quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Orunmila Ifá.



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

O ano de 2014 do calendário cristão foi muito bom, conheci várias pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para um excelente resultado de nosso trabalho.

Nesse ano que está se encerrando entendi que o importante é seguir com o que eu acredito, ameaças e opiniões contrarias ao meu comportamento não alteraram o meu dia a dia, sigo fazendo muitas iniciações e continuo divulgando a minha crença.

O ifá no Brasil é muito jovem e ainda temos muito para aprender com os nossos irmãos yorubanos, mas uma coisa é certa adquirimos o respeito de nossos irmãos da Nigéria hoje somos vistos não pelo que temos e sim pelo que sabemos, daqui para frente não será mais discutido se um brasileiro pode ou não ser um Babalawo pois entre os Babalawos que mais iniciaram em toda história no mundo o projeto Ifá é para todos é conhecido e respeitado.

Em alguns anos o ifá em nosso país será cultuado em todo o território, a divulgação é um compromisso do bom sacerdote, no odu Ogbe Ogunda diz, para formar um bom Babalawo é necessário um longo período de viagens, conhecer as pessoas é importante na formação do sacerdote, sendo assim viajar e divulgar o ifá é uma responsabilidade de todos nós.

No momento em que as famílias se reúnem para festejar um começo de um novo ano, reafirmamos o nosso compromisso em divulgar a palavra de Orunmila, desejo a todos boas festas e que a amizade o respeito e a humildade balizem o relacionamento entre os homens.


Ifá egbe wa o

Aboru aboye



O ano de 2014 do calendário cristão foi muito bom, conheci várias pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para um excelente resultado de nosso trabalho.

Nesse ano que está se encerrando entendi que o importante é seguir com o que eu acredito, ameaças e opiniões contrarias ao meu comportamento não alteraram o meu dia a dia, sigo fazendo muitas iniciações e continuo divulgando a minha crença.

O ifá no Brasil é muito jovem e ainda temos muito para aprender com os nossos irmãos yorubanos, mas uma coisa é certa adquirimos o respeito de nossos irmãos da Nigéria hoje somos vistos não pelo que temos e sim pelo que sabemos, daqui para frente não será mais discutido se um brasileiro pode ou não ser um Babalawo pois entre os Babalawos que mais iniciaram em toda história no mundo o projeto Ifá é para todos é conhecido e respeitado.

Em alguns anos o ifá em nosso país será cultuado em todo o território, a divulgação é um compromisso do bom sacerdote, no odu Ogbe Ogunda diz, para formar um bom Babalawo é necessário um longo período de viagens, conhecer as pessoas é importante na formação do sacerdote, sendo assim viajar e divulgar o ifá é uma responsabilidade de todos nós.

No momento em que as famílias se reúnem para festejar um começo de um novo ano, reafirmamos o nosso compromisso em divulgar a palavra de Orunmila, desejo a todos boas festas e que a amizade o respeito e a humildade balizem o relacionamento entre os homens.


Ifá egbe wa o

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Ojubona, o orientador no Ifá.


Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Em todas as profissões bons profissionais durante anos se consideraram como aprendizes, a aceitação da condição de despreparado facilita o aprendizado e qualifica a formação com a atitude de humildade.
No Ifá não é diferente sempre divulgamos abertamente a necessidade de um tempo mínimo de estudos antes do awo assumir a posição de sacerdote, a condição por nós aceita como a mínima condição divulgada pelo nosso Araba, que considera um prazo mínimo de preparação em 4 a 5 anos.
É bem verdade algumas pessoas se afastaram da nossa família por não concordarem com esse prazo, o desejo de atender muitas vezes termina atropelando o bom senso como poderia ser considerado o recém iniciado como Oluwo se ainda não tem a formação de Babalawo.
Um Babalawo deve saber um mínimo sobre os odus, deve saber preparar awures, isegun, asetas, entre várias formulas necessárias no dia a dia, além de saber fazer os mais diversos ebós inclusive ebó riru.
Sem o conhecimento o awo enfrentará dificuldade que terminaram prejudicando a imagem de toda a sua família e não só a dele, o despreparo prejudica o sacerdote e o consulente, a má interpretação de um odu pode guiar o awo em direção ao sentindo inverso do desejado, resultando o atendimento em um fracasso.
É responsabilidade exclusiva do Oluwo autorização para o atendimento, o Ojugbona ajuda na preparação do awo mas a liberação é um ato do Oluwo, toda a egbe segue a orientação de um único líder, o Oluwo, sendo assim os elogios e as críticas devem ser dirigidas exclusivamente a ele.
O culto a ifá aceita as pessoas sem esclarecimentos, mas não incentiva que elas sejam iniciadoras se o mesmo não deseja estudar jamais conseguira sair da condição de iniciado, é nesse momento que a postura do ojugbona pode fazer uma enorme diferença.
O ojugbona antes de mais nada é uma figura de total confiança do oluwo, a permanecia dele ou não como instrutor do iniciado é uma decisão exclusiva do oluwo.
Um ojugbona quando escolhido entre Babalawos experientes pode ser responsável por todo o treinamento do awo e isso pode durar alguns anos ou não, considerando a hipótese que na falta de Babalawos experientes jovens Babalawos poderão ser escolhidos para acompanhar o awo exclusivamente no período do itelodu ou itefá.
Para fazer a iniciação de um outro awo a figura do ojugbona pode ser ocupada pelo Babalawo ou pelo oluwo, considerando que existe um mínimo de pessoas para a cerimônia de itefá.
O oluwo no itefá é o responsável por toda a cerimônia, o Babalawo auxilia o oluwo assim como o ojugbona auxilia o oluwo, isso indica um mínimo de participantes do itefá em duas ou três pessoas.
Já presenciamos algumas situações que para não identificar como ridículas usaremos o termo hilário, antes de iniciado o awo já tem sua agenda fixada para iniciar outras pessoas.
Isso tudo representa o retrato de muitos dos supostos awos nos dias de hoje, pessoas com um pouco de conhecimento da cultura afro brasileiro se auto designam os sacerdotes da Religião Tradicional Yoruba prejudicando a imagem do ifá como um todo.
Mesmo que alguns consideram esse período mínimo de treinamento como escravidão ou subserviência, particularmente acredito que awo merece uma formação diferenciada porque alguns conseguem assimilar os ensinamentos em menos tempo, embora o mínimo jamais deva ser inferior ao anunciado pelo Araba de 4 a 5 anos.
Imaginem alguém dirigindo a mais de 200 km por hora sem uma preparação antecipada, o mesmo risco de vida deve ser considerado quando um awo atende sem ter condições. A autorização para o despreparado é equivalente a entrega das chaves de um veículo potente a uma pessoa que não sabe dirigir e um acidente fatal pode acontecer.
O fato do awo ter compromissos com a família e manutenção de sua casa, jamais justificara que o Oluwo o permita atender.
As necessidades de ganho do awo jamais deve ser considerada como pretexto para a eliminação de etapas.
A decisão do Oluwo pode ser antipática, mas é necessária, a não liberação de um awo despreparado para atendimento e iniciações é fundamental para a preservação do nome da egbe.
Esse texto é uma homenagem a meu ojugbona João Assef foi ele quem colocou um opele em minhas mãos pela primeira vez, foi com ele que aprendi os primeiros passos no Ifá, esse homem não foi somente meu ojugbona, foi um exemplo para mim com sua simplicidade e dedicação ao ifá.

