculos diminuem tornando a felicidade um bem adquirido naturalmente.

Babalawo Ifagbaiyin

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Ebó sacrifico e transformação no Ifá.


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Eu fico contrariado quando vejo na internet pessoas postarem textos de odu sem que conste a qual odu pertence, nenhuma pessoa pode se intitular dono dos versos de ifá.

Se você acredita que em um verso existem particularidades que não devem ser divulgadas não publique parte do texto sem o nome, divulgar ifá é obrigação de todo iniciado, quando divulgamos o texto sem o nome e sem o autor impossibilitamos a confirmação da veracidade, desestimulamos a pesquisa e prestamos um desserviço à cultura.

Por essa razão resolvi escrever sobre o ebó riru divulgando alguns detalhes que podem gerar criticas ao meu trabalho algumas pessoas podem até imaginar que estou divulgando segredos, mas acredito que da forma que esta sendo colocado não existe nenhum excesso na divulgação.

O ebó riru tem como finalidade primeira transformar a situação que envolve o consulente, afastando os aspectos negativos e atraindo as energias positivas para o dia a dia do mesmo.

O ebó riru só pode ser oficializado por um babalawo ou uma iyanifa preparado em cada família o ebó riru pode dar ênfase a um determinado odu em homenagem aos seus antepassados, mas de um modo geral eles seguem a mesma ordem, somente alterando o odu extraído na consulta.
Segue a ordem do ebó riru:


 Otura Irete

Nesse verso é feito uma homenagem a Deus e o Babalawo se identifica como extensão do trabalho divino.

Owonrin Meji 

 Nesse verso o Babalawo  faz uma homenagem ao pai do Babalawo, a mãe, o Oluwo, o Ojugbona e todos ancestrais, nesse verso é reafirmado o respeito à família.

 Idin Gbe

 Nesse verso é solicitado que o ebó seja aceito e que as maldições lançadas sobre o consulente sejam afastadas.

 Otura Ka

Nesse verso é descrito todo o material que vai ser oferecido em sacrifico, explicando que o dinheiro faz parte do ebó.

 Obs: Nesse momento o babalawo faz referencia ao odu da consulta e ao seu odu inverso, fazendo a invocação de todos ires.

Owonrin Sogbe

 Nesse verso o Babalawo faz uma homenagem a exu e pede que ele aceite o ebó.


Obara Bogbe

Nesse verso o Babalawo pede permissão para Iya mi para fazer o ebó e exalta a figura das mulheres.


Ogunda Bede

 Nesse verso o Babalawo saúda egungun e pede permissão para fazer o ebó

Ogunda Masa

 Nesse verso o Babalawo pede que a morte e a doença sejam afastadas da vida do consulente e identifica o oficiante dizendo seu nome.

Ika Meji

 Nesse verso o Babalawo faz uma menção a Ibeji e invoca a abundância para a vida do consulente em forma de filhos duplos, na tradicional invocação da dupla abundância.

Irete Meji

Nesse verso o Babalawo pede que nunca falte dinheiro para o consulente e exalta que aquele que é iniciado não enfrentará dificuldades com as finanças.

Ose Bile

Nesse odu o Babalawo invoca que a alegria e todas as coisas boas venham do céu para a vida do consulente.

Ose Otura

a- Nesse verso o Babalawo invoca que o consulente não morra jovem, o sacerdote pede que a morte se afaste e que o consulente tenha uma vida longa e saudável.

b- Nesse verso o Babalawo pede para Osun que o ebó seja aceito, que ela permita que todas as outras divindades aceitem o sacrifício.

Okaran Sa

a- Nesse verso o Babalawo pede que aquele que esta fazendo o sacrifício nunca morra.

b-Okaran Sa, finalizando o ebó riru o Babalawo afirma através do odu que aquele que fez o ebó esta salvo, pronunciando o nome do cliente.

Nesse momento o Babalawo pergunta a ifá quantos búzios devem acompanhar o ebó e identifica se o ebó está completo, imediatamente o consulente leva o ebó para o assentamento de exu.

