Autor: Iya apetebi Ifakemi Agboola
Outro dia estava me lembrando de uma historia que presenciei há muito tempo...
Outro dia estava me lembrando de uma historia que presenciei há muito tempo...
Uma senhora que hoje é uma iyalorisa conhecida,emprestava algumas de suas roupas para os funcionários de sua casa irem com ela nas festas de religião,na condição que eles dissessem que eram filhos de santo dela.
Essa loucura explica a que ponto uma pessoa pode chegar para demonstrar que tem um grande número de filhos.
Vamos falar de um assunto que todos conhecem bem, os filhos troféus,iniciados que servem de adorno na coroa de sua majestade (a vaidade de ser sacerdote) coisa muito comum nos dias de hoje.
Vocês acham estranha a minha afirmação?
Em um mundo,onde quase tudo é aceitável,onde status e beleza viraram religião e o número de filhos,é sinônimo de asé,
acredito que algo aqui deve ser mudado,porque eu não concordo que um número grande de filhos é sinal de asé,só não consegui encontrar a palavra certa,para definir isso,não sei se é vaidade ou ignorância.
Nada mais poderia ser estranho, que colecionar seguidores,e não formar iniciados,isso parece até brincadeira.
Bem amigos, vamos ser sinceros,tudo começa com a iniciação do troféu, primeiramente a roupa da sua saída,deverá ser digna de um rei ou rainha,ou será que o dono da casa vai querer mostrar a simplicidade de um orisá?
Não,ali, é seu momento, e através daquela situação que ele vai encantar o público.
Fora da realidade,com todo o seu orgulho,divulgará aos olhos da ilusão,a continuação de um ritual,onde a preocupação é o luxo e a necessidade de apresentar para aquela casa, mais um membro, ou seria apenas mais um número,ou mais um troféu?
Hoje,o que vemos,por ai, não são casas preparadas,preocupadas em colocar os filhos em sintonia com o orixá, mas o iniciado em sintonia com as necessidades da casa,ou a vaidade do sacerdote,
buscando ali apenas elevar os números de filhos,onde a satisfação não esta no orisa,mais sim na quantidade de pessoas iniciadas ,ou no número de pessoas dançando no barracão.
Essas coisas se tornaram hábito em muitos lugares, graças ao Orisa não virou uma regra,ainda temos sacerdotes honestos.
Em alguns lugares chega ao ponto que isso é tão importante,que ao chegar na casa,é sempre enfatizado a “necessidade de ser iniciado no orisa”, e à medida que o tempo passa, a pessoa que ainda não se submeteu ao ritual,começa a ser vista com um certo desprezo.
Por que?
É amigos,precisamos mudar alguns conceitos dentro do culto aos Orisas; Orisa é pé no chão,é simplicidade,não é números, e sim a qualidade e não a quantidade.
É a capacidade de transformar,é a força da fé, é a verdade nua e crua,é a realidade;não aceito mais a ilusão, não vou compactuar com a mentira a mediocridade e a ignorância que se instalou.