OJUGBONA


Em todas as profissões bons profissionais durante anos se consideraram como aprendizes, a aceitação da condição de despreparado facilita o aprendizado e qualifica a formação com a atitude de humildade.
No Ifá não é diferente sempre divulgamos abertamente a necessidade de um tempo mínimo de estudos antes do awo assumir a posição de sacerdote, a condição por nós aceita como a mínima condição divulgada pelo nosso Araba, que considera um prazo mínimo de preparação em 4 a 5 anos.
É bem verdade algumas pessoas se afastaram da nossa família por não concordarem com esse prazo, o desejo de atender muitas vezes termina atropelando o bom senso como poderia ser considerado o recém iniciado como Oluwo se ainda não tem a formação de Babalawo.
Um Babalawo deve saber um mínimo sobre os odus, deve saber preparar awures, isegun, asetas, entre várias formulas necessárias no dia a dia, além de saber fazer os mais diversos ebós inclusive ebó riru.
Sem o conhecimento o awo enfrentará dificuldade que terminaram prejudicando a imagem de toda a sua família e não só a dele, o despreparo prejudica o sacerdote e o consulente, a má interpretação de um odu pode guiar o awo em direção ao sentindo inverso do desejado, resultando o atendimento em um fracasso.
É responsabilidade exclusiva do Oluwo autorização para o atendimento, o Ojugbona ajuda na preparação do awo mas a liberação é um ato do Oluwo, toda a egbe segue a orientação de um único líder, o Oluwo, sendo assim os elogios e as críticas devem ser dirigidas exclusivamente a ele.
O culto a ifá aceita as pessoas sem esclarecimentos, mas não incentiva que elas sejam iniciadoras se o mesmo não deseja estudar jamais conseguira sair da condição de iniciado, é nesse momento que a postura do ojugbona pode fazer uma enorme diferença.
O ojugbona antes de mais nada é uma figura de total confiança do oluwo, a permanecia dele ou não como instrutor do iniciado é uma decisão exclusiva do oluwo.
Um ojugbona quando escolhido entre Babalawos experientes pode ser responsável por todo o treinamento do awo e isso pode durar alguns anos ou não, considerando a hipótese que na falta de Babalawos experientes jovens Babalawos poderão ser escolhidos para acompanhar o awo exclusivamente no período do itelodu ou itefá.
Para fazer a iniciação de um outro awo a figura do ojugbona pode ser ocupada pelo Babalawo ou pelo oluwo, considerando que existe um mínimo de pessoas para a cerimônia de itefá.
O oluwo no itefá é o responsável por toda a cerimônia, o Babalawo auxilia o oluwo assim como o ojugbona auxilia o oluwo, isso indica um mínimo de participantes do itefá em duas ou três pessoas.
Já presenciamos algumas situações que para não identificar como ridículas usaremos o termo hilário, antes de iniciado o awo já tem sua agenda fixada para iniciar outras pessoas.
Isso tudo representa o retrato de muitos dos supostos awos nos dias de hoje, pessoas com um pouco de conhecimento da cultura afro brasileiro se auto designam os sacerdotes da Religião Tradicional Yoruba prejudicando a imagem do ifá como um todo.
Mesmo que alguns consideram esse período mínimo de treinamento como escravidão ou subserviência, particularmente acredito que awo merece uma formação diferenciada porque alguns conseguem assimilar os ensinamentos em menos tempo, embora o mínimo jamais deva ser inferior ao anunciado pelo Araba de 4 a 5 anos.
Imaginem alguém dirigindo a mais de 200 km por hora sem uma preparação antecipada, o mesmo risco de vida deve ser considerado quando um awo atende sem ter condições. A autorização para o despreparado é equivalente a entrega das chaves de um veículo potente a uma pessoa que não sabe dirigir e um acidente fatal pode acontecer.
O fato do awo ter compromissos com a família e manutenção de sua casa, jamais justificara que o Oluwo o permita atender.
As necessidades de ganho do awo jamais deve ser considerada como pretexto para a eliminação de etapas.
A decisão do Oluwo pode ser antipática, mas é necessária, a não liberação de um awo despreparado para atendimento e iniciações é fundamental para a preservação do nome da egbe.
Esse texto é uma homenagem a meu ojugbona João Assef foi ele quem colocou um opele em minhas mãos pela primeira vez, foi com ele que aprendi os primeiros passos no Ifá, esse homem não foi somente meu ojugbona, foi um exemplo para mim com sua simplicidade e dedicação ao ifá.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014



AYO SALAMI (Ifaloore)




Hoje quando fiquei sabendo da morte do grande escritor Ayo Salami, por algum tempo me deixei tomar por um raciocínio pratico, mas sem sentindo, imaginei porque os bons morrem primeiro?

Durante esse tempo que faço parte da rede social me roubaram o meu perfil, as minhas fotos, os meus textos e até a minha história. Me roubaram as fotos dos meus assentamentos, roubaram os meus projetos e até o houve o caso de um que roubou meu blog inteiro.

O desrespeito é tamanho que outro dia uma pessoa discutiu comigo sobre uma frase que eu postei faz três anos, ela afirmou que a frase era parte de um texto que ela tinha acabado de criar.
A falta de respeito com a propriedade intelectual chama a atenção, e as pessoa que copiam seus textos e simplesmente colocam os nomes dela.

No nosso país a falta de cultura só perde para a falta de respeito, homens e mulheres que se dizem sacerdotes usam da religião para tirar vantagens, falta de pudor e desejos incontidos se complementam com fotos que retratam poucas roubas e muita ousadia.

Muitos desses indivíduos ocupam espaços trabalhados por poucos usando frases e textos bem conhecidos como forma de justificar o seu saber.

Essa pessoas sem escrúpulos se misturam nas páginas das redes sociais e com seus comportamentos, usam propriedades intelectuais, ideias e projetos de outras pessoas com tanta naturalidade que assusta.

Se passando por religiosos ele conseguem iludir um pequeno grupo de desavisados e pagam um alto preço por alguns minutos de sucesso, comprometendo a sua dignidade eles deixam retratado nas mais diversas páginas as suas incapacidades, que são vistas por quem atento está.

Essas pessoas que são vítimas da falta de escrúpulos terminam escrevendo tantas vezes as mesmas mentiras que incorporam a ideia como sendo verdade.

Como entender o que elas sentem em atribuir a elas a autoria de um trabalho que elas não participaram da criação e que desconhecem o teor.

Em conversa com alguns amigos percebi que não sou o primeiro a passar por isso, parece até que comumente pessoas que adquirem alguma projeção terminam vitimados pela mesma situação.
Soube que o consagrado escritor Ayo Salami enfrentou várias vezes durante a sua vida pessoas mal intencionadas que copiaram parte do seu trabalho.

Imagina agora com a sua morte o que vai acontecer, certamente muito do que ele escreveu vai ser adulterado e supostos autores devem aparecer se intitulando proprietários do trabalho desse grande homem.

Nos resta pedir a Olódùmarè que acalme o seu espirito e que conforte sua família, ele nos deixou, mas vários, assim como eu seguirão escrevendo influenciados pelo seu trabalho.

Sun re o

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A verdade sobre o orixá e Ifá.



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Ao longo dos anos tenho acompanhado um grande numero de pessoas divulgando a religião tradicional yoruba, algumas delas bem intencionadas fazem ótimos trabalhos outras, no entanto, se limitam a divulgar materiais vindos do exterior como sendo a mais pura verdade, incontestável e irretocável verdade.

O povo de nosso país durante anos foram vitimados com a verdade católica que moldou a forma de pensar de nosso povo, a nossa gente pensa em religião como se o catolicismo fosse à base para tudo.

O planeta tem sete milhões de habitantes, o catolicismo durante longo tempo foi dominante em vários países, hoje isso já não acontece, à manipulação da informação aos poucos deixa de existir sendo assim as pessoas tem acesso a informações referentes às mais diversas religiões.

A necessidade de nossos irmãos na fé do orisá é especifica, não podemos mudar na teologia com filosofia católica ou cristã. Existe uma guerra acontecendo nas entrelinhas em nosso país, evangélicos e católicos disputam com violência os fieis, isso gera desconforto para nossos irmãos, em grande parte dominados por um sistema corrupto que associa a politica a religião e ao poder da mídia.

O povo que cultua orisá esta necessitando de informações, precisamos de canais de tv e emissoras de rádios disponibilizando informações verdadeiras sobre a teologia e a filosofia yoruba.
Na tentativa de criar mais um espaço onde a informação sobre orisá possa ser divulgada criamos vários trabalhos, incluindo os nossos blogs e as nossas paginas na internet.

Não somos os donos da verdade, temos um trabalho que é fruto de dedicação com mais de cinco décadas de fé e amor aos orisás. É bem verdade que os orisás foram generosos conosco, nos possibilitaram um convívio com pessoas capacitadas que auxiliaram na nossa informação.

Vejo constantemente na internet abordagens equivocadas algumas pessoas na falta de conhecimento improvisam e terminam misturando o cristianismo com a religião tradicional de culto ao orisá.
Essa semana recebi de presente de aniversario de um querido amigo um livro do grande escritor Ayo Salami, após a leitura resolvi escrever esse texto desmitificando algumas questões, o livro que fala sobre Egbe Orun me inspirou uma abordagem ampla sobre a filosofia e a religião yoruba.

Buscando torna a didática leve e acessível para pessoas de todas as idades e níveis intelectuais, vamos abordar algumas questões de forma simplificada.


O nascimento


O nascimento de um ser humano dentro da religião yoruba é descrito em varias fases, nos versos de ifá, partindo do principio ativo que é particularmente conhecido como alma.


Alma


A alma que vamos designar dessa forma para fácil identificação tem origem divina, Olodumare “Deus” com a necessidade de criar novos indivíduos encarrega Obatala de criar novos corpos celestiais que após a criação ganhou vida com o sopro divino do criador, “Deus”.
Com a vida insuflada em um principio que se origina em dois corpos simultaneamente a alma agora dos seres idênticos segue a trajetória natural se dirigindo para a escolha de um orí.