Com esse texto não estou divulgando segredos a minha intensão é mostrar a complexidade do ebó riru para que as pessoas que desconhecem o sistema não se tornem vitimas de sacerdotes despreparados e oportunistas. Quando isso acontece não é só o dinheiro que é perdido normalmente a fé também é prejudicada gerando uma decepção e um progressismo afastamento da divindade.







Ebó sacrifico e transformação


Eu fico contrariado quando vejo na internet pessoas postarem textos de odu sem que conste a qual odu pertence, nenhuma pessoa pode se intitular dono dos versos de ifá.

Se você acredita que em um verso existem particularidades que não devem ser divulgadas não publique parte do texto sem o nome, divulgar ifá é obrigação de todo iniciado, quando divulgamos o texto sem o nome e sem o autor impossibilitamos a confirmação da veracidade, desestimulamos a pesquisa e prestamos um desserviço à cultura.

Por essa razão resolvi escrever sobre o ebó riru divulgando alguns detalhes que podem gerar criticas ao meu trabalho algumas pessoas podem até imaginar que estou divulgando segredos, mas acredito que da forma que esta sendo colocado não existe nenhum excesso na divulgação.

O ebó riru tem como finalidade primeira transformar a situação que envolve o consulente, afastando os aspectos negativos e atraindo as energias positivas para o dia a dia do mesmo.

O ebó riru só pode ser oficializado por um babalawo ou uma iyanifa preparado em cada família o ebó riru pode dar ênfase a um determinado odu em homenagem aos seus antepassados, mas de um modo geral eles seguem a mesma ordem, somente alterando o odu extraído na consulta.
Segue a ordem do ebó riru:


 Otura Irete

Nesse verso é feito uma homenagem a Deus e o Babalawo se identifica como extensão do trabalho divino.

Owonrin Meji 

 Nesse verso o Babalawo  faz uma homenagem ao pai do Babalawo, a mãe, o Oluwo, o Ojugbona e todos ancestrais, nesse verso é reafirmado o respeito à família.

 Idin Gbe

 Nesse verso é solicitado que o ebó seja aceito e que as maldições lançadas sobre o consulente sejam afastadas.

 Otura Ka

Nesse verso é descrito todo o material que vai ser oferecido em sacrifico, explicando que o dinheiro faz parte do ebó.

 Obs: Nesse momento o babalawo faz referencia ao odu da consulta e ao seu odu inverso, fazendo a invocação de todos ires.

Owonrin Sogbe

 Nesse verso o Babalawo faz uma homenagem a exu e pede que ele aceite o ebó.


Obara Bogbe

Nesse verso o Babalawo pede permissão para Iya mi para fazer o ebó e exalta a figura das mulheres.


Ogunda Bede

 Nesse verso o Babalawo saúda egungun e pede permissão para fazer o ebó

Ogunda Masa

 Nesse verso o Babalawo pede que a morte e a doença sejam afastadas da vida do consulente e identifica o oficiante dizendo seu nome.

Ika Meji

 Nesse verso o Babalawo faz uma menção a Ibeji e invoca a abundância para a vida do consulente em forma de filhos duplos, na tradicional invocação da dupla abundância.

Irete Meji

Nesse verso o Babalawo pede que nunca falte dinheiro para o consulente e exalta que aquele que é iniciado não enfrentará dificuldades com as finanças.

Ose Bile

Nesse odu o Babalawo invoca que a alegria e todas as coisas boas venham do céu para a vida do consulente.

Ose Otura

a- Nesse verso o Babalawo invoca que o consulente não morra jovem, o sacerdote pede que a morte se afaste e que o consulente tenha uma vida longa e saudável.

b- Nesse verso o Babalawo pede para Osun que o ebó seja aceito, que ela permita que todas as outras divindades aceitem o sacrifício.

Okaran Sa

a- Nesse verso o Babalawo pede que aquele que esta fazendo o sacrifício nunca morra.

b-Okaran Sa, finalizando o ebó riru o Babalawo afirma através do odu que aquele que fez o ebó esta salvo, pronunciando o nome do cliente.

Nesse momento o Babalawo pergunta a ifá quantos búzios devem acompanhar o ebó e identifica se o ebó está completo, imediatamente o consulente leva o ebó para o assentamento de exu.