Ori


O orí é escolhido pela alma e seu duplo originando aqui após a escolha diante de Àjàlá “aquele que cria o “Ori” um duplo do orí idêntico que tenha a função de acompanhar o duplo da alma no orun”.

Egbe Orun


O culto a Egbe Orun enfatiza a necessidade de atrair o duplo da alma que permanece no Orun depois do nascimento com a finalidade de acessar a ligação divina de Egbe com Olodumare possibilitando uma vida mais confortável.

Abiku


O espirito abiku reproduz a insatisfação e a falta de aceitação com o destino e o afastamento do duplo, sendo assim o encontro da morte é a maneira simplista de reencontrar o duplo no orun.
Embora muitas pessoas com problema de abiku não morram jovens a sua condição de insatisfação e a não aceitação do destino escolhido caracterizam seu comportamento.

Bori


O culto a orí enfatiza a necessidade de atrair do duplo do orí que permanece no Orun depois do nascimento com a finalidade de acessar a ligação divina de orí com Olodumare possibilitando uma vida mais confortável.

Obs: Na filosofia Yoruba o duplo da alma e o duplo do orí por permanecer no Orun tem ligação direta com o divino isso facilita o acesso a uma vida prospera e tranquila dai a razão do culto ao duplo.
Sendo que o orí e a alma que se destinaram para acompanhar o corpo no nascimento em convívio terreno perde muito da sua inocência e distancia o homem do seu criador.

Esse tema já foi abordado por vários pensadores que aproximam a figura infantil e inocente do divino que também descrevem o afastamento de Deus com o passar do tempo e o desenvolvimento do caráter e da personalidade.

Caráter 


O caráter conhecido na filosofia yoruba como IWA esta contido na escolha do individuo aos pés de Àjàlá no momento da escolha d orí, porém com uma definição mais ampla conhecida por nós como odu.

Odu


Odu pode ser designado como o resultado de parte da essência divina introduzido em quatro elementos o orí e o seu duplo assim como a alma e seu duplo, esse conjunto em movimento após o nascimento concentra na parte que vem para terra o Iwa que sofre algumas alterações com o passar do tempo e o convívio com outros indivíduos gerando aqui o que conhecemos como personalidade.
A personalidade

A livre escolha de como viver expressada em uma pequena parte de como conhecemos como destino pode nos aproximar ou nos afastar do divino, pessoas com o mesmo odu que tem a alma como ponto de origem da mesma essência, “Egbe” expressam comportamentos diferentes em razão do caráter “IWA” gerando assim um comportamento identificado como diferente da essência conhecido como personalidade.

Destino


Ori esta ligado ao odu, e existe 256 odus diferentes, a grosso modo, teríamos no mínimo 256 tipos de bori. Mas a verdade é que esse procedimento não segue nenhuma regra e sim, uma orientação de Ifa ocasional.

Obs:O destino pode ser assim compreendido.


AKUNLEYAN é a parte do destino que cada um escolhe por vontade própria, livre arbítrio.

AKUNLEGBA é a parte do destino o qual está adicionada como complemento de AKUNLEYAN.

AYANMO é aquela parte do destino que nunca pode ser mudado.
 Por exemplo: Pais, sexo etc...

 Ìwà Rere quer dizer, bom caráter, um dos principais requisitos para se tornar digno de ser cultuado por seus descendentes após sua morte.

Apari-Inu representa o caráter à natureza humana, Ori Apere representa o destino.

Um indivíduo pode vir para a terra com um bom destino, mas se ele vem com mau caráter, à probabilidade de cumprimento, do seu destino é comprometida.
O pecado

A cultura Yoruba não reconhece o pecado, pessoa que toma a iniciativa de se distanciar de seu destino, é o que popularmente se chama de pobre de espirito.

A filosofia Yoruba é fantástica, existe uma frase que diz, o castigo deve ser adequado ao caráter do culpado.

Isso identifica que o caráter também faz parte da escolha, assim como o odu a escolha é testemunhada por Orunmila.
O Espirito

O espirito é descrito em um conjunto que é formado pelo Ori, a alma e o caráter, o odu de duas pessoas idêntico pode gerar comportamentos diferentes em razão do desenvolvimento do caráter que é alterado gerando o distanciamento do destino comprometendo a alma e distanciando a mesma de seu duplo e da sua essência.

Orunmila


O culto a Òrúnmilà serve para aprimorar o caráter e aproximar o individuo de seu destino, o conhecimento do odu de nascimento serve para nortear o comportamento visando aproximar a alma e o orí de seu duplo contando com o apoio do Orisa.

Orisa


A nossa alma tem a mesma origem que tem o orisa porem a nossa alma pertence a um egbe e o Orisa pertence a outro egbe a origem é a mesma, mas definição se difere porque a alma considerando a parte que vem para a terra pode se distanciar da origem o orisa se mantem em sua essência divina e possibilita o acesso à prosperidade assim como o nosso duplo no orun por razões anteriormente descritas.

O culto a Orisa


O culto a orisa assim como o culto a orí e egbe tem a mesma finalidade que é a aproximação com o divino e a identificação com a nossa origem, considerando que o duplo é parte do Deus e assim se comporta a essência é fundamental no desenvolvimento do espirito.
As pessoas que são iniciadas para determinados Orisás seguem uma orientação de Ifá baseada em um principio da complementação.
Quando um sacerdote de Ifa é iniciado cumpre uma série de rituais e cultua os Orisás indicados nos odus relativos à sua iniciação, já no caso da pessoa não iniciada em Ifá o processo pode seguir uma orientação um pouco diferente.

A incorporação


O transe consciente visa à aproximação do individuo com a essência do divino expressa no Egbe, ela é provocada e se justifica para a evolução do espirito que habita em cada um de nós.

O transe inconsciente que não é reconhecido pela ciência tão pouco se justificaria como forma de evolução, pois se eu não tenho conhecimento que estou alinhado como poderia me beneficiar do alinhamento, tal comportamento é injustificado e inexplicável para a evolução espiritual.

Mesmo que algumas pessoas acreditam quem isso é possível a ciência contesta e o comportamento daqueles que tomam banho e colocam roupas adequadas para os rituais se entregando ao ritmo das cantigas invocatórias de forma consciente o individuo em alinhamento com a essência propositalmente.

A informação da não consciência é usada dos dois lados do oceano por pessoas que se beneficiam e usam a energia do divino em beneficio próprio as aberrações no território yoruba como em outros países chegam ao máximo dos ridículos onde números de magicas tentam justiçar a veracidade do espirito, homens introduzem instrumentos perfurantes em seu corpo tentando provar uma incorporação, mas na verdade uma solução de folhas anestésicas é usada como forma de amenizar a dor criando um palco ilusórias onde inúmeras pessoas contracenam com a mentira.

Egungun


O culto aos antepassados tem a mesma finalidade que o culto de Egbe e Ori com uma diferença o alinhamento é buscado na essência e não no duplo.

O culto a egungun tem a mesma finalidade que o culto a orisá, a aproximação da essência que não sofreu alteração e mantem o principio do divino possibilita o viver mais confortável e o desenvolvimento espiritual próximo do compromisso assumido antes do nascimento.

O culto a Orunmila


O ato de criar o Ifá do individuo através do assentamento de Orunmila possibilita a criação do instrumento que identificara o destino e os compromissos assumidos antes do nascimento essa questão é fundamental que seja compreendida como um mapa que auxiliara a pessoa na caminhada terrena, mas também auxiliara o espirito no alinhamento com o duplo.

Somente Orunmila testemunhou a nossa escolha do nosso destino, a voz de Orunmila só pode ser ouvida no Ifa e o Ifá pessoal reproduz com mais detalhe a nossa escolha.

Isefa


Para algumas famílias o isefa não é uma iniciação, em nossa família consideramos o Itefa uma iniciação completa e o isefa uma pré-iniciação, em nossa família toda a pessoa submetida a um isefa recebe um nome, além das orientações do odu do ritual, se essa pessoa recebe uma indicação de ifá que deve se tornar um babalawo, o ifá é alimentado mais uma vez, em um novo ritual, que não acontece no mesmo dia, e um opele é consagrado para o inicio dos estudos.

Em algumas famílias a pessoa submetida em um isefa é chamada Omo ifá, e uma submetida ao itefa são conhecidas como awo ifá.
Em nossa família consideramos esses dois nomes e usamos a denominação awo kekere, (pequeno segredo), ou awo kekere, para as pessoas com indicação do inicio a preparação para itefa.
O awo kekere, é uma pessoa que normalmente tem o seu Exu arrumado com o odu do isefa ou com um odu indicado por ifá, na segunda cerimonia quando é consagrado o opele de estudo.

O awo kekere pode receber esse opele que muitas vezes é confeccionado com pedaços pequenos de cabaças, semelhante ao que é feito no ifá cubano, com pedaços de coco, ou com um opele padrão, com favas de opele legitimas, a diferença na consagração do opele, para estudo é o porte do sacrifício por razões obvias não vou mencionar como é feito, mas existem inúmeras formas de consagrar um opele, uma pessoa que passa pelo itefa, mesmo tendo odu de babalawo, não tem o seu opele consagrado para atender clientes, a consagração do opele em alguns casos no itefa, é muito simplificada consistindo em que o opele come dentro da vasilha de Orunmila, já para consagrar o opele que vai consultar para clientes a consagração, é fora da vasilha de Orunmila e não necessitam que Orunmila seja alimentado, os rituais para esse caso, estão muito ligados a o culto de Exu.

Itefa.


Uma pessoa submetida a um itefa pode continuar se incorporando com caboclo, esu, preto velho, e seu orisá, se não for um babalawo, essas pessoas que tem cargo de babalorisas ou tem caminho de oloorisa, passam por quase todos os rituais, que um babalawo passa a diferença esta ligada ao culto de Iya odu e Osun (antepassado).
O culto de Osun (antepassado) tem rituais específicos para pessoas que passam por uma iniciação e rituais completamente diferentes para a pessoa que vai iniciar outras pessoas.

As pessoas, iniciadas para se tornarem babalawos começam os seus estudos, não no momento que fazem o itefa, começam seus estudos quando na pré-iniciação (isefa), recebem uma orientação de Orunmila que tem caminho de babalawo.

As pessoas pertencentes ao ifá Cubano, assim como as pessoas acolhidas em nossa família, que por alguma razão, se afastaram da sua família do ifá Nigeriano recebem um tratamento totalmente diferente, condicionado a uma forte demonstração de conhecimento ou baseado em uma orientação determinante de ifá, só assim pode ser considerado o tempo de estudos para uma futura liberação para um atendimento de clientes.

O primeiro caso, diz respeito a um conhecimento não dos versos da família a qual a pessoa fazia parte, mas sim de um conhecimento universal, de tudo que envolve ifá.

Se Orunmila disser que devemos aproveitar os ikins da pessoa que foi iniciado no ifá Cubano, assim o faremos, pois para nós ifá é universal, mesmo tento conhecimento que os ikins usados nas iniciações da tradição do ifá Nigeriano sejam completamente diferentes das sementes de dendê usadas em Cuba.

O mais importante nesses casos é levar em consideração que o iniciado no ifá Cubano, recebe já na sua primeira mão de ifá, o assentamento de Osun (antepassados) e Exu, diferente do isefa tradicional.

Se for aceito o assentamento de ifá, também vai ser aceito o assentamento de Osun (antepassados) e o de Exu, existem alguns casos, no ifá Cubano que a pessoa tem um opele de casca de coco, se ela passar para o ifá Nigeriano esse opele, só poderá ser usado, como um adorno, o sacerdote em sua nova caminhada deve consultar para os seus clientes com o opele tradicional.

Já o assentamento de Osun (antepassado), pode ser mantido em paralelo, assim como o Exu e o ifá, dispensando uma nova iniciação, considerando que não se pode iniciar uma pessoa duas vezes, isso seria um desrespeito com suas raízes anteriores.

Duração das cerimonias.

Um isefa leva até três dias para conclusão da cerimonia, já um itefa leva de três a dezessete dias, a conclusão das cerimonias, isso não quer dizer que não possa seguir outras indicações como é bem comum, sete dias. Sempre a orientação de Orunmila no ifá, é que vai ser seguida.

Ìtélodú


Nessa cerimonia o iniciado s torna um sacerdote conhece pelo nome de um Babalawo os Babalawo NÃO INCORPORAM, e se dedicam ao estudo dos odus por toda a vida cultuando.

A trajetória de estudos do Babalawo pode ser descrita de varias formas, porém a cerimonia onde o mesmo é reconhecido pela divindade conhecida como iya odu é o ápice na religião tradicional yoruba não existe Babalawo que não tenha sido apresentado para iya odu.

Iya odu


Já falamos sobre Egbe, odu destino e a essência divina falar de iya odu é falar da divindade útero gerador de odu sendo assim estamos falando de Egbe no plural, essa divindade abriga vários odus, sendo assim da origem há varias egbe disponibilizando para o criador parte da essência no momento da criação do espirito.

Expectativa


Não espero que esse trabalho mude a historia de ifá no Brasil tenho consciência que com o passar do tempo outras pessoas poderão se sentir motivadas a escrever sobre a nossa religião o importante é que cada um de nós tente auxiliar na divulgação, juntos encontraremos a essência de nossos Egbes, desenvolveremos nossos espíritos e cumpriremos nossos destinos.

Se você gostou, compartilhe, reproduza. Só não esqueça que a produção intelectual é de propriedade privada, então, credite a autoria dos textos. Obrigado

A verdade sobre o orixá



Babalawo Ifagbaiyin Agboola.
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veja o blog: www.babalawoifagbaiyin.com

Ao longo dos anos tenho acompanhado um grande numero de pessoas divulgando a religião tradicional yoruba, algumas delas bem intencionadas fazem ótimos trabalhos outras, no entanto, se limitam a divulgar materiais vindos do exterior como sendo a mais pura verdade, incontestável e irretocável verdade.

O povo de nosso país durante anos foram vitimados com a verdade católica que moldou a forma de pensar de nosso povo, a nossa gente pensa em religião como se o catolicismo fosse à base para tudo.

O planeta tem sete milhões de habitantes, o catolicismo durante longo tempo foi dominante em vários países, hoje isso já não acontece, à manipulação da informação aos poucos deixa de existir sendo assim as pessoas tem acesso a informações referentes às mais diversas religiões.

A necessidade de nossos irmãos na fé do orisá é especifica, não podemos mudar na teologia com filosofia católica ou cristã. Existe uma guerra acontecendo nas entrelinhas em nosso país, evangélicos e católicos disputam com violência os fieis, isso gera desconforto para nossos irmãos, em grande parte dominados por um sistema corrupto que associa a politica a religião e ao poder da mídia.

O povo que cultua orisá esta necessitando de informações, precisamos de canais de tv e emissoras de rádios disponibilizando informações verdadeiras sobre a teologia e a filosofia yoruba.
Na tentativa de criar mais um espaço onde a informação sobre orisá possa ser divulgada criamos vários trabalhos, incluindo os nossos blogs e as nossas paginas na internet.

Não somos os donos da verdade, temos um trabalho que é fruto de dedicação com mais de cinco décadas de fé e amor aos orisás. É bem verdade que os orisás foram generosos conosco, nos possibilitaram um convívio com pessoas capacitadas que auxiliaram na nossa informação.

Vejo constantemente na internet abordagens equivocadas algumas pessoas na falta de conhecimento improvisam e terminam misturando o cristianismo com a religião tradicional de culto ao orisá.
Essa semana recebi de presente de aniversario de um querido amigo um livro do grande escritor Ayo Salami, após a leitura resolvi escrever esse texto desmitificando algumas questões, o livro que fala sobre Egbe Orun me inspirou uma abordagem ampla sobre a filosofia e a religião yoruba.

Buscando torna a didática leve e acessível para pessoas de todas as idades e níveis intelectuais, vamos abordar algumas questões de forma simplificada.


O nascimento


O nascimento de um ser humano dentro da religião yoruba é descrito em varias fases, nos versos de ifá, partindo do principio ativo que é particularmente conhecido como alma.


Alma


A alma que vamos designar dessa forma para fácil identificação tem origem divina, Olodumare “Deus” com a necessidade de criar novos indivíduos encarrega Obatala de criar novos corpos celestiais que após a criação ganhou vida com o sopro divino do criador, “Deus”.
Com a vida insuflada em um principio que se origina em dois corpos simultaneamente a alma agora dos seres idênticos segue a trajetória natural se dirigindo para a escolha de um orí.

Ori


O orí é escolhido pela alma e seu duplo originando aqui após a escolha diante de Àjàlá “aquele que cria o “Ori” um duplo do orí idêntico que tenha a função de acompanhar o duplo da alma no orun”.

Egbe Orun


O culto a Egbe Orun enfatiza a necessidade de atrair o duplo da alma que permanece no Orun depois do nascimento com a finalidade de acessar a ligação divina de Egbe com Olodumare possibilitando uma vida mais confortável.

Abiku


O espirito abiku reproduz a insatisfação e a falta de aceitação com o destino e o afastamento do duplo, sendo assim o encontro da morte é a maneira simplista de reencontrar o duplo no orun.
Embora muitas pessoas com problema de abiku não morram jovens a sua condição de insatisfação e a não aceitação do destino escolhido caracterizam seu comportamento.