Com esse texto não estou divulgando segredos a minha intensão é mostrar a complexidade do ebó riru para que as pessoas que desconhecem o sistema não se tornem vitimas de sacerdotes despreparados e oportunistas. Quando isso acontece não é só o dinheiro que é perdido normalmente a fé também é prejudicada gerando uma decepção e um progressismo afastamento da divindade.







quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O monologo da fé e Ifá.



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Muitos dos meus contatos na internet relatam que a suas vidas estão muito prejudicadas e que existe uma dificuldade em dar continuidade a os seus projetos, para nós que cultuamos orisá e acreditamos que a força impulsionadora é o axé isso indica que alguma coisa está errada.
A fé existe enquanto se mantem a esperança ou quando o retorno é confortante, aquele que reza, fala com o divino, sabe que a natureza não é muda, e o seu interior sente a energia como resposta. Sendo assim o retorno afirma a relação de fé e sedimenta a relação de confiança.
Mas é impossível que a relação homem divindade se apoie somente na fé, em nossa religião os ritos possibilitam o acesso e purificam a relação condicionando a comunicação.
Vejamos então se em todas as religiões quem orienta os ritos é um sacerdote e para isso ele necessita uma formação, por que então em nossa religião seria diferente e qualquer pessoa poderia ser detentora da força realizadora (o axé, asé).
A energia do axé tem sim poder de realização, mas ela não é continua, o desequilíbrio emocional e ético afeta a sequencia de realizações além de outros fatores como a falta de caráter que neutraliza de forma definitiva a capacidade de invocação de forças benevolentes.
A comunicação entre o homem e o orisá pode ser prejudicada pelo comportamento do homem ou pelo desconhecimento dele, e alguns assentamentos podem até repelir a presença da divindade como resultado do despreparo daqueles que o sacralizaram.
O culto a Orisa mais especificamente a religião tradicional em especial os rituais relativos à Orunmila exigem do sacerdote uma postura impar, o Babalawo é permanentemente observado por Opa Osun que representa a sua ligação com o elo familiar.
Um ato falho no presente prejudica a imagem do trabalho de muitos no passado, uma ação impensada pode implicar na revolta dos seus melhores amigos espirituais a consequência é a equivocada relação onde o sacerdote pensa que está rezando, mas na verdade o que está acontecendo é um monologo.
O monologo da fé é muito comum, as pessoas conversam com o sagrado imaginado por elas, elas criam uma divindade que aceita tudo que elas fazem e respondem sempre que elas chamam, sabemos que isso é impossível nós exigimos e somos exigidos nessa relação, o nosso comportamento é um parâmetro forte que norteia a comunicação espiritual.
Os ofos, aduras e orikis não servem para nada se a postura do sacerdote está comprometida, é comum ouvir as pessoas dizerem que parece que não estão sendo ouvidos, isso é um fato elas estão falando sozinhas.
Os seres humanos necessitam de higiene em seus corpos e em suas mentes, somente tomar banho e colocar uma roupa nova não identificam você como limpo, a troca de roupa e o perfume não escondem o seu verdadeiro pensar.
A religião tradicional yoruba é exigente, nos versos de Ifá percebemos normas de comportamento bastante rígidas e Orunmila estabelece com clareza as normas de convivência entre os homens e também com o sagrado.
O estudo continuo dos versos de ifá capacita o sacerdote, mas a elevação é obtida somente quando esse conhecimento é colocado em pratica, àquele que detém o conhecimento e não o pratica cometi um duplo erro.
A formação e os estudos beneficiam os ritos, mas não garantem o êxito, o asé é uma combinação precisa que exige uma combinação entre o saber e o poder

O monologo da fé.