Bori


O culto a orí enfatiza a necessidade de atrair do duplo do orí que permanece no Orun depois do nascimento com a finalidade de acessar a ligação divina de orí com Olodumare possibilitando uma vida mais confortável.

Obs: Na filosofia Yoruba o duplo da alma e o duplo do orí por permanecer no Orun tem ligação direta com o divino isso facilita o acesso a uma vida prospera e tranquila dai a razão do culto ao duplo.
Sendo que o orí e a alma que se destinaram para acompanhar o corpo no nascimento em convívio terreno perde muito da sua inocência e distancia o homem do seu criador.

Esse tema já foi abordado por vários pensadores que aproximam a figura infantil e inocente do divino que também descrevem o afastamento de Deus com o passar do tempo e o desenvolvimento do caráter e da personalidade.

Caráter 


O caráter conhecido na filosofia yoruba como IWA esta contido na escolha do individuo aos pés de Àjàlá no momento da escolha d orí, porém com uma definição mais ampla conhecida por nós como odu.

Odu


Odu pode ser designado como o resultado de parte da essência divina introduzido em quatro elementos o orí e o seu duplo assim como a alma e seu duplo, esse conjunto em movimento após o nascimento concentra na parte que vem para terra o Iwa que sofre algumas alterações com o passar do tempo e o convívio com outros indivíduos gerando aqui o que conhecemos como personalidade.
A personalidade

A livre escolha de como viver expressada em uma pequena parte de como conhecemos como destino pode nos aproximar ou nos afastar do divino, pessoas com o mesmo odu que tem a alma como ponto de origem da mesma essência, “Egbe” expressam comportamentos diferentes em razão do caráter “IWA” gerando assim um comportamento identificado como diferente da essência conhecido como personalidade.

Destino


Ori esta ligado ao odu, e existe 256 odus diferentes, a grosso modo, teríamos no mínimo 256 tipos de bori. Mas a verdade é que esse procedimento não segue nenhuma regra e sim, uma orientação de Ifa ocasional.

Obs:O destino pode ser assim compreendido.


AKUNLEYAN é a parte do destino que cada um escolhe por vontade própria, livre arbítrio.

AKUNLEGBA é a parte do destino o qual está adicionada como complemento de AKUNLEYAN.

AYANMO é aquela parte do destino que nunca pode ser mudado.
 Por exemplo: Pais, sexo etc...

 Ìwà Rere quer dizer, bom caráter, um dos principais requisitos para se tornar digno de ser cultuado por seus descendentes após sua morte.

Apari-Inu representa o caráter à natureza humana, Ori Apere representa o destino.

Um indivíduo pode vir para a terra com um bom destino, mas se ele vem com mau caráter, à probabilidade de cumprimento, do seu destino é comprometida.
O pecado

A cultura Yoruba não reconhece o pecado, pessoa que toma a iniciativa de se distanciar de seu destino, é o que popularmente se chama de pobre de espirito.

A filosofia Yoruba é fantástica, existe uma frase que diz, o castigo deve ser adequado ao caráter do culpado.

Isso identifica que o caráter também faz parte da escolha, assim como o odu a escolha é testemunhada por Orunmila.
O Espirito

O espirito é descrito em um conjunto que é formado pelo Ori, a alma e o caráter, o odu de duas pessoas idêntico pode gerar comportamentos diferentes em razão do desenvolvimento do caráter que é alterado gerando o distanciamento do destino comprometendo a alma e distanciando a mesma de seu duplo e da sua essência.

Orunmila


O culto a Òrúnmilà serve para aprimorar o caráter e aproximar o individuo de seu destino, o conhecimento do odu de nascimento serve para nortear o comportamento visando aproximar a alma e o orí de seu duplo contando com o apoio do Orisa.

Orisa


A nossa alma tem a mesma origem que tem o orisa porem a nossa alma pertence a um egbe e o Orisa pertence a outro egbe a origem é a mesma, mas definição se difere porque a alma considerando a parte que vem para a terra pode se distanciar da origem o orisa se mantem em sua essência divina e possibilita o acesso à prosperidade assim como o nosso duplo no orun por razões anteriormente descritas.

O culto a Orisa


O culto a orisa assim como o culto a orí e egbe tem a mesma finalidade que é a aproximação com o divino e a identificação com a nossa origem, considerando que o duplo é parte do Deus e assim se comporta a essência é fundamental no desenvolvimento do espirito.
As pessoas que são iniciadas para determinados Orisás seguem uma orientação de Ifá baseada em um principio da complementação.
Quando um sacerdote de Ifa é iniciado cumpre uma série de rituais e cultua os Orisás indicados nos odus relativos à sua iniciação, já no caso da pessoa não iniciada em Ifá o processo pode seguir uma orientação um pouco diferente.

A incorporação


O transe consciente visa à aproximação do individuo com a essência do divino expressa no Egbe, ela é provocada e se justifica para a evolução do espirito que habita em cada um de nós.

O transe inconsciente que não é reconhecido pela ciência tão pouco se justificaria como forma de evolução, pois se eu não tenho conhecimento que estou alinhado como poderia me beneficiar do alinhamento, tal comportamento é injustificado e inexplicável para a evolução espiritual.

Mesmo que algumas pessoas acreditam quem isso é possível a ciência contesta e o comportamento daqueles que tomam banho e colocam roupas adequadas para os rituais se entregando ao ritmo das cantigas invocatórias de forma consciente o individuo em alinhamento com a essência propositalmente.

A informação da não consciência é usada dos dois lados do oceano por pessoas que se beneficiam e usam a energia do divino em beneficio próprio as aberrações no território yoruba como em outros países chegam ao máximo dos ridículos onde números de magicas tentam justiçar a veracidade do espirito, homens introduzem instrumentos perfurantes em seu corpo tentando provar uma incorporação, mas na verdade uma solução de folhas anestésicas é usada como forma de amenizar a dor criando um palco ilusórias onde inúmeras pessoas contracenam com a mentira.

Egungun


O culto aos antepassados tem a mesma finalidade que o culto de Egbe e Ori com uma diferença o alinhamento é buscado na essência e não no duplo.

O culto a egungun tem a mesma finalidade que o culto a orisá, a aproximação da essência que não sofreu alteração e mantem o principio do divino possibilita o viver mais confortável e o desenvolvimento espiritual próximo do compromisso assumido antes do nascimento.

O culto a Orunmila


O ato de criar o Ifá do individuo através do assentamento de Orunmila possibilita a criação do instrumento que identificara o destino e os compromissos assumidos antes do nascimento essa questão é fundamental que seja compreendida como um mapa que auxiliara a pessoa na caminhada terrena, mas também auxiliara o espirito no alinhamento com o duplo.

Somente Orunmila testemunhou a nossa escolha do nosso destino, a voz de Orunmila só pode ser ouvida no Ifa e o Ifá pessoal reproduz com mais detalhe a nossa escolha.

Isefa


Para algumas famílias o isefa não é uma iniciação, em nossa família consideramos o Itefa uma iniciação completa e o isefa uma pré-iniciação, em nossa família toda a pessoa submetida a um isefa recebe um nome, além das orientações do odu do ritual, se essa pessoa recebe uma indicação de ifá que deve se tornar um babalawo, o ifá é alimentado mais uma vez, em um novo ritual, que não acontece no mesmo dia, e um opele é consagrado para o inicio dos estudos.

Em algumas famílias a pessoa submetida em um isefa é chamada Omo ifá, e uma submetida ao itefa são conhecidas como awo ifá.
Em nossa família consideramos esses dois nomes e usamos a denominação awo kekere, (pequeno segredo), ou awo kekere, para as pessoas com indicação do inicio a preparação para itefa.
O awo kekere, é uma pessoa que normalmente tem o seu Exu arrumado com o odu do isefa ou com um odu indicado por ifá, na segunda cerimonia quando é consagrado o opele de estudo.

O awo kekere pode receber esse opele que muitas vezes é confeccionado com pedaços pequenos de cabaças, semelhante ao que é feito no ifá cubano, com pedaços de coco, ou com um opele padrão, com favas de opele legitimas, a diferença na consagração do opele, para estudo é o porte do sacrifício por razões obvias não vou mencionar como é feito, mas existem inúmeras formas de consagrar um opele, uma pessoa que passa pelo itefa, mesmo tendo odu de babalawo, não tem o seu opele consagrado para atender clientes, a consagração do opele em alguns casos no itefa, é muito simplificada consistindo em que o opele come dentro da vasilha de Orunmila, já para consagrar o opele que vai consultar para clientes a consagração, é fora da vasilha de Orunmila e não necessitam que Orunmila seja alimentado, os rituais para esse caso, estão muito ligados a o culto de Exu.

Itefa.


Uma pessoa submetida a um itefa pode continuar se incorporando com caboclo, esu, preto velho, e seu orisá, se não for um babalawo, essas pessoas que tem cargo de babalorisas ou tem caminho de oloorisa, passam por quase todos os rituais, que um babalawo passa a diferença esta ligada ao culto de Iya odu e Osun (antepassado).
O culto de Osun (antepassado) tem rituais específicos para pessoas que passam por uma iniciação e rituais completamente diferentes para a pessoa que vai iniciar outras pessoas.

As pessoas, iniciadas para se tornarem babalawos começam os seus estudos, não no momento que fazem o itefa, começam seus estudos quando na pré-iniciação (isefa), recebem uma orientação de Orunmila que tem caminho de babalawo.

As pessoas pertencentes ao ifá Cubano, assim como as pessoas acolhidas em nossa família, que por alguma razão, se afastaram da sua família do ifá Nigeriano recebem um tratamento totalmente diferente, condicionado a uma forte demonstração de conhecimento ou baseado em uma orientação determinante de ifá, só assim pode ser considerado o tempo de estudos para uma futura liberação para um atendimento de clientes.

O primeiro caso, diz respeito a um conhecimento não dos versos da família a qual a pessoa fazia parte, mas sim de um conhecimento universal, de tudo que envolve ifá.

Se Orunmila disser que devemos aproveitar os ikins da pessoa que foi iniciado no ifá Cubano, assim o faremos, pois para nós ifá é universal, mesmo tento conhecimento que os ikins usados nas iniciações da tradição do ifá Nigeriano sejam completamente diferentes das sementes de dendê usadas em Cuba.

O mais importante nesses casos é levar em consideração que o iniciado no ifá Cubano, recebe já na sua primeira mão de ifá, o assentamento de Osun (antepassados) e Exu, diferente do isefa tradicional.

Se for aceito o assentamento de ifá, também vai ser aceito o assentamento de Osun (antepassados) e o de Exu, existem alguns casos, no ifá Cubano que a pessoa tem um opele de casca de coco, se ela passar para o ifá Nigeriano esse opele, só poderá ser usado, como um adorno, o sacerdote em sua nova caminhada deve consultar para os seus clientes com o opele tradicional.

Já o assentamento de Osun (antepassado), pode ser mantido em paralelo, assim como o Exu e o ifá, dispensando uma nova iniciação, considerando que não se pode iniciar uma pessoa duas vezes, isso seria um desrespeito com suas raízes anteriores.

Duração das cerimonias.

Um isefa leva até três dias para conclusão da cerimonia, já um itefa leva de três a dezessete dias, a conclusão das cerimonias, isso não quer dizer que não possa seguir outras indicações como é bem comum, sete dias. Sempre a orientação de Orunmila no ifá, é que vai ser seguida.

Ìtélodú


Nessa cerimonia o iniciado s torna um sacerdote conhece pelo nome de um Babalawo os Babalawo NÃO INCORPORAM, e se dedicam ao estudo dos odus por toda a vida cultuando.

A trajetória de estudos do Babalawo pode ser descrita de varias formas, porém a cerimonia onde o mesmo é reconhecido pela divindade conhecida como iya odu é o ápice na religião tradicional yoruba não existe Babalawo que não tenha sido apresentado para iya odu.

Iya odu


Já falamos sobre Egbe, odu destino e a essência divina falar de iya odu é falar da divindade útero gerador de odu sendo assim estamos falando de Egbe no plural, essa divindade abriga vários odus, sendo assim da origem há varias egbe disponibilizando para o criador parte da essência no momento da criação do espirito.

Expectativa


Não espero que esse trabalho mude a historia de ifá no Brasil tenho consciência que com o passar do tempo outras pessoas poderão se sentir motivadas a escrever sobre a nossa religião o importante é que cada um de nós tente auxiliar na divulgação, juntos encontraremos a essência de nossos Egbes, desenvolveremos nossos espíritos e cumpriremos nossos destinos.

Se você gostou, compartilhe, reproduza. Só não esqueça que a produção intelectual é de propriedade privada, então, credite a autoria dos textos. Obrigado

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A lei do retorno não existe, Orunmila?



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

A visão que o Orisa machuca e mata, não é compartilhada por mim, eu acredito que o Orisa é como um pai que ama, que educa, mas que é incapaz de machucar.

 A chamada lei do retorno na tradição religiosa yoruba não existe quase tudo que acontece com você é fruto de uma escolha feita por você antes de nascer.

O destino de cada pessoa é definido antes do nascimento e somente uma pequena parte dele pode ser alterada, a parte que pode ser alterada quase sempre é modificada por ações que justificam uma grande alteração como o amor, ou o ódio que pode até gerar o que conhecemos como acidentes, que definimos como mudança não prevista por Orunmila.

Vou explicar para que não aja dúvidas, esse tipo de mudança não esta incluída no destino da pessoa e Orunmila é a testemunha do destino escolhido sendo assim essas alterações são em maioria responsabilidade dos ajoguns, em se tratando do aspecto negativo, vou citar um exemplo:

 Uma mulher que constantemente é agredida pelo marido e que nada faz para se afastar do mesmo pode sim ter escolhido isso antes de nascer, mas se isso não for à escolha dela e ela permanecer ao lado do individuo ela corre o risco de ser morta por ele mesmo que isso não seja parte da sua escolha permitindo a entrada do aspecto citado, o infortúnio, nesse caso gerado por um àjogún, mas sem a atuação direta de Orunmila e Iya mi, isso seria fruto de um asé negativo (força pessoal de realização negativa) ou de uma ação dirigida no caso do Abilu.


Existe também a chamada alteração positivo que pode sofrer uma grande variável, ela pode ser fruto dos Orisás, ou do sentimento de outra pessoa, isso definindo a força pessoal de outro individuo alterando o seu destino, ou até mesmo resultado do que nós conhecemos como asé, força pessoal (força pessoal de realização) que pode alterar o seu próprio destino por ação ou atração do bem.
Quando uma pessoa consulta Ifá e aparece um acidente na consulta isso faz parte do destino dela, em não sendo parte do destino, a afirmação na consulta será definida como um aspecto negativo que pode ou não se concretizar.

Na hierarquia universal o poder de decisão primeiramente vem Deus (Olodumare) depois do lado esquerdo logo a baixo vem Iya mi e do lado direito vem Orunmila, Orunmila define a ocorrência por conhecer o destino e Iya mi libera o Àjogún para efetuar o aspecto negativo, como já explicamos o positivo pode ser ocasionado de varias formas, nessa parte do texto vamos examinar o aspecto negativo.

Os Ajoguns mais conhecidos são:

 Iku (morte)

Arun (doença)

Ofo (perda)

Ejó (problemas).

Os ajoguns são subordinados a Iya mi que tem a função de confirmar as escolhas negativas escolhidas por nós em nosso destino. Os chamados infortúnios podem ser provocados ou não.
No caso dos acidentes isso acontece porque a pessoa estava no lugar errado com as pessoas erradas e na hora errada por escolha dela alterando o seu destino de forma negativa em razão de escolher, conviver, ou estar com as pessoas erradas ou no lugar errado, ou por insistência com o não atribuído a ela a conhecida não conformidade.

No caso dos infortúnios a definição pode ocorrer por Abilu (feitiço ou magia negativa) nesse caso a previsão é definida e identificada como forças negativas com possibilidade de concretização, que pode ser evitado pelo chamado sexto sentido que definimos aqui como asé (axé) alterando por intuição ou por uma ação implementada pelo Orisa constituindo assim um método de defesa pessoal.
Sendo assim Iya mi não é negativa, ela somente libera a sua escolha de antes do nascimento no momento indicado por Orunmila, já no aspecto positivo Iya mi pode atuar com o elemento amplificador de uma ação realizada por um Orisa trabalhando em parceria aumentando a força de realização diminuindo o tempo de concretização e aumentando a precisão da ação.

A chamada lei do retorno que identifica a vinda do mal ou do bem como retorno de ações cometidas por nós se torna nula na religião tradicional yoruba, o fato de ter escolhido antes do nascimento aspectos negativos para o meu destino me torna o único responsável, isso indica que a aceitação, a paciência e a tranquilidade contribuem para a verdadeira trajetória escolhida e a realização do escolhido. O importante é não confundir a afirmação anterior com o desanimo a preguiça e a falta de determinação que representam o aspecto inverso contribuindo para o infortúnio.

Vou citar um exemplo:

Você pode não ter escolhido morrer de doença, porem se você optar por ter uma alimentação impropria ou se você abusar do seu corpo você pode sim morrer de doença.
Isso estaria incluído naquela pequena arte do destino que pode ser alterado enfatizando aqui o aspecto negativo ou se for o caso o inverso.