Muitos dos meus contatos na internet relatam que a suas vidas estão muito prejudicadas e que existe uma dificuldade em dar continuidade a os seus projetos, para nós que cultuamos orisá e acreditamos que a força impulsionadora é o axé isso indica que alguma coisa está errada.
A fé existe enquanto se mantem a esperança ou quando o retorno é confortante, aquele que reza, fala com o divino, sabe que a natureza não é muda, e o seu interior sente a energia como resposta. Sendo assim o retorno afirma a relação de fé e sedimenta a relação de confiança.
Mas é impossível que a relação homem divindade se apoie somente na fé, em nossa religião os ritos possibilitam o acesso e purificam a relação condicionando a comunicação.
Vejamos então se em todas as religiões quem orienta os ritos é um sacerdote e para isso ele necessita uma formação, por que então em nossa religião seria diferente e qualquer pessoa poderia ser detentora da força realizadora (o axé, asé).
A energia do axé tem sim poder de realização, mas ela não é continua, o desequilíbrio emocional e ético afeta a sequencia de realizações além de outros fatores como a falta de caráter que neutraliza de forma definitiva a capacidade de invocação de forças benevolentes.
A comunicação entre o homem e o orisá pode ser prejudicada pelo comportamento do homem ou pelo desconhecimento dele, e alguns assentamentos podem até repelir a presença da divindade como resultado do despreparo daqueles que o sacralizaram.
O culto a Orisa mais especificamente a religião tradicional em especial os rituais relativos à Orunmila exigem do sacerdote uma postura impar, o Babalawo é permanentemente observado por Opa Osun que representa a sua ligação com o elo familiar.
Um ato falho no presente prejudica a imagem do trabalho de muitos no passado, uma ação impensada pode implicar na revolta dos seus melhores amigos espirituais a consequência é a equivocada relação onde o sacerdote pensa que está rezando, mas na verdade o que está acontecendo é um monologo.
O monologo da fé é muito comum, as pessoas conversam com o sagrado imaginado por elas, elas criam uma divindade que aceita tudo que elas fazem e respondem sempre que elas chamam, sabemos que isso é impossível nós exigimos e somos exigidos nessa relação, o nosso comportamento é um parâmetro forte que norteia a comunicação espiritual.
Os ofos, aduras e orikis não servem para nada se a postura do sacerdote está comprometida, é comum ouvir as pessoas dizerem que parece que não estão sendo ouvidos, isso é um fato elas estão falando sozinhas.
Os seres humanos necessitam de higiene em seus corpos e em suas mentes, somente tomar banho e colocar uma roupa nova não identificam você como limpo, a troca de roupa e o perfume não escondem o seu verdadeiro pensar.
A religião tradicional yoruba é exigente, nos versos de Ifá percebemos normas de comportamento bastante rígidas e Orunmila estabelece com clareza as normas de convivência entre os homens e também com o sagrado.
O estudo continuo dos versos de ifá capacita o sacerdote, mas a elevação é obtida somente quando esse conhecimento é colocado em pratica, àquele que detém o conhecimento e não o pratica cometi um duplo erro.
A formação e os estudos beneficiam os ritos, mas não garantem o êxito, o asé é uma combinação precisa que exige uma combinação entre o saber e o poder

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O Babalawo e a aranhazinha paulista.


Autor: Babalawo Ifagbaiyin  Agboola.

No fim do mês de maio eu estava na cidade de São Paulo fazendo algumas iniciações e comecei a me sentir um pouco estranho, senti a alteração da temperatura do meu corpo dois dias seguidos.

Estava me sentindo como se estivesse com febre, mas não dei importância, como sempre a minha vida é muito corrida e cheia de afazeres, eu tinha terminado um itefa e ia começar mais dois quando vi em meu corpo uma pequena marca que identificou o ocorrido.

Eu tinha sido picado por um inseto, procurei no quarto e descobri uma pequena aranha morta, sabe lá como ela morreu, devo ter matado a sem sentir.

A verdade é que fui atingido e aprendi uma lição com a historia, devemos olhar a cama antes de deitar, a confiança em demasia complica a situação, devemos ficar atentos para as armadilhas da natureza.

Quando me senti estranho minha iya apetebi preocupada pediu para o Araba consultar Ifá e o Odu que apareceu foi Osa Irete ire, tranquilizando a todos, pois é um odu de muita fartura e sucesso, sem falar que é o odu de nascimento do Araba que naquele momento vinha nos tranquilizar.

O Babalawo dono da casa que eu estava hospedado se preocupou com o fato e insistiu em me levar até o hospital, mas depois de alguns exames nada foi encontrado, na verdade o fato era menos importante do que eu imaginava.

Da historia ficou na minha pele uma pequena marca escurecida de aproximadamente um centímetro e considerando que tenho aproximadamente um metro e oitenta centímetros de altura e oitenta quilos, a pequena marca praticamente é insignificante.

Um Babalawo deve estar preparado para lidar com todo tipo de situação, mas eu não imaginava que um aracnídeo me causasse tal problema.

A experiência nos ensina que um fato deve contribuir para a nossa formação nos afastando do problema em uma situação futura e nos capacitando para lidar com o mesmo.

 Um pequeno animal pode te incomodar por algum tempo, mas o corpo humano desenvolve uma defesa independente do seu querer, tudo é automático e com o passar do tempo você se sente vacinado e essas coisas não te incomodam mais.

A natureza é muito seletiva e aqueles que não contribuem terminam sucumbindo na caminhada, o processo da evolução humana é determinante e não perdoa os fracos.

No escuro da noite fui vitima, na escuridão fui atingido e enquanto dormia, o veneno estava sendo liberado. Um ataque covarde mas é a natureza do bichinho, ele nasceu e morreu covarde. 

Como dizem os antigos, quem tem advogado não briga, o meu advogado é um cara que sabe tudo de saúde humana, ele está fazendo o seu trabalho  e eu estou muito tranquilo.

Iba Baba mi Orisa Soponnan.
                                                                       



O Babalawo e a aranhazinha paulista.


No fim do mês de maio eu estava na cidade de São Paulo fazendo algumas iniciações e comecei a me sentir um pouco estranho, senti a alteração da temperatura do meu corpo dois dias seguidos.

Estava me sentindo como se estivesse com febre, mas não dei importância, como sempre a minha vida é muito corrida e cheia de afazeres, eu tinha terminado um itefa e ia começar mais dois quando vi em meu corpo uma pequena marca que identificou o ocorrido.

Eu tinha sido picado por um inseto, procurei no quarto e descobri uma pequena aranha morta, sabe lá como ela morreu, devo ter matado a sem sentir.

A verdade é que fui atingido e aprendi uma lição com a historia, devemos olhar a cama antes de deitar, a confiança em demasia complica a situação, devemos ficar atentos para as armadilhas da natureza.

Quando me senti estranho minha iya apetebi preocupada pediu para o Araba consultar Ifá e o Odu que apareceu foi Osa Irete ire, tranquilizando a todos, pois é um odu de muita fartura e sucesso, sem falar que é o odu de nascimento do Araba que naquele momento vinha nos tranquilizar.

O Babalawo dono da casa que eu estava hospedado se preocupou com o fato e insistiu em me levar até o hospital, mas depois de alguns exames nada foi encontrado, na verdade o fato era menos importante do que eu imaginava.

Da historia ficou na minha pele uma pequena marca escurecida de aproximadamente um centímetro e considerando que tenho aproximadamente um metro e oitenta centímetros de altura e oitenta quilos, a pequena marca praticamente é insignificante.

Um Babalawo deve estar preparado para lidar com todo tipo de situação, mas eu não imaginava que um aracnídeo me causasse tal problema.

A experiência nos ensina que um fato deve contribuir para a nossa formação nos afastando do problema em uma situação futura e nos capacitando para lidar com o mesmo.

 Um pequeno animal pode te incomodar por algum tempo, mas o corpo humano desenvolve uma defesa independente do seu querer, tudo é automático e com o passar do tempo você se sente vacinado e essas coisas não te incomodam mais.

A natureza é muito seletiva e aqueles que não contribuem terminam sucumbindo na caminhada, o processo da evolução humana é determinante e não perdoa os fracos.

No escuro da noite fui vitima, na escuridão fui atingido e enquanto dormia, o veneno estava sendo liberado. Um ataque covarde mas é a natureza do bichinho, ele nasceu e morreu covarde. 

Como dizem os antigos, quem tem advogado não briga, o meu advogado é um cara que sabe tudo de saúde humana, ele está fazendo o seu trabalho  e eu estou muito tranquilo.