Na verdade o bom senso a honestidade e a lealdade servem como alimento para o bem viver, mas raramente isso é uma escolha, quase sempre esses critérios dependem da interferência do local e das pessoas justificando a necessidade da máxima que a criação e os bons exemplos para uma criança que está formando a sua personalidade seja um quase total termo determinante.

O Orisa, a religião e a doutrina da bondade adotada como forma de vida pode não alterar o destino por você escolhido, mas serve para afastar o infortúnio você estando bem com você e com as outras pessoas vai conseguir ouvir com mais facilidade a sua voz interior, ou seja, a voz do orisa, isso vai afastar você do lugar errado e das pessoas erradas na hora certa.

Devemos aceitar com naturalidade que algumas pessoas se afastem de nós na realidade, a insistência em se manter com a pessoa errada pode atrair o infortúnio para sua vida, devemos agradecer aos orisás e ao nosso asé pessoal devido aqui como força do ori o afastamento de pessoas negativas para o nosso destino.

A frase que diz que tudo acontece quando tem que acontecer é uma meia verdade a lei do retorno não existe, mas a força de vontade pode alterar o seu destino.



A lei do retorno não existe.



A visão que o Orisa machuca e mata, não é compartilhada por mim, eu acredito que o Orisa é como um pai que ama, que educa, mas que é incapaz de machucar.

 A chamada lei do retorno na tradição religiosa yoruba não existe quase tudo que acontece com você é fruto de uma escolha feita por você antes de nascer.

O destino de cada pessoa é definido antes do nascimento e somente uma pequena parte dele pode ser alterada, a parte que pode ser alterada quase sempre é modificada por ações que justificam uma grande alteração como o amor, ou o ódio que pode até gerar o que conhecemos como acidentes, que definimos como mudança não prevista por Orunmila.

Vou explicar para que não aja dúvidas, esse tipo de mudança não esta incluída no destino da pessoa e Orunmila é a testemunha do destino escolhido sendo assim essas alterações são em maioria responsabilidade dos ajoguns, em se tratando do aspecto negativo, vou citar um exemplo:

 Uma mulher que constantemente é agredida pelo marido e que nada faz para se afastar do mesmo pode sim ter escolhido isso antes de nascer, mas se isso não for à escolha dela e ela permanecer ao lado do individuo ela corre o risco de ser morta por ele mesmo que isso não seja parte da sua escolha permitindo a entrada do aspecto citado, o infortúnio, nesse caso gerado por um àjogún, mas sem a atuação direta de Orunmila e Iya mi, isso seria fruto de um asé negativo (força pessoal de realização negativa) ou de uma ação dirigida no caso do Abilu.


Existe também a chamada alteração positivo que pode sofrer uma grande variável, ela pode ser fruto dos Orisás, ou do sentimento de outra pessoa, isso definindo a força pessoal de outro individuo alterando o seu destino, ou até mesmo resultado do que nós conhecemos como asé, força pessoal (força pessoal de realização) que pode alterar o seu próprio destino por ação ou atração do bem.
Quando uma pessoa consulta Ifá e aparece um acidente na consulta isso faz parte do destino dela, em não sendo parte do destino, a afirmação na consulta será definida como um aspecto negativo que pode ou não se concretizar.

Na hierarquia universal o poder de decisão primeiramente vem Deus (Olodumare) depois do lado esquerdo logo a baixo vem Iya mi e do lado direito vem Orunmila, Orunmila define a ocorrência por conhecer o destino e Iya mi libera o Àjogún para efetuar o aspecto negativo, como já explicamos o positivo pode ser ocasionado de varias formas, nessa parte do texto vamos examinar o aspecto negativo.

Os Ajoguns mais conhecidos são:

 Iku (morte)

Arun (doença)

Ofo (perda)

Ejó (problemas).

Os ajoguns são subordinados a Iya mi que tem a função de confirmar as escolhas negativas escolhidas por nós em nosso destino. Os chamados infortúnios podem ser provocados ou não.
No caso dos acidentes isso acontece porque a pessoa estava no lugar errado com as pessoas erradas e na hora errada por escolha dela alterando o seu destino de forma negativa em razão de escolher, conviver, ou estar com as pessoas erradas ou no lugar errado, ou por insistência com o não atribuído a ela a conhecida não conformidade.

No caso dos infortúnios a definição pode ocorrer por Abilu (feitiço ou magia negativa) nesse caso a previsão é definida e identificada como forças negativas com possibilidade de concretização, que pode ser evitado pelo chamado sexto sentido que definimos aqui como asé (axé) alterando por intuição ou por uma ação implementada pelo Orisa constituindo assim um método de defesa pessoal.
Sendo assim Iya mi não é negativa, ela somente libera a sua escolha de antes do nascimento no momento indicado por Orunmila, já no aspecto positivo Iya mi pode atuar com o elemento amplificador de uma ação realizada por um Orisa trabalhando em parceria aumentando a força de realização diminuindo o tempo de concretização e aumentando a precisão da ação.

A chamada lei do retorno que identifica a vinda do mal ou do bem como retorno de ações cometidas por nós se torna nula na religião tradicional yoruba, o fato de ter escolhido antes do nascimento aspectos negativos para o meu destino me torna o único responsável, isso indica que a aceitação, a paciência e a tranquilidade contribuem para a verdadeira trajetória escolhida e a realização do escolhido. O importante é não confundir a afirmação anterior com o desanimo a preguiça e a falta de determinação que representam o aspecto inverso contribuindo para o infortúnio.

Vou citar um exemplo:

Você pode não ter escolhido morrer de doença, porem se você optar por ter uma alimentação impropria ou se você abusar do seu corpo você pode sim morrer de doença.
Isso estaria incluído naquela pequena arte do destino que pode ser alterado enfatizando aqui o aspecto negativo ou se for o caso o inverso.

Na verdade o bom senso a honestidade e a lealdade servem como alimento para o bem viver, mas raramente isso é uma escolha, quase sempre esses critérios dependem da interferência do local e das pessoas justificando a necessidade da máxima que a criação e os bons exemplos para uma criança que está formando a sua personalidade seja um quase total termo determinante.

O Orisa, a religião e a doutrina da bondade adotada como forma de vida pode não alterar o destino por você escolhido, mas serve para afastar o infortúnio você estando bem com você e com as outras pessoas vai conseguir ouvir com mais facilidade a sua voz interior, ou seja, a voz do orisa, isso vai afastar você do lugar errado e das pessoas erradas na hora certa.

Devemos aceitar com naturalidade que algumas pessoas se afastem de nós na realidade, a insistência em se manter com a pessoa errada pode atrair o infortúnio para sua vida, devemos agradecer aos orisás e ao nosso asé pessoal devido aqui como força do ori o afastamento de pessoas negativas para o nosso destino.

A frase que diz que tudo acontece quando tem que acontecer é uma meia verdade a lei do retorno não existe, mas a força de vontade pode alterar o seu destino.



quarta-feira, 24 de setembro de 2014

ODU


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A verdade incomoda muita gente, a verdade é dura, mas é a verdade, esse texto vai me trazer inúmeros problemas, mas não importa o que as pessoas digam é a verdade e ninguém pode contestar.

O orisá de acordo com a filosofia yoruba (Nagô) nasce de um odu, assim como as pessoas, os animais e vegetais e tudo mais que existe em nosso planeta, o ponto de partida é o odu.
A pergunta é a seguinte sem um Babalawo ou uma Iyanifa pode ser assentado um orisá?

Que o Babalawo e a Iyanifa são as únicas pessoas que podem imprimir odu ninguém tem dúvida, que tudo em nossa religião nasce de um odu, ninguém tem dúvida.

Vamos observar as seguintes afirmações, se a cerimonia do isefa é descrita no odu ose ogbe, já o culto a egungun é descrito em Okanran meji, owonrin meji entre outros odus.

O itefá é descrito claramente em irete meji, irete irosun e vários outros odus.

No odu ose owonrin fala sobre sacrifício de ijapa, já o sacrifício de porco é descrito no odu ogbe irosun, assim como no odu Okanran otura ifá come bode, ao contrário da grande maioria dos odus que Orunmila é alimentado com animais de sexo feminino.

No odu ogbe meji fala sobre raspar a cabeça do iniciado, já em osa irete é descrito o sacrifício de igbin.

No odu oturopon ogbe, assim como em irete irosun fica claro a necessidade do uso de roupas brancas nas cerimonias de iniciações, o uso do irukere pelo Babalawo é descrito em irete otura.

Em oyeku Ogunda o uso de ikins no assentamento de Orunmila é observado, já o odu irete ogbe explica como consagrar um iroke e em okanran oturupon é explicado à consagração do opon ifá.