Iba Baba mi Orisa Soponnan.
                                                                       



terça-feira, 2 de setembro de 2014

A filosofia de ifá


A filosofia de ifá
Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola


Aproximadamente dois anos atrás em uma tarde de domingo após ter tomado um café enquanto minha mulher assistia à televisão entrei na internet e fui surpreendido pelo convite para fazer parte do facebook de uma jovem iyanifa.

Se não estou enganado fui uma das primeiras pessoas que ela convidou para o seu facebook, olhei as fotos e percebi que o ritual do itefa tinha terminado naquele mesmo dia, observei com bastante cuidado as fotos da jovem iyanifa por saber se tratar da iya apetebi de um jovem Babalawo, que há um mês ou dois antes também havia me adicionado.

Como sempre quando entro na internet converso com um ou dois membros de minha família porque o facebook não me atrai, as pessoas quem conhecem sabem que não morro de paixão pela rede social.

No dia seguinte bem cedo minha iya apetebi me mostrou um texto que a jovem iyanifa tinha postado fui surpreendido pela quantidade de absurdos contido nesse texto, foi olhando a internet hoje vendo a foto do jovem casal que resolvi escreve sobre a filosofia de Orunmila.

Surpreende-me que algumas pessoas que ainda não conhece sobre seu próprio odu se arrisquem escrevendo sobre ifá, fico ainda mais espantado quando vejo pessoas que são pré-iniciadas escreverem sobre ética na religião tradicional yoruba.

Como alguém que ainda não passou por um itefá ou que recentemente foi submetido a essa cerimônia pode falar sobre um tema tão extenso e complexo, isso para mim é uma falta de respeito com as pessoas que leem e uma total falta de consideração com as divindades, pois ifá adverte que (1) não devemos falar do que não conhecemos.

A falta de textos para as pessoas iniciadas dá espaço para que aventureiros se intitulem conhecedores, normalmente os autores que escrevem sobre a filosofia de ifá publicam seus textos em inglês e yoruba, criando um grande problema para as pessoas que não tem conhecimento sobre esses idiomas.
Buscando elucidar muitas das questões formuladas a nós na rede social resolvi abordar mais profundamente a questão da filosofia, começarei abordando alguns fatos:

- Se a pessoa tem o hábito de mentir e dissimular seria possível que ela estivesse alinhada com algum orisá, eu particularmente não acredito a mentira, a inveja e a desonestidade afastam as pessoas dos orisás, principalmente Orunmila.

 A própria consulta a ifá determina que o uso do ibo identifique com clareza o sim ou o não, no ifá não existe meio honesto, meio invejoso, meio mentiroso e se isso acontece à pessoa esta desalinhada com o orisá.

A falta de caráter é motivo de orientação na consulta de orisá, implicando em ebó, aconselhamento e esclarecimento, visando à mudança de postura, isso não acontecendo o afastamento da divindade é progressivo.

Imaginemos que um homem que levanta a mão para uma mulher possa imaginar que um dia será beneficiado por Osun ou Iya mi, isso é um absurdo.

Um homem ou a mulher adúltero teria condições de jurar dentro do igbodu fidelidade ao seu Oluwo e ao seu ifá assim como ao seu egbe, isso é impossível, não existe nível de traição, existe sim uma falta cometida que não é dimensionada por se tratar de pessoas ou divindades, traição é traição.
No igbodu o juramento é feito sobre a terra (2) e não importa por onde andemos a terra vai testemunhar os nossos atos.

Um Babalawo jamais pode (3) trair, roubar e mentir, sendo assim me surpreende que algumas pessoas que ganham a vida mentindo publiquem em suas páginas pessoais fotos de assentamentos de Orunmila e fotos de aves com hábitos noturnos, será que acreditam esses desavisados que em seus assentamentos respondem Orunmila e Iya mi.

Na verdade a energia que responde nesses assentamentos é mobilizada pela exteriorização do aspecto energético do individuo e propulsionam situações de aspectos negativos, a filosofia de ifá é clara quando diz no odu Ogbe Otura (4) aquele que tem maus hábitos é incapaz de invocar forças curadoras ou prosperas.