O odu ogbe meji fala sobre o uso do opele a cerimonia de Opa Osun na consagração de um Babalawo é descrita em ofun oyeku, enquanto os ewos e a sua necessidade são descritos em irosun meji.

Todas as cerimonias para a iniciação em ifá ou orisá são descritas nos odus, enquanto a iniciação de um Babalawo é descrita em Oturupon meji e irete meji, a iniciação em orisá é descrita em iwori meji, assim como a cerimonia de lavar os ikins é descrita no mesmo odu.

No odu ogbe ose fala da menstruação e da permissão para a mulher menstruada participar em vários rituais, tudo esta descritos nos versos de ifá, o odu que queima o opele esta descrito no odu irete laje e os problemas referentes à abiku esta descrito em ose Ogunda, assim como odi meji e outros odus como osa otura.

O ritual de bori é descrito em ogbe meji, oyeku meji além de outros odus, já em owonrin di é alertado o consulente para risco da loucura, assim como em osa irosun consta os problemas com o adultério.

O uso de drogas e o envolvimento com o álcool aparecem no odu Ogunda masa, já o roubo é descrito em Ogunda bede, as doenças são explicadas em oturupon meji, oturupon okanran e ogbe osa, assim como a impotência é descrita em otura ogbe, já a morte é descrita em ose oyeku, oyeku meji e obara ogbe, já a riqueza é citada em ogbe meji e ogbe otura, assim como a popularidade aparece em ogbe bara e osa irete.

Os conflitos envolvendo as perdas aparecem em ofun Ogunda, osa ogbe, assim como irete meji, já as discussões aparecem odi owonrin, osa Ogunda e Ogunda sa, já a feitiçaria é mencionada em irete ose, irete oyeku, odi irosun e owonrin meji.

Os problemas com a justiça aparecem em irosun meji e oyeku obara, já os pesadelos são descritos em ogbe ofun, oyeku meji e Ogunda odi.

Até detalhes como colocar uma folha na boca do animal a ser abatido são descritos nos versos de odu, nesse caso obara otura, cada gesto esta codificado, cada ritual esta especificado, não existe espaço para o improviso.

O assentamento do orisa esu é descrito em vários odus, mas esu como elemento necessário nos ebós é mencionado em okanran meji e ose otura, a importância de osun é amplamente divulgada  em odus específicos como irete ogbe, ose otura e ose ogbe.

O ritual de iniciação em Egungun é indicado em osa owonrin e okanran meji, o culto a iya mi é descrito em oyeku meji, osa meji e ogbe sa, no entanto o culto a oro aparece em ogbe odi, Ogunda bede.

O assentamento de Oduduwa assim como a necessidade de iya odu é mencionado em orangun, já Odé deve ser cultuado em obara ika e irete Ogunda.

Sango pode ser cultuado em osa meji, okanran meji e oturupon osa, como em inúmeros outros odus, já o odu que fala de Ewa é ogbe meji e um dos poucos odus que menciona orisá oke é ose meji, no entanto orisa Oko é mencionado em ogbe ose e irete ogbe.

Já Opa Osun aparece em ose irete, o culto a Aganju é indicado em ika ofun, já o culto a Oba é mencionado em Owonrin Ogunda, assim como o culto a Ibeji tem sua importância divulgada no odu ogbe di, o culto a Olookun e Aje é mencionado em ogbe bara.

Do nascimento a morte a vida do ser humano esta descrita nos versos de odu, se no odu ose oyeku é justificada a necessidade da morte no odu ogbe meji existe a menção a importância da vida, se no odu osa otura é enfatizada da verdade no odu Ogunda bede é mencionado o desprezo pela mentira.

Na hora que acordamos a necessidade das orações é descrita em ogbe Ogunda, já na hora que dormimos os pesadelos são mencionado em ogbe ofun, tudo esta codificado, nada pode ser inventado.

  A necessidade de estudar e se aperfeiçoar na religião tradicional yoruba é uma constante, o conhecimento da a segurança e a garantia de rituais adequados possibilitando um alinhamento com os antepassados.

Como resposta a pergunta formulada no inicio desde texto sugiro que seja feita uma breve pesquisa sobre a historia das casas de orisás mais antigas do Brasil, a confirmação que essas casas contavam com a orientação de um Babalawo é amplamente divulgada.

 Infelizmente por um período aproximado de oitenta anos o culto de Orunmila foi esquecido, por razões que não devem ser mencionadas agora.  O importante é que hoje o ifá está bem vivo no território nacional.

Babalawo Ifagbaiyin Agboola

domingo, 21 de setembro de 2014

O senhor do poder e o Ifá



Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola

Constantemente sou procurado por pessoas para consultar com inúmeros problemas, quase todos tem historias muito parecidas e a grande maioria busca desesperadamente a fórmula mágica para ser feliz.

Muitos desses clientes querem a todo custo saber qual orisá deve ser agradado para que eles possam encontrar um caminho mais fácil para a felicidade.

Se você agradar Ogun muitos dos obstáculos desapareceram, cultuando Osun as dificuldades antes encontradas na busca pelo prestigio podem desaparecer.

Cultuando Obaluaye os problemas de saúde podem ser resolvidos, assim como cultuando Egbe Orun muitos dos problemas financeiros terminaram.

As dificuldades podem diminuir quando o culto ao Orisá esta em harmonia, mas interiormente os conflitos devem ser resolvidos. Eu costumo dizer que você é o senhor do poder e que só você pode de fato mudar a sua vida.

Os ritos devem ser ministrados por pessoas com um comportamento exemplar, mas o comportamento das pessoas submetidas aos rituais deve ser munido de boas intenções, pelo menos a tentativa  deve estar implícita para que a mudança aconteça.

Se você trai, rouba e iludi as outras pessoas, porque fazer outro tipo de ebó que não seja o indicado para a melhora de seu caráter?
A traição prejudica quem foi traído e ao mesmo tempo limita o traidor, se em um casal uma das pessoas não esta satisfeita o natural seria que houvesse um afastamento e não o adultério.

Se uma pessoa não esta feliz em seu trabalho deve pedir demissão o certo é buscar um novo emprego, não fique o tempo todo falando mal da empresa que você trabalha, não fique o tempo todo inventando defeitos para o seu chefe.

A insatisfação deveria conduzir a pessoa a uma mudança e indiretamente a um melhora, mas o comum é ver pessoas insatisfeitas, trair, iludir, exteriorizando o que existe de pior dentro delas.

A necessidade da evolução do ser humano às vezes é confundida com sentimentos negativos, a maioria das pessoas termina atacando e prejudicando o seu semelhante, como forma de alicerça o caminho para tão sonhado sucesso.

O culto ao orisá ele deveria ser ministrado com proposito didático, às orientações para o melhor viver deveriam partir da caridade a lealdade e a honestidade. No entanto o que se vê é uma procura desesperada de formas mágicas como soluções dos problemas.
O senhor do poder não pode se limitar a um caderno de receitas, uma formula certa não é a indicação de um resultado perfeito, o comportamento e o merecimento são elementos implícitos na alquimia.

O acesso a um livro de magias jamais vai tornar você um mago, ao invés de sair da cartola um coelho a sua mão pode ser picada por uma serpente.

Vejo surpresos alguns sacerdotes indicarem para os seus adeptos posturas indignas, como exemplos de comportamento inadequado.
Essa semana fiquei sabendo que um babalorisa que sugeriu para o adepto que o mesmo simulasse estar doente e procurasse um medico para obter um atestado que o afastaria do trabalho por um tempo necessário para uma iniciação no culto de orisá.

Imaginemos esse pobre coitado obter privilégios elícitos objetivando a aproximação do orisá. Em primeiro lugar ele vai trair o empregador, em segundo lugar ele vai roubar a empresa e em terceiro lugar ele vai se iludir, afirmando que essa manobra é necessária.

Será que o dinheiro proveniente de uma atividade ilícita compra materiais necessários para uma iniciação religiosa?
Será que as pessoas acreditam que o orisá aprova esse tipo de comportamento?

Será que as pessoas são tão ignorantes que acreditam que o orisá não esta vendo tudo que está acontecendo?

Mais cedo ou mais tarde, as implicações de um comportamento indigno retornaram com uma força desmedida para a vida daquele que não tem caráter.

A religião tradicional yoruba não foi criada para as pessoas perfeitas, o culto ao orisá pode auxiliar o aperfeiçoamento do individuo, mas a mudança deve ser desejada e o afastamento dos maus hábitos deve ser adotado.

A lapidação do ser é uma necessidade na busca pela felicidade e a transformação interior implica diretamente nos resultados externos.

O orisá auxilia quem quer mudar, mas o comportamento do iniciado deve nortear o processo evolutivo, com a certeza do caminho escolhido só assim os obstáculos diminuem tornando a felicidade um bem adquirido naturalmente.