Existe uma grande confusão com a filosofia dominante em nosso país, católico, e o que é pregado por Orunmila, um exemplo que posso citar é que na bíblia diz que devemos dar a outra face, já no odu ogunda meji fala que devemos estar sempre preparados para a guerra e que é nossa obrigação reagir contra uma agressão com a mesma intensidade. Então pensar com uma formação católica cultuando orisá é o primeiro passo para o erro.

Imaginemos uma mulher que faz um aborto rezar para Osun algum tempo depois pedindo fertilidade é no mínimo incoerente, porém a pratica da teologia somada à filosofia vai instruir essa mesma pessoa criando novos hábitos, aprimorando o pensar, refinando o sentir, purificando o agir.

Se não houvesse uma possiblidade de uma nova chance qual seria a razão de reeducar, (5) sendo assim a revolução do comportamento e do sentir deverão ser retratados no dia a dia na forma de agir.

A filosofia é uma ciência dividida em três períodos específicos quando estudada, a impressão que temos que os sacerdotes do culto ao orisá da atualidade se deixaram influenciar por hábitos católicos oriundos do período filosófico Helenístico que tem influência cristã.

O importante para o culto ao orisá quando estabelecemos um paralelo do pensar seria o período Pré- Socrático sem influência católica com base na relação do homem com o mundo ao seu redor.

Alguns desses sacerdotes da atualidade são capazes de copiar textos, roubar ideias e plagiar descrições com o objetivo de abordar o tema filosofia, não me espanta se em breve surgir uma fase nova da filosofia descrita como a mediocridade.

Algum tempo atrás um conhecido me chamou ao telefone e abordou esse tema, dizia ele, “Baba Ifagbaiyin o senhor pode me explicar algumas coisas sobre filosofia e ifá”. Conversamos aproximadamente uma hora e meia, ele se despediu muito feliz com a minhas explicações, para a minha surpresa no outro dia postou um texto com a nossa conversa que ele certamente gravou.

Desconhece o pretenso sacerdote a essência do Ifá que visa (6) lapidar o homem, aprimorando o raciocínio objetivando um convívio harmonioso com tudo ao seu redor.

É impossível que pessoas com esse comportamento pretendam divulgar ideias considerando o fato que Orunmila é aquele que tudo sabe, partindo desse principio toda a energia gasta na tentativa do convencimento pode estar atingindo única e exclusivamente o seu autor, gerando em um primeiro estagio uma sensação de prazer que leva o mesmo a pensar que esta fazendo sucesso. 

O problema é o segundo estagio quando o individuo se vê envolvido em um período depressivo por conta da consciência da realidade, na verdade ele termina concluindo que a única pessoa prejudicada é ele mesmo.

Na ecologia o primeiro período na escala de evolução de um povo é a destruição o segundo é a conscientização e o terceiro a reconstrução, já na evolução do pensar medíocre a três fazes são descritas da seguinte forma, a primeira é a inveja que desperta o desejo de ter o que o outro tem, a segunda fase é a elaboração do projeto destrutivo, sim destrutivo não que destrua a o invejado e sim que destrói a verdadeira personalidade do invejoso, dando espaço ao duble do invejado.

O pior de tudo é a terceira fase após prejudicar a vitima o invejoso percebe que também se prejudicou.

Se um iniciado em ifá tem como proibição (7) maior trair e mentir, é evidente que a confiança é o alicerce para a relação dos indivíduos, por essa razão somente algumas pessoas pertencentes há alguns seguimentos dentro da estrutura religiosa tradicional tem acesso a algumas informações. 

Aquele que foi iniciado necessita ter paciência para evoluir dentro de sua família visando assim atingir um nível que deixa de existir segredos entre seus membros.

É verdade que um Oluwo não é uma espécie de pai, ele é sim um iniciador e um mestre, o afastamento dele pelo jovem iniciado não é bem visto em território yoruba, as pessoas iniciadas em ifá permanecem na mesma família por toda a vida, esse fato facilita a compreensão da teologia e da filosofia.
As relações entre os membros no ifá são pautadas (8) na visão que o tempo fortalece os laços, abre as portas da convivência.

 Diminuindo as dúvidas, fortalecendo assim confiança e a segurança, objetivando a elevação espiritual e moral.